Eu imaginei a minha vida sem você, e foi insuportável

Troca

Meses depois

Muitas coisas aconteceram nos meses que se seguiram. No Brasil, Stênio cada vez mais se afogava no trabalho e no álcool. Todos estavam preocupados com o advogado e temendo que o pai pudesse fazer alguma loucura, Drika e Pepeu se mudaram para o apartamento de Heloísa, com a desculpa de que queria ficar o mais perto possível da mãe. Cada um, de sua diferente forma lidava com a dor.

Drika, dando um último adeus a sua mãe, prometeu que tomaria um rumo em sua vida. Iria parar de viver as custas do pai, e seguiria com suas próprias pernas.

Maitê precisou de ajuda profissional, era muito difícil para ela suportar a ideia de que nunca mais voltaria a conviver com Heloísa.

Mas, diferente de como muitos pensavam, Heloísa não estava morta.

Itália

Antonella Molinari, casada com Dante Molinari há 5 anos, não tinham filhos, eram donos de uma empresa famosa de publicidade, os pais morreram em um acidente de avião, não tinha parentes próximos e era italiana legítima. Por que aquilo tudo soava estranho? Por que toda vez que Dante a beijava ela sentia nojo?

Ela, por mais que tentasse, não conseguia se adaptar aquela vida, era como se estivesse vivendo a vida de outra pessoa. Sentia falta de algo, algo que nem ela mesmo sabia.

- O que você tem? - Dante pergunta observando o quanto a mulher estava pensativa nas últimas semanas. Sentia um medo fora do normal de que ela estivesse se lembrando de tudo.

Desde que a viu pela primeira vez, desacordada em uma cama de hospital, ele se apaixonou. Não sabia como nem porquê, mas o seu desafeto acabou se tornando a pessoa mais importante de sua vida, e não deixaria ninguém tira-la dele, nem que para isso tivesse que matar.

- Nada, só estou um pouco cansada. Esses remédios são muito forte. Eu preciso mesmo tomar isso todos os dias? Já estou boa.

- Se você está boa, é graças a esses remédios que estão fazendo efeito. O cansaço é apenas um efeito colateral.

- E quanto tempo eu tenho que tomar isso?

- Até John achar que é necessário.

- Já fazem 6 meses, Dante. Não é possível que uma pessoa tenha que tomar remédios pela vida toda por causa de um simples acidente. - Se irrita. Por que tinha que tomar aquilo?

- Você não é médica, John sim. Se ele disse que você tem que tomar, então você irá tomar. E sem mais reclamações, não estou com cabeça pra chilique de mulher. - Antes que ela possa falar algo, ele saí do quarto a deixando furiosa.

Após mais um dia exaustivo, Barros chega em casa estranhando ao se deparar com a porta encostada. Tinha certeza que antes de sair, checou se tudo estava trancado. Com a arma em punho, adentra a residência se surpreendendo quando encontra um homem jogado em seu sofá, bebendo cerveja e assistindo futebol, como se fosse a coisa mais normal do mundo.

- Demorou hein? - Gabriel não se intimida ao vê-lo armado.

- O que você está fazendo aqui? Quem deixou você entrar? E tira os pés do meu sofá. - Abaixa a arma.

- Muitas perguntas, irmãozinho.

- Veio atrás de dinheiro? Ou se meteu em alguma roubada? Já disse que não vou mover um dedo pra te ajudar.

- Eu preciso de você, sim. Mas por enquanto você pode começar a preparar o jantar. Estou morrendo de fome.
- E por que eu faria isso? Eu nunca vou ajudar um bandido que se vende por qualquer coisa. Se você não sair da minha casa agora, eu vou ligar pra polícia e vou fazer o que eu não tive coragem durante esses anos, te entregar.

- Eu tenho muito orgulho do meu trabalho. Vender informações já me rendeu mais dinheiro do que você vai ganhar em 100 anos nesse trabalho de merda que você tem.

- Você tem cinco minutos pra dizer o que quer.

- Informações de um bandido amigo meu.

- O que te faz pensar que eu te daria informações da polícia?

- Eu tenho algumas informações importantes sobre a Helô. Podemos trocar, você me diz como encontrar o meu amigo, e eu te digo onde encontrar sua amiguinha.

***

Oi gente, desculpa pela demora. Obrigada a quem vota, comenta ou apenas lê.