Cap.01

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Amanda Teixeira

– Buscar quem?

– Sua mãe veio lhe buscar, Amanda.

O sotaque carregado do Diogo me tira de transe.

Minha mãe levanta a mão pedindo um momento e depois segura meu ombro me guiando para o sofá.

– Filha, lembra que eu prometi que voltaria para lhe buscar? Então, esse dia chegou.

– 3 anos depois.

– Aconteceu muita coisa, mas eu nunca esqueci de ti. Você recebeu os presentes? - reviro os olhos.

– A senhora me comprava com presentes. - me encosto no sofá. – Isso não muda o fato que não tive uma mãe presente.

– Foram só 3 anos...

– "Só" 3 anos? - eu ri nervosa. – Não sei pra você, mas para mim que perdi um pai, só 3 anos é muito tempo.

Paro de falar porque uma enorme vontade de chorar me invade.

Eu não vou chorar.

– Me desculpe. - ela pede, sua voz baixa.

Silêncio.

Minha avó me encara, sua expressão pedia para que eu fosse compassiva.

Eu vejo como minha mãe está melhor agora, se ela não tivesse viajado aposto que ela estaria triste até hoje. Pouco provável que superasse e acabaria me prejudicando também.

Respiro fundo.

– Quem é seu filho? - mudo de assunto.

Percebo que o Diogo suspira aliviado antes de responder.

– Ele se chama Henry, vocês vão ser irmãos.

– Meio irmãos, biologicamente falando. - conserto. – Mas eu não quero ir a...onde mesmo?

– Londres, é tão lindo lá, me encantei assim que cheguei. - minha mãe diz. – Amanda, você vai conosco sua passagem já está comprada.

– Não é assim que a banda toca. E a minha avó?

Não queria deixar minha avó aqui sozinha, sentiria muita saudade já que ela me criou esses anos que minha mãe esteve fora.

– Eu vou ficar bem, minha neta. Já sou de maior, esqueceu? - ela pisca e eu dou um sorriso.

– Porque não vai com a gente?

– Tá doida? E minha floricultura? As flores não vão se regar sozinhas.

– Eu não quero ir. - choramingo.

Minha mãe suspira antes de falar.

– Depois de anos estamos juntas de novo, eu não quero perder nem mais um minuto do seu crescimento, eu sou sua mãe e quero que esteja comigo. Eu precisava me estabilizar para também levar a estabilidade para você. Errei em ficar muito tempo fora e quero consertar isso, me desculpe por tê-la deixado minha filha, espero recompensá-la agora. Por favor, vem morar com a gente, vem morar comigo.

Como falar não numa situação dessas?

– Ok.

...

Levei até o último minuto que restava arrumando minhas malas...

Minha mãe e o Diogo Salvatore voltaram pro hotel nesse período e eu aproveitei pra chorar quase uma hora com minha avó.

Estou agora dentro do aeroporto. Coração a mil, olhando talvez pela última vez meu país natal.

– Vó, eu prometo que venho te visitar, e vou fazer vídeo chamada todos os dias.

Sinceramente Apaixonados - Meu Meio Irmão // REPUBLICANDO Onde histórias criam vida. Descubra agora