Prólogo

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Estava tarde quando meus pais e eu saímos do Jona's naquela noite, era basicamente a única lanchonete da cidade. Meu pai me colocou nos braços e entrelaçou os dedos nos da minha mãe. Nós éramos uma família normal. Sei que éramos. Bom, o meu tio na época acabara de sair da cadeia, meus avós já haviam falecido, mas a gente ficava longe de problemas. Tínhamos uma boa casa, papai tinha um bom emprego, porém, aquela noite que deveria ter sido divertida e em família, se tornou a pior da minha vida.

- Me dá a porra da bolsa! - gritou um dos ladrões encapuzados, apontando uma arma.

- Dá a bolsa pra ele, Amanda. - papai disse para minha mãe sem me largar.

Com todo o cuidado, mamãe entregou a bolsa para o assaltante, enquanto seu comparsa mandava que meu pai me colocasse no chão. Depois de pegar tudo que tínhamos, os dois ladrões estavam se preparando para ir, mas as sirenes anunciavam a chegada da polícia, pois alguém que passara por alí viu a ação dos bandidos e pediu ajuda. Os bandidos ficaram putos de raiva e começaram a correr, mas um deles se virou, apontou a arma para mim e apertou o gatilho.

Antes que a bala me acertasse, meu pai se colocou em minha frente e levou um tiro no peito no meu lugar. Ele caiu no chão, a camisa ensopada de sangue e minha mãe se ajoelhou ao seu lado. Ela começou a gritar com os bandidos e mais um tiro foi ouvido.

Dessa vez; foi minha mãe quem recebeu uma bala. E alí mesmo eles morreram.

Dias depois da morte de meus pais, minha guarda foi concedida pelo juiz ao meu único parente vivo, meu tio Marcus. Ele não era a pessoa mais qualificada para cuidar de mim e a prova disso é o fato de que Marcus subornou a minha assistente social para que não tirassem minha guarda dele.

Por que Marcus quis ficar comigo?

Meus pais deixaram dinheiro para mim e era mesmo uma boa quantia. O bastante para ter um apartamento descente e pagar uma faculdade. O dinheiro estava todo no banco e eu só pude retirá-lo quando fiz 18 anos, porém, Marcus pegou tudo para ele. Por isso Marcus me quis ao seu lado; comigo ele sempre teria dinheiro para suas drogas e bebidas.

Durante toda minha adolescência meu tio me fez trabalhar em tudo que era canto e sempre pegou todo o dinheiro que eu ganhava. Diversas vezes eu disse a ele que assim que completasse 18 anos pegaria o que era meu por direito e iria embora, mas é claro que ele não deixou e ameaçou me matar se eu fosse.

Por isso ate hoje estou nas mãos de Marcus, trabalhando para dar dinheiro a ele.

Mas isso não vai ser por muito tempo.

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