Bom dia

706 56 2
                                        


[Fim do ponto de vista de Peter]

Abri os olhos quando o despertador tocou, soquei a mão nele e então senti minha cama tremer, Peter parecia ter acordado com toda minha indelicadeza e me xingava mentalmente por isso. Não por ele ter acordado e sim porque sabia que teria que olhar para ele após nossa noite juntos. Não sabia o que aquilo significava, queria muito procurar a Mãe e dizer que estava fora, que não queria mais e ai sim olhar para Peter sem medo e sem evita-lo. Fiquei parada, virada de costas para Peter tentando fazer com que ele dormisse novamente percebendo que não tinha acontecido nada demais, fiquei fitando sua roupa de Homem Aranha jogada no chão e então sorri involuntariamente.

Já sabia o que iria fazer.

Virei-me de frente para Peter e ele estava dormindo como se estivesse trabalhado a noite toda.

E ele realmente tinha.

Ri sozinha com meu pensamento idiota e por ter pensado logo em besteira, mas estava parecendo que estava exausto como se estivesse passado a noite toda prendendo assassinos, vilões e combatendo o mal, e talvez alguém tivesse precisado dele na noite passada, mas eu sinceramente, não estava me importando com isso. Peter mantinha um braço embaixo do travesseiro, estava deitado de bruços e com a expressão leve e contente. Provavelmente eu também estava assim, mas tínhamos que ir para a S.H.I.E.L.D., infelizmente.

Levantei da cama e o deixei ali, dormindo um pouco mais, parecia que precisava, então para que acordá-lo antes? Ao me levantar peguei minhas peças de roupas pelo chão deixando-as em cima da mesa, peguei meu roupão no banheiro e coloquei o café para esquentar na minha cafeteira elétrica, entrei para o banheiro e fechei a porta logo em seguida, tirei meu roupão e o deixei no lugar de sempre, desta vez – como tinha que ser rápida – abri o chuveiro, entrando debaixo do mesmo logo em seguida. Não demorei muito tempo para sair e assim que saí para ver o café notei que Peter ainda estava na mesma posição, deitado em minha cama. Peguei uma caneca e me servi voltando para o quarto e me encostando na cômoda de madeira escura em frente á cama.

Fiquei parada ali fitando Peter como uma psicopata retardada, estava com minha caneca branca em mão, de roupão e descalça. Parecendo definitivamente uma psicopata, mas não conseguia desviar meu olhar dele, e por mais que parece estupidez queria ficar bem ali, observando-o dormir. O que não gostaria que fizessem comigo, mas não estava me importando naquele momento. Estava encostada na cômoda quando meu celular chamou, o toque foi tão alto que até eu assustei, seguindo o som comecei a procurar meu celular e desesperadamente larguei minha caneca em cima da cômoda em que estava encostada. O celular estava na cabeceira da cama, bem perto de onde Peter estava deitado.

Fui correndo até lá e pude ver Peter mexendo, olhei rapidamente para o visor do meu celular e sabia que tinha que atender.

– Alô? – sussurrei.

– Maya?

– É.

– Por que está sussurrando? Onde está?

– Em casa – falei indo em direção á porta.

– E por que está sussurrando, Maya? – ela aumentou o tom de voz.

– Porque acostumei a falar assim – voltei a falar com a voz normal olhando para Peter na cama.

– Tem certeza?

– Absoluta – respondi de imediato.

– Certo – ela disse – como está indo?

– O que? – perguntei.

– A Missão sua tola - Ália perguntou.

– Está indo bem.

– Não teria tanta certeza disso.

Never Let Me Go, Peter.Onde histórias criam vida. Descubra agora