Conversa

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Vesti um vestido preto bem acima do joelho com um decote pequeno em forma de V e de alcinhas. Uma sandália alta preta e minha bolsa de lado pra pôr os pertences. Passei perfume e deixei meus cabelos negros na altura da cintura, soltos. Entro no carro e vou até o restaurante, torcendo incansavelmente que ele aceite minha proposta.

Depois daquela palhaçada toda na minha sala hoje, eu e o Montanari marcamos de nos encontar em um restaurante, a fim de eu lhe explicar toda essa baboseira. É claro que ele não queria jantar comigo, ele até disse "Não vou a nenhum lugar público com você, não quero que me vejam com uma debimental." Na real, nem eu queria ir com ele, mais a história era comprida, precisávamos desse jantar. Depois de muita insistência ele concordou. E agora estou aqui, o esperando a quase uma hora e nada daquele cretino.

–Me atrasei? — sou surpreendida com o otário atrás de mim, me levantei num pulo e o olhei com minha pior cara de malvada.

–Seu macumbeiro dos infernos — apontei-lhe o dedo. –Eu vou te matar — falei cuspindo as palavras e agarrei seu colarinho, na intenção de enforcá-lo.

–Baixe a bola sua mucura, não vê que todos estão nos olhando? — perguntou soltando-se do meu aperto e olhando nossa volta. Todos nos encaravam. –Era por isso que não queria ser visto com você, você é completamente louca.

Dou um gritinho de raiva, me viro e me sento bufando, ele senta logo em seguida. O garçom vem até nós e nos entrega o cardápio. Fazemos os pedidos e até agora ninguém disse mais nada. Os pedidos chegam, então depois de começarmos a comer resolvo falar logo, já que o idiota parece que não vai se pronunciar.

–Montanari — falo firme, chamando sua atenção. –Quero que se passe por meu noivo por alguns meses, e lhe pagarei pelo serviço. — o mesmo me olha sem expressão alguma, para e cogita a possibilidade, então começa a rir, rir muito. –Qual motivo dessa rinchada?

–Antes eu pensava que era louca, agora tenho certeza — diz entre risos. Agora sua expressão ficou séria. – Porque recorreu a mim?

–Você se encaixa em certas partes dessa loucura toda. — dei de ombros.

–Olha aqui Bittencourt — o olhei. –Nunca nos demos bem, mesmo antes de você assumir a empresa. Eu odeio você e isso é recíproco, porque acha que logo eu — apontou o dedo para si próprio — Faria uma insanidade dessas por você? — debochou, eu apenas ri de lado.

–Montanari, eu sei que não "fará" — fiz aspas –Isso por mim! Fará pelo dinheiro que vou lhe pagar, deve estar com problemas em relação à isso, já que seu salário foi cortado. — conclui triunfantemente, jogando em sua cara que ele necessita mais que eu desse dinheiro. Eu posso facilmente arrumar um "noivo", já ele não pode arrumar um bom dinheiro de uma hora para outra.

–Você é muito ridícula! Acha que por causa disso vou quebrar seu galho? — franziu o cenho. –Esta redondamente enganada minha cara mortiça, prefiro me afundar em dívida ao me dispor à isso, principalmente no quesito ajudar você, essa é uma das coisas que nem no meu último dia de vida eu faria. — sorriu vitorioso, fingiu um bocejo e se levantou. – Minha incrédula chefa, o jantar estava divino — passou a língua nos lábios, enquanto eu o olhava, ainda sem acreditar que ele não aceitou. –A conta é sua, tchau. — debochou e saiu, sem nem espera eu dizer nada e sem pagar a conta. Que tipo de homem é esse? Cavalheiro que não é! Mais isso nem me surpreende, espero tudo desse filhote de macaco.

Rodrigo On

–Oi Rodrigo! — escutei sua voz alegre do outro lado da linha.

–Oi Pâmela, é.... é eu queria te ver, esta muito tarde? — to um pouco nervoso, tanto que até tropecei nas palavras. Meu dia hoje foi cheio depois de toda aquela loucura de noivo e tals, quase nem falei com a Pâmela hoje, mas não me esqueci do nosso beijo e das sensações que ele me provocou.

Meu Noivo De MentiraOnde histórias criam vida. Descubra agora