Spell 8

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"— Como assim, vocês vão trazer o meu filho de volta? — Ela não podia acreditar no que os jovens à sua frente tinham colocado na cabeça. — Vocês não sabem com quem vão lidar. Qualquer pessoa que oponha aos nobres desta cidade vai viver o resto da sua vida na miséria. Ouçam eu estou muito agradecida por quererem ajudar, mas...

— Não se preocupe senhora! — Aurélia tinha um olhar doce mas firme. — Somos fortes o suficiente, para lidar como tudo isto. Apenas pedimos que cuide bem da sua filha. Desta vez não a podemos levar connosco."

Por todos os caminhos por onde iam chamavam a atenção. Mesmo na cidade havendo um grande e variado conjunto de características, aquele grupo era sempre o centro das atenções. Já havia passado um tempo desde que deixaram a casa da mãe de Nina. A mulher não parecia nada confortável com o fato de deixar algumas crianças tratar do assunto da sua família. Se pudesse ela teria pedido ajuda à polícia da cidade, porém todos sabiam que eles não fariam nada para benefício dos cidadãos da zona pobre. Para eles, essas pessoas eram como lixo andante.

De todas as pessoas, estes estariam em segundo lugar de corrupção. Em primeiro lugar era ocupado pelos nobres. Muitos deles apenas se tinham candidatado aquele posto, pois assim poderiam fazer o que lhes apetecer, que ninguém ousaria levantar a voz para os contradizer. Os poucos que não eram assim não podiam desobedecer às ordens dos superiores, e o tempo encarregava-se de os tornar monstros como os outros. Havia alguns que conseguiam escapar à mentalidade repugnante, mas no exato momento em que descobrissem que tinham ajudado alguém que não deviam, sofreriam igual ou pior que as pessoas da parte pobre da cidade.

Ao ver o olhar determinado das pessoas à sua frente rendeu-se. Mesmo que os tentasse impedir, eles o fariam do mesmo modo. A sua mente dizia-lhe que não o deveria fazer, no entanto também lhe dizia que não o iriam conseguir, então não faria mal. No melhor dos casos aprenderiam o quanto aquele mundo era cruel e injusto. Era uma excelente oportunidade para isso. Ela murmurava isso para si, mas no fundo queria que eles trouxessem o seu querido filho de volta. Que mãe não o queria. Por fim, depois de alguns suspiros e tentativas fracassadas de os fazer mudar de ideias revelou como era a aparência do seu filho.

Era um rapaz alto, com curtos cabelos cor de caramelo e vibrantes olhos verdes. Muitos diziam que ele era capaz de ver criaturas mitológicas com eles. O seu constituinte era esguio mas forte devido aos duros trabalhos na horta. Possuía algumas sardas no rosto, e era portador de uma pele levemente morena. Segundo ela, assim que olhassem para ele, saberiam logo quem era. Contou ainda que o seu nome era Christopher. Assim que memorizaram tudo o que a mulher tinha dito, o peculiar grupo de adolescentes saiu em direção à parte nobre da cidade.

Ao longe já se conseguia ver as grandes mansões e altos prédios incrivelmente trabalhados. Muito provavelmente os seus interiores seriam ainda mais luxuosos e magníficos que os seus exteriores. Se bem se lembravam, Justin tinha dito que o leilão seria levado a cabo perto do restaurante "La Gutier". Agora só precisavam saber onde é que este ficava.

Tentaram perguntar a algumas pessoas, porém naquele sitio toda a gente olhava para o chão. Como se alguém fosse morder por fazer contato visual. Ninguém cumprimentava ninguém. Se por algum motivo duas pessoas esbarrassem, começava uma longa discussão e como não podia faltar vários olhares de desprezo no qual cada um se sentia superior ao outro. Cada um tinha a sua opinião da cidade, mas se havia algo em que todos concordavam é que a mentalidade daquelas pessoas era repugnante.

Percorreram todo o lugar e mesmo assim não encontraram o tal restaurante. Para um sítio assim tão relativamente pequeno, estava a ser bem difícil encontrar a tão procurado edifício. Rondavam uma das ruas principais quando viram uma garota chamando pelo irmão. As pessoas olhavam em desaprovação na sua direção. Aurélia foi a que se aproximou dela.

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