Capítulo 15

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- Mas nesse dia eu não pude pois teria que fazer uma vigem rápida, para resolver alguns problemas da Montevy, saí mais cedo te dei um beijo e deixei você dormindo. Nos falamos só na hora do almoço, quando você me disse que ficaria até mais tarde novamente, mais que quando voltasse para casa teria que pegar outra pista pois a que éramos acostumados estava interditada, depois disso não nos falamos mais. 

Ele se mexe na cadeira e seu rosto esta com um semblante de medo, ele para de falar e se levanta, vai ate a janela e olha para fora. O olhando assim de costas percebo que é fácil amar um homem assim, ele é amável, compreensível, não faz questão nenhuma de esconder seus sentimentos.  

 - Um pouco mais das 10 horas da noite quando estava saindo do hotel para voltar para a casa, recebi  o telefonema do resgate que um carro estava sem freio em alta velocidade bateu no seu do lado do passageiro e fez com que o seu capotasse uma vez.                                                                       Me disseram que o seu caso era gravíssimo, que além dos ferimentos serem muitos, você havia batido a cabeça e se não morresse poderia ter sequelas.

Continuo calada, é como se eu estivesse vivendo toda a cena na minha cabeça e sei que ele deve estar fazendo o mesmo.

- Pediram que eu chamasse toda a família para que fossem  ao hospital, estavam fazendo uma transfusão de sangue e as suas chances eram poucas.

Ele virou para mim, e em passos largos me alcançou na cadeira, com as duas mãos encaixou meu rosto no meio delas, com toda ternura ele beijou lentamente a cada pedacinho do meu rosto, estava com lágrimas nos olhos, pegou em meus ombros me ajudando a se levantar, depois me deu um abraço, não apertado, mas acolhedor e nele se demorou até que seu coração se acalmasse. Se cheguei a achar que algum dia não fui bem tratada ou realmente amada por ele, aqui esta a prova que ele me ama e que me amaria mesmo se não estivesse tão bem assim. Eu preciso tentar quebra a barreira que eu coloquei contra ele.                                                                       Aos poucos ele vai me soltando e aquelas lágrimas agora estão em seu rosto, sem pensar muito as seco com minhas mãos, e como que por reflexo de um momento ja vivido antes, eu faço o contorno de seus olhos, nariz, boca, queixo... Ele esta de olhos fechados e não se move, suas mãos estão caídas na reta do seu corpo. Seu perfume, me trás uma sensação boa, por um momento tenho vontade de beija-lo, mas como se por um lembrete que estou em território desconhecido o telefone toca, ele abre os olhos e pergunta:

- Quer que eu atenda?       

Pisco algumas vezes e balanço a cabeça que sim. Ele calmamente se afasta e vai para a sala.          Nossa o que foi que eu fiz? não podia ter quebrado a barreira que é melhor para os dois.                  quando ele volta eu estou sentada e com a comida nos pratos, com aquele distanciamento que ele entendeu que apesar do momento anterior, nada mudou.                                                                         Depois de um tempo ja comento eu quebro o silêncio.

- Quem ligou?                                                                                                                                                                          - Sua mãe Ana, me desculpe esqueci completamente de te falar.                                                                  - Não tem problema, o que ela falou, não quis falar comigo?                                                                            - Ela ligou para que não ficássemos preocupados, seu pais esta bem, ja em casa e precisou engessar o pé, ela não quis que eu te chamasse para não incomodar, me desculpe mesmo Ana, quando eu cheguei e vi você me olhar como se eu fosse um estranho me fez esquecer de tudo antes.                                                                                                                                                                                          - Henrique na verdade você ainda é um estranho para mim, nada mudou, eu não lembro de nada, gostaria de espaço...                                                                                                                                                - Eu entendo Ana, amanhã vai vim a Alexandra, uma fisioterapeuta, passar o dia com a gente, ja tinha contratado ela assim que você saiu do hospital, mas depois disse não iria precisar, ela começaria na segunda, mais acredito que amanhã ela vem sem problema.                                                                

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