Capítulo 14

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  COMPLETO ATÉ DIA 24/06/17  

            – Está fazendo o que aqui sentado no chão? – Liv me pergunta assim que me vê.

– Pensei que tu ainda não tinha chegado do orfanato e resolvi esperar. – Levanto do chão e entro no seu apartamento.

– Já faz um tempinho que cheguei. Estava no banheiro vomitando mesmo. – Dou um beijo no seu rosto e me atiro no sofá.

– Bibi dando trabalho?

– Sim. – Ela coloca a mão na barriga, que começa a aparecer. – Nem o remédio que o médico me deu adianta. Não vejo essa fase passar. O Leco entra em pânico quando eu começo a vomitar como a guria do exorcista, late na volta do André para que ele faça alguma coisa.

– Ele é um irmão prestativo. Falando nele, cadê o Leco e o André?

– Foram correr um pouco. E aí, o que te traz aqui numa tarde de sábado?

– Trouxe um presente para a minha afilhada. Estava no shopping e não resisti quando eu vi.

Entrego a sacola rosa para ela que se senta ao meu lado como uma criança recebendo o seu presente de natal.

– Ahh que lindo!

Olívia coloca no colo o Body rosa com um ponto de exclamação amarelo e em volta escrito: Perigo! Dindo Ciumento.

– Que fofinho! Obrigada, dindo! – Ela me abraça.

– Comprei um para o Otávio também, Keep Calm and chama o Dindo!

– Eles vão ficar lindos vestidinhos assim!

Vejo o sorriso da Olívia e me contagio.

Geralmente ir ao shopping nos finais de semana não é o meu forte. Em todos os casos, a essa hora, eu estou recém acordado, e geralmente com uma filha da mãe de uma dor de cabeça de beber na noite passada. Mas como eu não bebi ontem, e nem consegui dormir direito, eu tive que sair de casa para fazer alguma coisa.

Eram sete horas e eu já estava correndo na rua. Tinha desistido de tentar dormir há muito. Na real, não sei se conseguir pregar os olhos por mais de meia hora. Estou agitado.

O motivo disso?

Simples.

Eu e a Carla nos beijamos ontem. E não foi só apenas uma vez, eu perdi as contas...

Foi um momento único. Quando eu coloquei os meus olhos nela, percebi que precisava fazer alguma coisa. Parei de pensar em tudo a nossa volta e me concentrei na sua boca.

E caramba.... Eu nem me lembrava como era se sentir tão bem, e vivo, assim com outra pessoa.

Fui bem recebido, ou pelo menos assim eu acho, porque em nenhum momento eu fui negado, afastado, ou levei um tapa na cara ou um "joelhaço" no meio das pernas. E eu sei que a Carla poderia fazer qualquer uma dessas coisas para me afastar, já presenciei ela batendo na cara de um homem.

Perdi a noção do tempo de quanto tempo ficamos ali, encostados na minha gaveta de talheres, perdidos um no outro. O mundo parou, a paz mundial reinou e a cura de todos os maus foram resolvidas enquanto estávamos nos beijando.

E continuamos, por um tempo, mais uma vez e novamente dentro do carro quando eu fui a levar para casa.

Porém, eu só fui me dar conta das proporções de tudo isso quando estava em casa. Eu havia beijado uma guria que tem idade para ser a minha filha, aliás, ela e a Luiza têm dois anos de diferença. Parabéns, Luiz, agora tu é um velho tarado por novinhas.

LuizOnde histórias criam vida. Descubra agora