Voltando Para Ele...

Capítulo 4: Esconderijo

Voltamos para o caminho em silêncio, e agora que nossa casa vai abrigar 6 integrantes ao todo. Sei que eu devia estar preocupada com o resto dos integrantes do orfanato, mais a parte que mais me importa é a alimentação para todos os 6 inclusive, eu, tudo bem que eu não preciso que alimentar para viver, pois um dos integrantes que me alimenta, jamais vai morrer. Olho de relance para todos que estavam em silêncio, seguindo o caminho que nos leva para "Casa", mas sim, eu estou preocupada com eles, pois não quero ninguém passando fome. E enquanto eu estiver viva, ninguém vai passar necessidade, nem a galinha sem sal vai passar. Mas como eu ia fazer isto? Eu sinceramente não sei.

- Tudo bem maninha? Pergunta Tom me abraçando de lado, fazendo-me esquecer por alguns minutos os nosso problemas.

- Sim. Minto, sorrindo.

- Tem certeza?

- Absoluta.

Ele volta ao lado da Mel, e eu continuo sozinha no fim da fila, deixando-me me levar ao embalo de fazer algo que faz tempo que eu não fazia.

-And the night you kiss me, my heart races, you look me in the eye and say you love me, but when you wake up in the morning you forget everything and midnight comes get my love... -Começo a cantar uma musica que eu inventei.- And  tired, so do not cry for me, and do not waste your time, because when you come into my room find loneliness and guilt ...

- Você quem fez?Diz Leo ao meu ouvido quebrando minha concentração.

- Sim. Digo constrangida por alguém ter me ouvido cantar.

- Para quem é?

Penso antes de falar. Nunca escrevi uma música pensando em alguém em especial, sempre quando me dava vontade eu pegava um papel , ou ate mesmo meu braço, e escrevia a letra, ou até mesmo na mão para não esquecer.

- Não sei. Digo dando de ombros.

O silêncio surge entre nossa conversa, deixando algo a mais a desejar.

- Obrigada. Diogo novamente fitando o chão.

- Por?

- Ter me ajudado a procurar o Thomas, eu acho que... quer dizer, tenho certeza de que não viveria sem ele. Digo parando para olha-lo.

- Apesar de tudo, você pode contar comigo. Diz ele sorrindo de canto, deixando uma covinha aparecer.

- Hum. Digo sem saber o que dizer, ou até mesmo o que pensar sobre esta pequena frase:" Pode contar comigo". Acho que esta frase tem uma marca importante em mim, ela já me fez acreditar em pessoas que não eram precisas.- Obrigada... Acho.

O silêncio surge novamente entre nos, deixando um ar de... dor angustiada.

Leonard sai de perto de mim batendo o pé. Olho ele se afastar cada vez mais e passar feito um furacão quase derrubando um galho da arvore. Tudo bem que tem certas palavras que eu digo que é capaz de matar, mas tem palavras que são ditas sem a mínima intenção de machucar, e eu não disse nada que pode ter feito ele se magoar? Disse?

Continuei o caminho em silêncio, sem entender o Leonard. Até Thomas dizer que já estamos chegando em casa fui andando de cabeça baixa o resto do caminho, tentando ver aonde eu errei para o Leonard sair daquele jeito, se é que errei. Quando chegamos na casa, a galinha sem sal foi a primeira a sair de lá com um brilho no olhar que resplandecia na noite.

- Maya?! Chama Tom a galinha sem sal.

- Oii!!! Grita ela saindo pela porta, indo ao seu encontro, agarrando seu pescoço em menos de 2 segundos.

Sinto uma vontade enorme de vomitar quando ela beija seu rosto, deixando ele sorrindo igual um palhaço.

- Pensei que havia perdido você. Diz ela em seus braços.

- Nunca. Diz ele.

Leonard passa por mim como um furacão, levando tudo consigo, o fito pelas costas, já estava cansada daquela frescura dele.

- Vai falar com ele. Disse Mel parando ao meu lado.- Aposto que ele quer te ouvir.

Olhei para o lado, tentando buscar alguma coisa sobre o que ela estava querendo dizer. Eu não queria saber sobre a vida de Leonard quando a minha vida estava um desastre.

- Um dia. Digo sussurrando.- Um dia.

Mel sai de perto de mim deixando-me sozinha por alguns segundos com meu pensamento. Eu podia me fazer de boazinha e ir atrás do Leonard, "mas" ele já me aprontou muitas coisas, já quase fui mandada embora por causa dele, quase um cachorro de rua me mordeu, quase fui esquecida na biblioteca por causa dele, tudo que acontece na minha vida é por causa dele... Ele é o meu problema.

Levanto meu olhar para o céu, tentando imagina o que seria de mim se não estivesse chegado naquele orfanato, e se eu não tivesse encontrado o Tom, ou se eu não tivesse encontrado o ...

- Vamos entrar maninha? Pergunta Thomas, me fazendo voltar ao mundo real.

Respiro fundo, fecho os olhos.

- Sim. Vamos.

Entro na casa e vou direto para o meu quarto deixando os outro na sala comentando o que eles iam fazer a partir de agora, pois só temos algo que temos certeza, quer dizer garantia, temos uma casa.

Deito na cama e me deixo envolver pela calma que entra no meu quarto, fazendo-me cair em um sono profundo.

Continua...