Capítulo 1: Irmão de coração.

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Dizem as pessoas mais velhas, que cada pessoa tem um anjo da guarda que sempre zela e guarda por você. Eu nunca acreditei muito nisto, ou até pensei que seria possível até encontrar um. Ele veio trazendo-me alegria, trazendo a esperança de um dia ser feliz ao lado dele, aqueles olhos castanhos, aquele cabelo bagunçado que parecia que um esquilo estava morando lá havia alguns anos. Ele me faz feliz, ele me faz sorrir, ele me faz ser... Eu. Meu "irmão" me ajudou na minha cura, ele me ajudou quando eu precisei. Ele nunca me condenou por algo que eu fiz de errado, ou quando dizia algo que não era para dizer. Algo que ele não gasta-se, ou seja; Toda hora.

- Mas eu errei feio - Digo andando de um lado para o outro.
- Para mim você não errou. - Diz ele fitando o teto do quarto.
- Tem certeza? - pergunto olhando-o.
- Absoluta - Diz ele sentando-se na cama.
Ele me apoiou quando minha mãe e meu pai morreram e eu vim para neste bendito orfanato, tudo bem que eu devia estar agradecendo por ter este teto, mas eu não tiro a ideia de me vingar, eu só quero a verdade sobre tudo, mas não vou deixar ele aqui, pois eu sou sua... guardiã.
- Eles deram a vida deles pela minha - Digo olhando-o esquecendo de minha burrada.
- Eles não sabem o quanto eu os agradeço por terem te salvado - Diz ele fazendo-me sorrir, pois ele sempre me amou de todas as formas existentes. Ele é meu guia na escuridão, ele me entende, ele é... Meu Irmão que nunca tive, ele me xinga quando é preciso, e chama minha atenção no momento certo.
Escuto alguém passar cantando desafinado no corredor e isso me dá raiva pois conheço aquela voz.
- Aquela galinha loira! - Digo revirando os olhos.
- Eu gosto dela.
Volto meu olhar para ele.
- Porque você é louco! - Digo o fitando dos pés a cabeça.
- Me respeite menininha! Sou seu irmão e não seu escravo, para aceitar tudo calado. - Diz ele deitando-se na cama e se virando logo em seguida, deixando-me falar sozinha.
Sai de perto dele e fui até a janela olhar o céu, que tanto me trás lembranças.

" Pai? Mãe?"

Sinto lágrimas silenciosas escorrerem pelos meus olhos, encontrando-se com minha face.
- Sinto falta deles - Digo ainda fitando o céu estrelado.
- Eles também sentem fala de você - Diz ele levantando-se da cama novamente deixando de lado nossa briguinha.

" Espero que sim"

Volto meu olhar para ele. E enxugo as lágrimas assim que ele repara eles.
- Desculpa! - Digo.
- Tudo bem, mandona - Diz ele sorrindo.
Vou até ele na cama e o empurro com o corpo, ele me abraça e me faz cafuné no cabelo, quase me fazendo quase cair no sono, o que eu acho que é um dom divino dele.
- Eu te amo! - Sussurra ele.
- Eu também - Digo me afundando no sono em seus braços.
Ele deposita um beijo em minha testa e me encobre.

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                (02:31 A.M)

Escuto um barulho vindo do primeiro andar do orfanato, sento-me rapidamente na cama e espero. O silêncio vem, deito-me novamente ao lado do meu "irmão" e tento voltar ao sono, mas escuto novamente outro barulho mais forte, sento na cama de imediato e olho para meu " irmão".

- Acorda! - Digo fitando a porta - Tem alguém ali. - Sussurro em seu ouvido.

- O que? - Pergunta ele bocejando.

- Invadiram o orfanato - Digo desesperada enquanto olho para a porta.

- Não é nada, volta a dormir - Diz ele me puxando para a cama novamente.

Quando estava preste a voltar para a cama, escuto um grito agudo vindo do primeiro andar. Pulo da cama e pego minha bolsa e meu "irmão" faz a mesma coisa logo em seguida caindo da cama.

- Pegue só aquilo que precisa! - Digo a ele enquanto coloco meus coturnos.

- Tudo bem - Sussurra ele levantando-se do chão e colocando o chinelo.

Assim que visto meus sapatos, abro meu guarda-roupa e pego algumas roupas minhas e do meu irmão. Ouço passos vindo até nosso quarto. Olho para meu maninho de relance e sinto que algo vai dar errado.

- Tudo pronto? - Pergunto indo até ele.

- Tudo sim - Responde ele já com uma bolsa nas costas.

- Vamos - Digo indo até a janela do nosso quarto.

Abro a janela e olho para baixo, era muito alto, mas nada que eu não consiga fazer com meus poderes.

- Venha - Sussurro indicando a janela com a cabeça.

Meu irmão vem até mim, e o seguro pela mão. Assim que pego ele, alguém entra no quarto, fazendo-me olhar instantaneamente para meu irmão com uma lágrima no olho.

- Te amo - Sussurro enquanto soltava ele.

Quando volto meu olhar para trás, tenho uma surpresa, Era ele...

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Olá gente!
Bem, esta história é meio diferente do meu hábito.
Ele fala de coisas do passado.
O que o nosso passado não esconde né?
E Porque será que nosso passado nos condena?
E até aonde seus pais iriam por você?
Espero que vocês gostem desta minha História...
Obg pela atenção.
Obs: Irei colocar os capítulos:
Sexta, Sábado e Domingo.
Espero vocês, até mais.
#VoltandoParaEle...

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