Estúpido.

1.3K 84 4
                                    


– Esta é nossa mais nova agente, Vingadores – Nick me apresentava, desta vez, a todos sentados á mesa.

– Oi – dei um fraco sorriso.

– Como vai? – Tony perguntou, mas sabia que ele não queria a resposta, então dei apenas um tímido sorriso e fitei Fury.

– Alguns já a conhecem, ou pelo menos a viram por aqui.

Todos ficaram em silêncio, inclusive eu, alguns me fitavam, outros desviavam o olhar e eu os encarava bem nos olhos, de modo que não tivesse nada a esconder caso estivessem procurando algo. Desviei o olhar quando Fury deu um tapinha em minhas costas e via Maria Hill me dar um fraco sorriso que considerei como se fosse um "parabéns".

– É seu primeiro dia aqui – ele manteve a mão em meu ombro esquerdo – e ela fez um excepcional trabalho – ele deu um fraco sorriso e enfim retirou sua mão de meu ombro – conseguiu o que nenhum de nossos agentes conseguiram até então...

– Você não me pediu – Tony deu uma fraca gargalhada.

– Não sabia que você era um agente que recebia ordens, Tony – disse ríspida.

– Pena que você é.

– E não tenho problema algum com isso – respondi.

Ele deu um fraco sorriso. Claro que ele estava gostando daquilo. Fury pigarreou e Tony voltou seus olhos para o "chefe", revirei meus olhos e olhando para o lado vi uma silhueta na sombra do outro lado da porta de marfim. Não consegui desviar meu olhar, logo ao fim da silhueta, Peter Parker observava tudo como uma criança de cinco anos escutando a briga dos pais na cozinha. Mas ali não havia briga alguma, ainda bem. Ele me lançou um olhar de advertência e entendi na mesma hora, é claro que ele não queria ser pego ali, atrás da porta, como uma criancinha escutando a conversa dos outros, dei um fraco sorriso sem mostrar os dentes e desviei meu olhar. Fury falava alguma coisa sobre como fui competente, mas em parte eu já sabia daquilo. Queria ser liberada logo para poder ir á meu novo apartamento e então encontrar com Kyle e com os outros. Sentia falta de todos eles, já assim no inicio.

Eu tinha uma missão. Uma missão secreta que incluía como maior objetivo destruir a S.H.I.E.L.D. no fim de tudo, quando a vitória for de meu grupo, perguntarão o porquê de tudo aquilo, porque quisemos acabar com a S.H.I.E.L.D., mas é algo bem simples de ser compreendido: não gostamos de concorrência. A S.H.I.E.L.D. é uma organização ultrassecreta que trás os heróis até a sociedade para defendê-los, enfraquecendo mais ainda os vilões. De certo que não há vilões sem heróis, mas não há vitórias com eles também. Não vitórias o suficiente para que fiquemos satisfeitos.

Esse papo furado de "O bem vence o mal" é literalmente um papo furado. O mal está ai, escondido em todos os lugares, as pessoas apenas não o enxergam, fazem de conta que não estão vendo ou não se preocupam, pois não estão sendo atingidas. Sim, eu sou uma vilã. Não é nada fácil dizer isso com a boca cheia – por mais que eu goste. Não gosto de rótulos, muito menos de me rotular. Em minha opinião os heróis são apenas heróis por salvarem a população, mas nunca se sabe o que fizeram para que se tornassem heróis. Sofreram, choraram, se machucaram, e blá, blá, blá, mas quem disse que nós vilões não sofremos, não nos machucamos e não choramos? Ninguém diz isso e muito menos fazem questão. Por isso não gosto de rotular, não há muita diferença entre heróis e vilões. E nesta história, na história de minha vida a vilã sou eu. A escolhida.

Fui a escolhida para acabar com a S.H.I.E.L.D., pois sempre orgulhei muito á meus "superiores" em todos os treinamentos e competições em que já concorri. E só de pensar nisso, confesso que, meu ego infla de um jeito que me faz querer sorrir. Fui bem treinada e sou capaz de destruir lugares que não conheço, e agora meu maior objetivo é destruir a S.H.I.E.L.D. não porque queremos transformar o mundo em caos, ou em qualquer coisa do tipo, mas por vingança. Por termos enfim algo realmente nosso. Parece uma idiotice, mas só de relembrar tudo o que passei com meus "irmãos", a minha sede de detonar aquele lugar e me livrar de todos os heróis só aumenta.

Never Let Me Go, Peter.Onde histórias criam vida. Descubra agora