Capítulo III

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Graças a Deus, depois daquele episódio deplorável entre Melissa e eu ela foi acompanhar a mãe em uma viagem para a Europa, casamento de algum pobre coitado da família dela, não quis saber de detalhes. Fiquei muito feliz por um pouco de paz e liberdade dentro da minha própria casa. Porém havia algo que eu não conseguia tirar da minha mente... Aquela sensação de controle que tive ao tocar Melissa daquele jeito. Eu queria mais daquilo. Eu precisava! Mas infelizmente não podia ter. Apesar do meu casamente ser apenas de aparência eu não conseguiria trair Melissa, mas era apenas pelo fato que se ela descobrisse poderia me ameaçar com isso e tirar um belo acordo de milhões de dólares da minha querida e amada empresa.

Como não podia fazer nada com ninguém quis transformar meus pensamentos em um sadio passatempo. Comecei a comprar e colecionar diferentes artigos de dominação e submissão sexual de todos os tipos que eu encontrava. Se tornou uma espécie de compulsão minha ficar horas e horas comprando e pesquisando sobre o assunto, até meu computador do local de trabalho tinha vários sites de BDSM no meu histórico de pesquisa. Perdi tanto meu controle que não tinha mais espaço em meu quarto para guardar mais nada. Quase me esqueci que havia um grande espaço vazio e inacabado por trás daquela porta falsa no meio do meu guarda-roupas.

Não queria que ninguém soubesse sobre esse lado meu que eu acabara de descobrir, logo não pude contratar ninguém que fizesse o serviço pesado para mim. Então o fiz sozinho. Pintei, decorei, mobiliei e pus todos os meus objetos em seus devidos lugares. Meu maior fascínio eram um chicotes de couro. Quase dois metros de parede ocupado apenas por um cabideiro onde eu os pendurava. Parece um gasto desnecessário pra uma pessoa comum, mão não pra mim. Às vezes quando eu sumia, era em meu quarto de colecionador que eu estava. Trocava ideias com pessoas que tinhas o mesmo gosto, admirava cada um dos meus pertences e bebia do meu uísque favorito. Era mais do que relaxante.

Um dia em que estava no trabalho, ao invés de realmente estar focado eu estava procurando como um louco por chicotes que eu ainda não tinha e acabei me esquecendo de um compromisso muito importante que tinha para o dia. Conhecer minha nova assistente pessoal, a pessoa que substituiria a tão adorada por mim e meu pai, a Sra. Welsh. Que por coincidência bateu à minha porta no minuto em que pensei nela.

-Sr. Hans!?- Ela bateu antes de entrar como sempre fazia.

-Sim!- Me levantei fechando o notebook.

-Só queria me despedir e avisar que a nova secretária já está a caminho.- Me olhou da porta com aqueles olhos enrugados e gratos por estar ali.

-Tem certeza que quer se aposentar?- Fiquei na frente da minha mesa- Eu quadruplico seu salário se for o caso.

-Não se trata de dinheiro, Sr. Hans.- Ela sorriu.

-Eu entendo.- Respirei fundo respeitando sua vontade.

Para mim, a Sra. Welsh era tão da família como meu motorista Steven. Mais que qualquer pessoa. Eu nunca fui de abraçar ninguém, principalmente funcionários, apesar da proximidade quis manter meu protocolo de conduta dentro da empresa e simplesmente apertei a mão dela em um ato de despedida. Voltei a sentar em minha poltrona giratória confortável e reabri o notebook tentando me desviar do que acabara de acontecer.

Apos alguns minutos ouvi baterem na porta. Fechei a janela do site em que estava navegando no meu notebook imediatamente e encarei a porta. Imaginei que seria a nova assistente, e eu esperava que ela fosse tão boa quanto a última.

-Pode entrar.- Disse me ajeitando na poltrona.

Em seguida a porta se abriu revelando uma mulher jovem, muito jovem por sinal, de pele clara, cabelos escuros quase negros como os meus que batiam um pouco abaixo de seu ombro e de estatura média. Era linda, pelo menos à primeira vista, porém não acreditava que ela estava a altura da Sra. Welsh.

Just be Mine | Livro I | Série "Mine"Onde histórias criam vida. Descubra agora