22.

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-Você viu aquele vestido azul? –Mia grita lá do quarto.

-Provavelmente deve estar na mala. –eu a respondo, saindo do banheiro apenas de biquíni. Eu observo a maneira como minha irmã anda pela sala. Passos rápidos demonstrando todo o seu nervosismo, seus ombros estão tensos e a mandíbula travada. Eu duvido muito que ela aguente o tranco até o horário do almoço. Céus, ainda eram oito e quinze da manhã e a mulher estava uma pilha de nervos.

-Acho que eu vou morrer!

-Vire esse boca pra lá! –eu mando enquanto pego o roupão lilás de cima da cama. As inicias M.Z estão estampadas em branco em letra cursiva nas costas- Eu vou pegar algo para comermos aqui, você está cheirando a desespero! Se recomponha mulher, preciso que você fique sã até o almoço. –eu beijo o rosto de Mia, e saio do quarto.

Eu desço a escada devagar, e antes mesmo de alcançar o piso eu ouço vozes altas vindo da cozinha. Alex, Christopher, Bennet estão em volta do ilha da cozinha. Mamãe e a senhora Lafayette estão no fogão e conversam animadas.

-Bom dia –eu cantarolo, atraindo a atenção para mim. Eu sorrio e ando até o lado de minha mãe.

-Bom dia meu amor –mamãe me cumprimenta com um beijo na bochecha e a senhora Lafayette faz o mesmo, sorrindo carinhosamente para mim.

-Ora sua pequena ladra, onde está meu beijo de bom dia? –Alex me acusa enquanto mastiga o que parecer ser omelete. Eu o encaro sem entender, e me aproximo dele.

-Do que você está falando? –eu beijo sua bochecha, e recebo em troca um beijo demorado em minha testa.

-O roupão –ele sorri para mim- Este não é seu.

-Oh, e como você descobriu Sherlock? –eu brinco e roubo um gole do seu café. Eu dou a volta em meu irmão e deixo um beijo em Christopher e Bennet. Eu pego um prato e coloco duas colheradas generosas de ovos mexidos, e seis fatias de bacon de peru. Pego dois talhares e os guardo no bolso do roupão.

-Quer panqueca, querida? –mamãe pergunta me apontando a espátula.

-Vou aceitar mamãe –eu sorrio para ela- Na verdade eu aceito quatro.

-Quatro? –Alex pergunta e fica me encarando divertido com seu olhar indo do prato em minha mão as panquecas que mamãe me estende- Eu sei que você é esfomeada, mas... Está passando fome em casa?

-Por acaso, nós temos uma irmã também. E eu sou uma pessoa maravilhosa, então vou levar o café para ela. –lhe mostro a língua e me sento no banco ao lado de Bennet. –Como foi ontem?

-Você iria ter gostado. –Alex comenta bebericando seu café- Era festa glow. Muita tinta e essas paradas que você gosta.

-Esta de sacanagem? –eu pergunto- Deveria ter ido!

-Oportunidades não faltaram. –ele pisca para mim, e se levanta- Vou te ajudar a levar as coisas.

Eu sorrio agradecida para Alex, e com um "Vejo vocês depois" eu saio com meu irmão em direção ao segundo andar. Alex se aproxima e passa o braço livre sobre meu ombro, e me puxa para si. Subimos as escadas abraçados, e por uma sorte divina eu não deixo nada cair.

                                                                                         _-_-_-_-_

Minhas pernas tremiam no assento da mesa de jantar quando a campainha enfim tocou. Todos estavam curiosos, claro que menos eu e Mia. Nós estávamos apavoradas com desfecho que esse almoço teria. Provavelmente Henry estava sentindo o cheiro do meu desespero, pois ele não parava de segurar minha mão por de baixo da mesa.

Lafayette. NO LIMITE DO SEU DESEJOOnde histórias criam vida. Descubra agora