Capítulo XXII

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O que restou de interessante daquela semana foram as provocações de Bea que ficavam cada vez mais insuportáveis, no bom sentido é claro. Certa vez ela deu um jeito para que eu visse sua calcinha enquanto pegava uma caneta que deixou rolar "sem querer" para debaixo da estante de documentos. Não era pra menos, ela só fazia isso quando eu, de propósito, dava um jeito de complicar um pouco as coisas. Passei a semana inteira mandando Bea organizar e reorganizar documentos, fazer cópias, reler contratos revisados por mim antes, eu pedia uma coisa e quando ela chegava pedia outra e daí para pior. Era engraçado, senti um pouco de pena dela por estar conhecendo o chefe Nicolas Hans de verdade, mas o que eu poderia fazer!? Foi ela quem pediu por aquilo.

Como forma de me redimir e desculpar discretamente eu dispensei ela mais cedo na sexta-feira e assim também tive tempo de ir pra casa arrumar minha bagagem para a viagem. Entrei no meu quarto já tirando os sapatos e camisa e fui até o meu closet começar a separar as coisas. Ternos bonitos, roupas caras, cuecas sexy, perfume atrativo, escova de dentes... Tudo pronto pra impressionar e trazer Bea de volta pra mim. De repente me vi entusiasmado para viajar logo.

-Posso saber pra onde vai?- Levei um susto imenso ao ouvir a voz de Melissa bem atrás de mim.

Entrou em meu quarto quando eu estava distraído já me abraçando por trás sem o menor respeito pelo meu espaço pessoal. Não acredito que me esqueci de trancar a porta, idiota! Afastei-a tirando seus braços de mim sendo rude, porém não bruto.

-Califórnia. Para onde mais?- Fui até minha cômoda- Você não vai?

-Não...- Hesitou- Essas coisas são um saco. Não tenho paciência pra isso.- Revirou os olhos e se sentou na minha cama reparando minhas coisas na mala- Não precisa de tanta roupa pra um fim de semana.

Respirei fundo tentando continuar indiferente.

-Será que você poderia sair do meu quarto!? Não preciso da sua opinião.

-Hmm... Perfumes?- Semi cerrou os olhos desconfiada- Acho que meu pai não vai ligar se você não estiver usando isso.

-Melissa, Saia!- Perdi a calma.

Ela se levantou sorrindo conseguindo o que queria, me irritar.

-Vai sozinho?

Dessa vez eu hesitei.

-Não.

-Hmmm... Vacilante.- Observou pensativa- Quem vai com você?

-Minha assistente.- Revirei os olhos, morrendo de vontade de dizer "amante"- É uma reunião de negócios afinal.

-Não vejo necessidade de levar aquela sonsa com você.- Cruzou os braços.

-Você não tem no que se meter, a decisão é minha. E espero que não torne a falar assim dos meus funcionários.- Repreendi- Agora me dê licença que eu preciso tomar um banho.

-Estou disposta a ir esfregar suas costas se quiser.- Caminhou em minha direção.

-Não se atreva a dar mais um passo!- Ordenei.

-Sabe o que dizem, não é? Quem não dá assistência...- Tomou seu caminho de volta saiu do quarto rindo.

-Filha da puta.- Murmurei trancando a porta e fui tomar meu banho em paz.

Após me lavar liguei para uma das governantas e pedi que me trouxessem o jantar no quarto. Vinte minutos depois de já deitado e preparado para dormir senti meu celular vibrar embaixo do travesseiro, o que não costumava acontecer depois das 23:00. Uma mensagem? Fiquei surpreso.

"Boa noite."

Era Isabella, fez meu sorriso largo surgir, mas logo alguns minutos depois outra mensagem.

Just be Mine | Livro I | Série "Mine"Onde histórias criam vida. Descubra agora