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Mesmo quando estava tentando manter minha mente ocupada, o mundo a minha volta era sombrio e opressor, enchendo minha mente de medo. Minhas mãos descansavam sobre o jeans claro, meus olhos estavam fixos ao painel a minha frente e meus pés não demoraram a se mexer. Pra cima, pra baixo. Num ritmo frenético. Não demorou muito até que a mão pesada de Bennet se fixasse na minha coxa, parando o movimento da minha perna. Olhei para ele, que continuava a prestar atenção na rua a sua frente. Um suspiro saiu de meus lábios antes mesmo que eu pudesse conte-lo, atraindo a atenção de Bannet por alguns segundos.

-Esta tudo bem? –perguntou solicito. 

Eu o olhei, e antes que pudesse me dar conta estava falando sem parar, contando sobre minha infância, sobre minha relação com meus irmãos. Bennet era silencioso de uma maneira assustadora. Às vezes ele me olhava e sorria, concordando com algo. Eu estava fazendo um monologo assim como Mia costuma fazer. 

-Uma vez, quando eu tinha oito anos, Tyler cortou meu cabelo enquanto eu dormia. Ele tirou pelo menos uns sete centímetros do meu cabelo. Mamãe ficou tão brava com ele, que o colocou de castigo por um mês inteiro. Eu chorei o dia todo, e lembro que jurei nunca mais falar com ele. E eu tive que cortar meu cabelo na altura do ombros. –eu estava tendo uma diarreia verbal, não conseguia parar de falar. - Mas no dia seguinte voltei a falar com ele... Você é muito quieto.

-E você fala muito – sinto minhas bochechas esquentarem.

-E você fala de menos – retruco encarando seu perfil. Um sorriso surge em seus lábios.

-Falo apenas o necessário –ele me olha sorrindo, e completa- Eu gosto da sua voz.

-Então. –digo, para tentar tornar as coisas menos complicadas do que se tornou de repente. –O que nós vamos fazer?

-Está quase no horário do almoço, pensei que poderíamos ir comer algo caseiro. –ele diz, me olhando cautelosamente.

-O que foi?

-Estamos indo para minha casa.

-Por quê? –pergunto confusa.

-Não se preocupe, não vou te sequestrar nem nada do tipo. 

Após estacionar eu olho em volta, estamos no subsolo de um prédio elegante e imponente. Não espero Bennet vir abrir minha porta, eu saio do carro assim que sua porta se fecha e o espero chegar ao meu lado. E há aquela sensação de calor novamente quando nossas mãos se tocam. Eu balanço um pouco e olho para nossas mãos unidas.

Subimos vinte e cinco andares, até o elevador parar suavemente num hall de entrada, claro e bem decorado. Havia um quadro pendurado de frente ao elevador, e uma mesa de centro, toda trabalhada na madeira.

-Você mora aqui há muito tempo? –pergunto.

-Há pelo menos quatro anos. –ele diz abrindo a porta de entrada e a segurando para mim. No interior o teto era trabalhado, tinha colunas brancas e piso de mármore e uma vista para toda Seattle, proporcionada por uma grande janela - Fique a vontade, eu vou volto já.











De: Mia M. Ziemann

Para: Emily M. Ziemann

Data: 8 de maio. 11:57 am

Assunto: Paradeiro.

Tyler está com um humor do cão, e não quer falar com ninguém.

Onde raios você se enfiou, Emily?

Todo mundo está que nem louco te procurando.


Kath disse que você saiu, mas não sabe para onde.








Lafayette. NO LIMITE DO SEU DESEJOOnde histórias criam vida. Descubra agora