Capítulo 5: Aaron Ross.

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Na manhã seguinte, acordei 10:00 e estranhei o silêncio na casa, talvez minha mãe tenha saído a trabalho.
Desci as escadas e encontrei um pequeno bilhete, em cima da mesa da cozinha, com uma bom escrita, com certeza era da minha mãe.

Querida, me desculpe sair em cima da hora mas eu tive que ir, algo aconteceu no meu trabalho e talvez eu chegue tarde, me desculpe, se cuide, mamãe ama você.
Ps:Karen chega as 14:00.

Sorri, tentando me lembrar qual foi a última vez que ela disse mamãe. Me tirando de meus devaneios, fui pra sala e me joguei no sofá, ligando a TV e estava na tentativa de achar algo legal, talvez hora de aventura não seja tão ruim.
Depois de horas deitada no meu sofá, o barulho da companhia me assusta, vou até a porta e vejo que é Karen.

- Fala gata. - sorri, abrindo a porta e recebendo um sorriso de Karen que logo que me viu, pulou em mim, me abraçando.

- Que saudade vaca, que bom que está bem. - disse me soltando.

- Também estava, de vez em quando é bom tirar um chochilinho. - ri, fazendo piada do meu coma.

- Nossa, sua idiota. - sorriu.

Depois de 4 filmes e 5 potes de pipoca, nós estavamos deitadas no sofa rindo e ela lembrando coisas do passado, aquele que eu não esqueci.
Esse negócio me intriga um pouco sabe, perder a memória, mesmo se for só dois anos de memória perdida, você pode fazer várias coisas em dois anos que sejam inesquecíveis, mas eu esqueci, tudo. Droga de acidente.
Por mais que Karen seja a pessoa mais engraçada do mundo, não conseguia esquecee das palavrasde Aaron, mas será que Karen sabe sobre ele? Ou ela vai me esconder isso?

- Amiga. - disse, chamando sua atenção.

- Fala. - ela disse olhando pra mim atenta.

- Você sabe que eu não esconderia nada sobre você, né?

- Isso tá muito estranho, Angel. Fez merda de novo? - disse, me fazendo rir. - Não, porque da última vez que você falou isso, acabou descobrindo tudo que eu tentava esconder, tive que falar de tudo de errado que eu fiz naquelas férias. - gargalhei ao lembrar das loucuras que Karen sempre faz nas suas férias.

- Só queria te falar sobre alguém, que eu não lembro de nada. Queria saber se você sabe algo sobre um assunto ai. - disse, coçando minha cabeça.

- Ih, começou. Fazer o que né, sou sua amiga, tenho que fazer o trabalho sujo. - ela disse, curiosa.

- Amiga, quem é Aaron? - perguntei rápido, a fazendo piscas várias vezes e respirar fundo.

- Você sofre um acidente, perde a memória mas não esquece esse menino, ele deve ser bom mesmo em, Jesus, José e Maria em. - falou, tentando descontrair, aposto que ela pensou em mentir.

- E então? Você vai me contar?

- Infelizmente sim, mas não ouse falar sobre isso pra outra pessoa. Não gosto desse menino, mentira, ele era meu amigo também - disse, revirando os olhos.

- Era? - perguntei.

- Não sei como começar. - sorriu.

- Detalhes, Karen, detalhes.

- Aaron Ross, 18 anos, seu antigo melhor amigo, garoto que você jurou nunca mais olhar por puro ciúme, menino que me fez ouvir você falando sobre ele quase o tempo todo, todos os dias. Faz merda de vez em quando, ele tem um estilo de bad boy otário, mas mudou de um dia pro outra, se fechou. A única pessoa que sabia de tudo sobre ele, era você.

- Ou a antiga Angel né. - disse um pouco estressada por não lembrar dele.

- O que minha família tem contra ele? - Karen respirou fundo e quando foi falar algo.

- Olá meus amores. - disse minha mãe, entrando no cômodo.

