Fuga?

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O silêncio da sala se estabeleceu assim que eu disse que topava, meu Deus, será que foi tão surpreendente assim? Eu só queria sair dali, queria ir pra casa.

- Você acha que vai ser fácil assim, Angel? - disse o homem, me olhando.

- Por favor, eu faço o que vocês querem mas eu só quero ir pra casa. - disse, tentando ser convincente.

- Ela não vai fazer isso assim, do nada. - disse outro. - Se toca, ele está fingindo.

- Eu não estou, eu quero ir embora. - disse, gritando.

- Querida, você vai fazer o que a gente quer, mas você vai sofrer por isso. - disse, andando até os outros homens. - Você acha que é assim, você aceita como se fosse algo normal e eu acredito? Jura Angel? Pensei que você fosse mais convincente.

- Ela merece sofrer, vamos fazer isso. - disse um cara, vindo até mim, por um segundo eu pensei que eu iria apanhar dele, até ver suas reais intenções.

- Não faça isso. - disse outro. - Não vai fazer isso com ela.

Meu celular começa a tocar e um homem amordaça minha boca de novo, ele ignorou o toque mas depois de muitas tentativas de ignorar, ele bufou estressado e atendeu.
Na hora que ele falou Cah, meu coração gelou, será que Karen acabou contando pra Cah? Depois de um tempo falando com a Cah, tentei gritar pra ela não ligar mais ou pra ela esquecer aquilo,não queria que mais ninguém se machucasse, estava assustada.
Assim que ele desligou o telefone, levei um soco no rosto que me fez tontear um pouco, antes que cair no chão, sendo segurada por um outro cara, que fazia questão de rir, a cada soco que levava no estômago, depois de vários socos, eles me desmarraram minhas mãos e me jogaram no chão, estava sem forças e poderia desmaiar a qualquer momento.

- Isso aqui é pra você não tentar fugir. - disse um cara, aplicando uma seringa no meu bravo, me fazendo desmaiar.

Parecia que tinha horas que eu dormi, mas nem começara a escurecer e eu estava vendo tudo girar, parecia que eu estava sem forças até pra me levantar, me arrastei até a porta e tentei abrir, o que foi em vão, assim que ouvi passos em minha direção, tentei voltar mas parei no meio do caminho, quando vi um garoto, ele parecia que tinha a minha idade e ele me olhou com pena e deu um sorriso fraco.
Minha cabeça estava sangrando e pingava gotas de sangue no chão, me deixando nervosa.

- Me desculpe por isso. - disse, chegando mais perto.

Eu recuei de início, com medo, mas ele estava com suprimentos nas mãos, então parei em uma parede colocando as mãos em minha cabeça.

- Tudo bem, eu só vou cuidar disso e ir embora, prometo. - disse, colocando a mão em minha cabeça, limpando todo o sangue.

- porque.. que v... você tá fazendo isso? - disse sentindo minhas forças se acabarem.

Fui acordando aos poucos e estava deitada na cama, tinha uma agulha enfiada no meu braço, e por alguns segundos eu desejei estar em um hospital, ao invés desse inferno.
O garoto ainda estava lá, parecia que ele tinha acabado de arrumar meu grande machucado na cabeça, o que me fez suspirar, sentindo uma dor aguda.

- Isso é pra te deixar pura, eles te drogaram pra te deixar fraca, então, toda vez que eles vierem aqui, se finja de fraca, vai te ajudar. - disse, calmo.

Olhei pra mesa que estava do meu lado e só conseguia ver agulhas e algum pó estranho, com certeza aquilo não era nada bom

- já que você me ajudou, me deixe ir, eu prometo que nunca mais volto, eu prometo. - disse, tentando levantar.

- Desculpe, você não pode sair daqui agora.

- Porque não? - disse, tentando segurar a lágrima.

- Porque essa aqui é a sua nova casa. - disse, sorrindo.

- Vocês são doentes. - disse, com nojo.

- Não, eles são, eu só to tentando fazer isso não ser doloroso, mais que já está sendo pra você. - disse, se referindo as grandes marcas roxas que tinham por quase todo meu corpo.

- Vai por mim, na hora certa, eu te tiro daqui. - disse, saindo do quarto.

Desde que ele saiu, eu não consigo pensar em nada, só quero sair daqui, parece que de noite vai ser uma ótima ideia, já que esses nojentos parecem que bebem até não se aguentar mais.
Ouvi um barulho e risadas ecoaram pelo corredor, me fazendo arrepiar.

- Olha quem está aqui. - disse um cara, entrando no quarto, dando gargalhadas, bem embreagado. - como está querida? - disse, me segurando.

Tentei empurrar ele mas foi em vão, já que ele era bem mais forte que eu, ele tentava me empurrar e eu tentava ao máximo fugir e correr dali, mas ele me jogou com tudo no chão, fazendo eu sentir minha cabeça doer, era uma dor insuportável, mas eu precisava sair dali, precisava fugir.
Corri pra porta e consegui sair dos braços daquele bêbado, corri até o corredor e tinham várias portas por lá, me fazendo ficar confusa, abri a primeira porta à esquerda e consegui sair, corri ao máximo e acabei caindo, me levantando rápido e corri ao máximo, me escondendo entre as árvores daquele lugar, ouvi um barulho de carro e corri, me escondendo em um toco que estava jogado no chão, me escondi entre aquelas madeiras e pude ouvir uns caras xingando e gritando por meu nome, me deixando mais assustada, tentei ai máximo ficar quieta e quando eles foram embora, fui andando dentro da floresta e tentei achar o caminho pra onde eu e Karen estávamos indo.
Andei por horas, e parecia que eu nunca iria chegar onde eu queria, o que me deixava mais cansada e tonta. Olhei pra frente e encontrei o portão do chalé da minha família, me senti aliviada e tão bem, eu sabia onde estava a chave, então eu só corri, fechando o portão e entrando no chalé, trancando a porta e deslizando por ela, estava acabada e só precisava dormir, talvez eu não precise de um super-herói, eu posso ser o meu próprio 'Salvador'.

Quando Eu Menos EsperavaOnde histórias criam vida. Descubra agora