Capítulo 4

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Ainda não sei o que aconteceu exatamente, todos escondem as coisas de mim, dizem que vou me lembrar aos poucos, mas não aguento receber visitas de pessoas que não me lembro.
Nada me faz lembrar, tenho pesadelos e não sei se são lembranças ou só sonhos mesmo. O médico disse que depois tudo vai ficando mais claro, mas tenho medo.
Conheci o meu pai, meus irmãos e uma amiga chamada Patrícia, mas por mais esforço que eu faça não me lembro, aquele homem, o Henrique minha mãe me disse, tem quase dois dias que não o vejo, o médico pediu para ele esperar até o dia da minha alta, eu ficava muito alterada toda vez que o via.
Depois que acordei fiquei mais quatro dias nesse hospital e hoje finalmente vou embora.

- Minha filha o Henrique esta ai, posso pedir para entrar?

Penso um pouco, não quero ir com ele, ele é totalmente um estranho para mim, bom todos são, mais quero ficar com minha mãe, com minha família.

- Não quero vê- lo...
- Filha esses dias ele esteve aqui, acompanhou você dormir e quando ja estava quase na hora de você acordar ele ia embora, para não te deixar nervosa.
Foi ele que deixou essas rosas.
Ele te ama muito, e esta sofrendo muito amor.

Não quero vê-lo, a Joyce disse que somos casados, como pode eu ter esquecido o melhor momento da minha vida, grito dentro de mim!
Mais vou me esforçar  para lembrar.

- Esta bem...

Percebo lágrimas no olhos dela, percebo também que eles gostão muito dele.
Quando ela abre a porta primeiramente vejo balões de formato de coração e depois uma cesta de chocolate.

- Henrique o que é isso?
Ela pergunta achando lindo.
- Estou feliz dona Joyce.

Ele da um beijo no rosto dela e vem em minha direção e beija a minha testa.

- Hoje minha vida vai para a casa.
- É... eu achei que ia para a casa dos meus pais...
- Amor... achei que íamos para nossa casa.

Percebo o seu tom de voz, entristecido, até mesmo seu semblante.

- Queria ir com meus pais, minha família...

Ele passa a mão nos cabelos molhados e não esta mais com a barba por fazer.

- Henrique pode ser bom para Ana Clara passar uns dias lá em casa, vão ter coisas lá que podem ajuda-la a lembrar.
- Eu estava tão ansioso para te-la comigo de novo, mas tem razão.
- E eu cuido dela, sei que você iria estar lá e contratou uma enfermeira, mas será só uma semana.

Ela passa a mão em suas costas e ele pega a mão dela e a beija, em seguida chega meu pai.
Todos parecem se dar muito bem com ele.

- Aqui esta a cadeira de rodas.

Diz uma enfermeira, e o médico entra em seguida.

- Boa tarde!
É Ana Clara hoje você deve estar muito feliz, não só você mais todos aqui.
Olha aqui esta a receita dos remédios que você deverá continuar tomando, e mantenha repouso e paz, tranquilidade. Como ja vimos nos seus exames não tem nada de mais, então não adianta se desesperar tem que dar tempo ao tempo e com a sua rotina habitual sua memória pode voltar também.

- Mas doutor quanto tempo demora?

Pergunta o meu pai

- Seu João não tem nenhum tempo estipulado, pode voltar hoje ou daqui um ano...
- Pode não voltar também?

Agora é a vez da minha mãe perguntar

- Sim corre esse risco.

O clima de felicidade muda

- Mas como ja disse antes é um caso em um milhão.
Então não force nada, tudo voltará aos poucos.

Me Ajude a LembrarOnde histórias criam vida. Descubra agora