Um.

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Como todas as "Histórias" começam por contar os detalhes de vida, a minha não será diferente.
Sou Andrew, Andrew Hall, Drew para os amigos... Quais amigos(?).
Podemos dizer que sou demasiado "Solitário" para um rapaz de 17 anos, mas não se esperava mais de mim, nunca fui muito dádo ás palavras. Fumo uns quantos maços para matar a ansiedade, mas o fumo ainda é pior porque me mata de verdade.
Tenho por volta de um metro e oitenta, a altura normal para alguém da minha idade.
Cabelo castanho, olhos verdes, pele clara. O normal.
Não sou fisicamente bonito. E ainda mais psicologicamente feio. Triste.
Não, não tenho um lar "destruído". Sou deprimente só porque sou.
Não tenho motivo lógico para ser triste. Mas sou.
Não gosto de nada, sou estranho.
Não sou muito simpático, não pretendo ser.
Não acredito em Deus, nem em nada que se pareca.
Estou em Artes. Desenhar é, sem ser o tabaco, o que mais me acalma.
Vivo há base de música e leitura, nunca que me imagino a sair de casa sem os meus fones ou o meu livro.
Gosto de bebida. Tudo o que envolva álcool e autodestruição.
Não sei qual é a minha orientação sexual. Nunca namorei com uma rapariga e mantenho sentimentos secretos pelo meu melhor amigo.
Acredito que debaixo da minha pele há uma galáxia, porque cada átomo meu um dia foi uma estrela.
Gosto de escrever, escrever é um subterfúgio para não enlouquecer.
Sempre esperei ser recebido com o Buquê de flores, mas a verdade é que nunca houve flores, ou até mesmo espinhos. Nunca houve nada. Não sei superar nada. Mas sei superar o vício de falar sobre o que não sei superar.
Cada passo que eu dou sempre aparece alguém para me criticar de mil maneiras, Colocar-me em baixo. Sou julgado pelos demais. Mas a realidade é que: Esses donos da razão são meros inúteis crônicos. O meu dever perante isso é tentar ser feliz. Mas felicidade... o que é isso?
O medo enfraquece-me e eu sei que a não respirar fundo posso deitar uma lágrima a qualquer momento.
Todos os dias tento decorar a minha alma de sorrisos sinceros, mas eu dei os únicos pedaços dela a quem não merecia. Os nossos destinos podem ser mudados em questão de segundos e isso assusta-me.
Numa terra de Deuses e Monstros eu sou apenas um Anjo a viver no meio do jardim do Mal.
Eu permaneço em todas as pessoas que já dei abrigo. Cada parte minha está presa num canto do corpo delas. Eram as minhas melhor partes e não sei como recuperá-las. Eu posso ouvir o bater do meu coração. De todos os corações. Eu posso ouvir o barulho humano que me rodeia. Mesmo numa sala escura.
Mas afinal eu não passo de mais um em 7 milhões.
Almas esquecidas.
E eu serei esquecido igualmente.

Not Me. (Não Terminado) Onde histórias criam vida. Descubra agora