2- Continuando.

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Bem entender a minha história não é exatamente fácil. É muita historia que eu tenho para contar, e é pra isso que estou aqui.
Tudo começou em um lindo verão de 1982, quando meus lindos e loucos pais se conheceram. Eles tinham apenas 16 anos de idade e estavam no mesmo acampamento de verão para jovens artistas. Nessa época os dois tinham grandes potencias e sonhos que envolviam a arte. Meu pai toda vida foi rico, sabe? Filhinho de papai, tinha aquele lance de ser o Sucessor do pai no negócio da família. E óbvio que meu pai não queria, ele tinha o grande sonho de ser mochileiro e se encontrar, tocando seu amado banjo, meu avô por outro lado tinha nojo da palavra mochila. Minha vó era mais de boa e para o meu pai não virar um doido varrido ela decidiu mandar ele para o tal acampamento. Já a minha mãe sempre foi muito louca e amava ajudar os outros de todas as maneiras que ela pudesse. Por ser uma boa garota e muito só, podia fazer o que quiser. Maus pais eram como dois ímãs que se atraiam e se repeliam ao mesmo tempo, a história é muito longa pra esse pequeno capítulo, por isso contarei em outra oportunidade.

 Acontece que eles se apaixonaram loucamente, e fizeram um monte de loucuras juntos e... Bem era tudo muito louco, mas por infelicidade do destino foram separados ( e por um pouco de covardia também) Depois de alguns anos eles se reencontraram... Daí já sabe né? Os dois estavam carentes... Passando por problemas no casamento... E pumba! Uma coisa leva a outra, então eu nasci.
Claro que teve mais um monte de tretas e rolos nessa história, mas no final os dois decidiram que era melhor voltar para a vida normal já que juntos em apenas uma noite deu essa confusão toda, que no caso sou eu.

Bem essa foi minha origem, um pouco dela pelo menos... Acontece que eu não sou filha oficial de nenhuma das duas famílias que convivo, e isso não é muito fácil de lidar. Apesar de eu ser rodeada de gente o tempo todo ( acredite, o tempo todo mesmo) Me sinto na maior parte do tempo sozinha, deslocada e muito diferente de todos ao meu redor. 

Não achei que fosse me encaixar em algum lugar, na verdade ainda não acho que isso vá acontecer sabe? Mas por algumas horas por dia em um galpão abandonado, enquanto uso meu corpo para expressar tudo o que não consigo em palavras, sinto-me em paz. E olha, eu amo isso.

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