Capítulo 7

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- Oi amiga.
- Oi
- Não foi trabalhar hoje Patrícia?
- Não dona Joyce, logo cedo o Henrique me ligou e disse que era para eu vim ficar com a Clara, eu poderia ajudar em alguma coisa.
- Como é um amor o meu genro
- Você trabalha para ele?
- Sim Clara, e você também trabalhava até um ano e meio atrás.
- Eu não trabalho mais?
- Sim minha filha, trabalha como secretária de um arquiteto, você e a, a nossa acho que esqueci o nome dela, que deve estar sentindo muito a sua falta.
- Amiga você e o Henrique se gostavam mas ele era noivo, ai você decidiu sair de perto para poder esquece-lo.
- E ele?
- Ele não participava mais das reuniões e quase não ia trabalhar, o Felipe conversou com ele, até ele decidir te fazer uma surpresa no dia do seu aniversário.
- Ele veio aqui em casa meu amor e contou para o seu pai e para mim o que estava acontecendo, e disse que não sabia mais viver sem você, que ja tinha terminado o noivado e tinha medo de você o rejeitar, convidou seu pai para conhece-lo melhor e o levou até aonde trabalha, para que seu pai não se opusesse ao relacionamento.
- Amiga ele foi um fofo.

Não falo nada, sei que todos gostam dele, e eu não tenho nada contra também, mas não consigo me lembrar, e preciso porque ele é um completo estranho para mim.
Na hora do almoço ele ia almoçar comigo e minha mãe ja sabia, ela e o meu pai estavam na expectativa dele chegar e até o meu pai me falava sobre ele.

- Sabe minha filha, o seu marido é um homem bom, ele sofreu tanto quanto a gente com o seu acidente, ficou do seu lado o tempo todo, dormiu por várias noites em seguida no hospital com você.
Emagreceu muito e já não ia trabalhar.

A campainha toca e minha mãe atende, da porta o vejo sorrir e ele beija o rosto da minha mãe e vem ao meu encontro, beija minha testa e aperta a mão do meu pai.

- Oi amor, tudo bem?
Diz se sentando ao meu lado.
- Ainda sinto um pouco de dor e não lembrei de nada.
- Vai ser aos poucos, não pense muito.

Ele acariciando meu rosto, um toque tão bom de se sentir.
Com um olhar que parece me conhecer tão bem.
Meu pai sai e fala algo que não consegui entender e ele continua olhando para mim, tão próximo.

- Estou sentindo a sua falta Ana,
volta comigo...

Ele esta me acariciando, e por um instante acabo aceitando e até achando a sensação boa.

- Acho que vou te atrapalhar assim.
- Ana você é minha mulher, quero cuidar de você, sinto muito a sua falta.
- Acho melhor não eu estou bem aqui, queria até te falar que eu precisava de mais uma semana.
- Você não quer ir para casa?

Ele interrompe o carinho e sei que ficou triste.

- Eu quero lembrar...

Ele ia abrir a boca para falar algo, mas minha mãe chegou e avisou que o almoço estava pronto.
Henrique sentou do meu lado e não perdia a oportunidade de me fazer carinho ou de segurar a minha mão.
Foi um almoço agradável, todos reunidos na mesas.
Henrique a pedido da minha mãe orou pela nossa refeição.
Agradeceu por todos ali presentes e principalmente por ter me livrado e me protegido, porque eu era a "menina de seus olhos", orou pelo alimento e disse Amém!
A oração assim em volta da mesa todos de mãos dadas me foi família, como se já tivesse feito antes. Aquela simples oração do Henrique mudou alguma coisa dentro de mim, mas quando ele tentou pegar a minha mão novamente eu peguei meu copo para cortar a aproximação.

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