MAS QUE SACO,será que ela não podia chegar 5 minutos mais tarde? É pedir muito? Meu Deus cara.
Karen olhou pra mim, entendendo e mudando de assunto assim que minha mãe chegou em casa e sentou com a gente pra ver o quinto filme do dia.
Na verdade, minha mãe sempre foi muito amiga, sempre esteva ao meu lado, mas as vezes ela me sufocava tanto. Me deixava tão mal, não saber como falar pra ela sobre isso.
Minha mãe tinha ido buscar mais pipoca e aquela foi a minha deixa pra perguntar a Karen, que já estava se levantando pra ir.

- Espera, eu era apaixonada nele? Eu pedi pra me falar sobre ele, não fazer uma ficha. - sorri.


- Não vou falar mais nada. - ela disse olhando o relógio. - Estou atrasada, muito atrasada,amanhã eu volto pra te ver, você sabe que eu te amo. - disse saindo da minha casa, sem me dar a chance de contrariar.

Que merda, ninguém me conta sobre nada direito. Vou pro porão ver se tem alguma alguma coisa mas fui logo barrada pela linda da Caroline, minha mãe. Mas que saco.

- Minha filha, o que você está fazendo?

- Vou ir pro porão ver se acho algumas bonecas antigas minhas, queria ver se estavam em um bom estado. - Mas que mentira horrivel, Angel, que merda é essa, pensei.

- Na verdade o porão está meio, sabe, sujo, e com alguns bichos, varios ratos. Não quero você lá. - disse, estranhamente.

Minha mãe não é de me proibir de nada tão normal assim, será que estão lá? Minhas fotos ou talvez até um diário?

- Tudo bem. - disse, não estava NADA BEM. - Vou ir pro meu quarto então. - sorri.

Fui pro meu quarto e pensei em abrir alguma rede social ou algo assim, mas eu não me lembro de senha alguma, mas que merda. Talvez seja a mesma de dois anos atrás, do jeito que eu sou.
Abri meu computador e fui em uma rede social qualquer. Torcendo pra me lembrar da senha antiga.
Tento uma vez, e nada. Tentou de novo, e de novo, e de novo. Bufei na última tentativa até desistir e quase gritar no quarto, mas que raiva.
Já vai anoitecendo lá fora e o vento levantava as cortinas da janela, levemente. Mas algo me chamou a atenção. O cordão não estava mais lá, o cordão de Aaron não estava mais lá. Entrei em um desespero e fui levantar pra procurar, mas no lugar do cordão, haviam fotos, 3 fotos em cima do criado mudo.
São as fotos que faltavam na minha parede, não todas. Sorri ao observar que Aaron estava em todas elas, com um sorriso lindo na verdade.

- Sabia que você ia gostar de ver. -sorriu.

- Aaron? O que veio fazer aqui? Como entrou? - perguntei, assustada.

- Desculpe, não é a primeira vez que eu pulo a janela. - sorriu, trancando a porta e olhando pra mim. - Caso a sua mãe abra. - disse, respondendo meu olhar confuso.

- Você vai me explicar o que aconteceu? - perguntei, sentando na cama.

- Não aqui, vamos em um lugar, fala que tá com a Karen ou a Catharina. Eles vão deixar. Te espero na esquina. - disse, beijando minha testa e indo pra janela.

- Como posso confiar em você? Como vou saber se devo confiar nisso? - perguntei.

- Você sabe que confia em mim, só me encontre. - disse, descendo a janela cautelosamente.

Pelo jeito que ele subiu e desceu, com certeza não é a primeira vez que ele fazia aquilo. Mas fazer o que, eu sou maluca, preciso saber o que ele tem a dizer.
Abri a porta do meu quarta bem devagar e meus pais estavam dormindo, óbvio, já eram 23:35.
Desci as escadas devagar e tranquei a porta bem calmamente. Parecia aqueles filmes de ação que qualquer barulho ia achar com tudo.
E lá estava eu, indo ao encontro de Aaron.


Quando Eu Menos EsperavaOnde histórias criam vida. Descubra agora