Prometi que iria cuidar de você.

104 6 2
                                    

Saí do meu quarto, levando os bilhete em minhas mãos, e vi que o quarto da minha mãe estava com a luz acessa, o que eu estranhei pela hora. Abri a porta e a vi dormindo em cima da mesa do computador, me fazendo sorrir e apagar a luz, descendo as escadas.
Peguei a chave do carro que Dean deixou comigo e sai de casa, aquele silêncio me encomodava, estava tudo escuro e tão quieto.
Entrei no carro e abaixei pra conseguir encaixar a chave quando eu ouvi um barulho no banco de trás. Levantei bem devagar e ajustei minha postura no banco, tentando não olhar pra trás, minha respiração já estava mais que pesada, e pude ouvir uma risada.

- Mas que merda, você me assustou. - disse, olhando pra trás e vendo Aaron sentado no banco, sorrindo.

- Desculpa Ang. - Aaron sentou do meu lado dessa vez. - Não queria te assustar, eu queria fazer uma surpresa invadindo seu quarto, mas você foi mais rápida.

- As meninas estão lá, será que você pode não invadir meu quarto e entrar pela porta? - falei, tentando não parecer nervosa.

- Aconteceu alguma coisa? - Aaron disse, arrumando meu cabelo que estava bagunçado. - Você patenteou o seu cabelo? - disse, me fazendo gargalhar.

- Não. - Liguei o carro, saindo da minha casa. - Eu levantei e.. e.... e... - Droga, não podia dizer. - Me deu fome e eu queria ir comprar algo em algum fast food.

Aaron riu e não suspeitou muito, mas aquilo não estava nada bem pra mim, o papel com a escrita mal feita de Dean, ainda estava no meu bolso, me fazendo suar de nervoso. Olhei pro lado, onde vi algumas árvores me alertando que o parque estava à poucos metros dali.
Parei o carro bruscamente e pude ver Aaron soltar um palavrão e olhar pro lado, assustado.

- O que foi Ang? Tá tudo bem? - disse.

- Não, não consigo fazer isso, não consigo ignorar isso tudo assim. - digo, batendo as mãos no volante.

- Ei, ei. - Aaron colocou as mãos nos meu braços, me fazendo olha lo e ver sua expressão assustada. - Me conta o que aconteceu.

O olhei, e pensei em mil formas de fazer aquilo, pensei em tudo que eu podia falar, pensei em gritar e perguntar no porque ele nunca ter falado nada sobre Dean, estava sem saída e só conseguia chorar.

- Ei, amor. - Aaron me puxou pro seu banco e me abraçou, fazendo um cafuné em meus cabelos. - Eu to aqui, amor, o que aconteceu?

- O Dean. - solucei.

- O que aconteceu? Ele fez alguma coisa? Dean? - Aaron me olhou, puxando meu rosto em sua direção.

Puxei o bilhete do bolso da minha calça e o entreguei.
Aaron lia a carta em silêncio, e a cada palavra eu pensava em como ele conseguia ser tão misterioso e não fazer nenhuma expressão, eu só precisava de uma pra saber se aquilo era certo.

- Mas que merda é essa? - Aaron parecia nervoso. - Você estava indo encontrar ele mesmo? Jura Angel? Sozinha? Você sabe o que ele pode fazer com você, olha o que ele fez com você, você ainda tem manchas por todo o corpo. - Aaron praticamente grita dentro do carro.

O abracei e me encolhi entre seus braços, o fazendo se acalmar e ficar em silêncio, meus soluços estavam passando e eu não chorava mais, só ouvia o seu coração bater e acompanhava o balanço do seu peito a cada respiração.

- Você não pode cuidar das coisas sozinha. - disse, respirando fundo. - Angel, eu prometi que ia cuidar de você.

Levantei meu olhar e pude ver Aaron colocar a mão no rosto e ficar vermelho.

- Você prometeu? Pra quem? - perguntei, levantando meu rosto.

- Gabriel.

Aaron olhou pra mim e um carro passou em alta velocidade, indo pro lado oposto do parque e sumir em uma curva, quase capotando o carro.
Aaron olhou pra mim e como um Flash ele levantou do seu banco e foi pro motorista.

- Coloca o cinto agora. - disse, ligando o carro e indo pro tal parque.

- Aaron, vamos pra casa. Por favor. - disse, mas Aaron não parecia se importar com tal pedido. - Por favor, vamos embora.

Aaron chegou onde queria, vendo a entrada do parque que ficava fachado à noite. Ele parou o carro e me olhou.

- Você tem que vir comigo, não posso te deixar sozinha amor. - Aaron me olhou, me fazendo bufar e sair do carro.

Bati a porta do carro, sendo acompanhada por Aaron e pude ver o grande portão do parque, que era lindo de dia mas totalmente sombrio à noite.

- Vamos pular o portão. - Aaron disse, me ajudando a subir no grande portão e cair, sentindo meu braço doer. - Tá tudo bem?

- Tá sim, nada que eu não possa suportar. - disse, me levantando.

Aaron viu uma pequena cabine onde os seguranças que ficavam de dia escondiam chaves e lanternas, ele tirou a camisa e enrolou no braço, dando um murro no vidro o fazendo quebrar.
Ele pegou duas lanternas e a chave do portão principal.

- Estranho que não tem nenhum segurança noturno aqui. - Aaron disse, acendendo a lanterna.

- O que estamos fazendo aqui? - Ignorei sua frase anterior, mas estava nervosa em estar em uma floresta tão escura.

Aaron estava com uma lanterna na mão, olhando o lado direito e eu o lado esquerdo, estávamos de mãos dadas porque meu medo falou mais alto.

- A gente vai até o final, e se o Dean não estiver aqui, nós vamos embora. Eu prometo. - ele disse, olhando mais pra frente e vendo uma pequena luz.

As árvores daqui são bem mais juntas, quase coladas umas nas outras mas Aaron quis entrar nesse mato pra ver a tal luz, por mim eu já tinha ido embora.
Aaron se agachou e viu uma mochila, com pedaços de papel e canetas, tinha um celular e cordas, facas e dinheiro, o que deixava tudo mais confuso.

- Acho que Dean desistiu de te esperar. - Aaron disse, levantando e olhando em volta.

Ele parecia que esperava por algo de Dean, o que me deixava mais intrigada.

Algo pingou em minha cabeça, me fazendo colocar a mão em minha testa vendo o líquido que caía em minhas mãos, era vermelho, o que me deixou curiosa a ponto de olhar pra cima.

O que me fez gritar e cair no chão com tudo.

Dean estava lá, com cordas em volta do seu pescoço, pendurado no alto de uma árvore, pálido e já sem vida.

Quando Eu Menos EsperavaOnde histórias criam vida. Descubra agora