Condição

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Antes de tentar falar qualquer coisa, fui sendo empurrada até o carro, vi Karen na porta de casa, ela parecia assustada mas sabia o que fazer.
Os policiais conversavam sobre a noite anterior com garotas da esquina, o que me fez agradecer a Deus por estar de estômago vazio pra não sentir repulsa.
Eles chegaram em uma delegacia, era algo grande, o que tentava intimidar alguém, estava bem, com a consciência limpa, já que Dean parecia ter se enforcado ali.

- Vem comigo mocinha. - O policial negro e alto abriu a porta do carro, puxando meu braço.

- Se a senhorita tentar fugir, seus braços vão doer tanto com a algema forte que vou colocar em você, que é melhor você obedecer. - disse, um outro policial, que tinha um bordado escrito Petterson.

Entrei naquele lugar e acabaram me levando pra uma sala, parecia àqueles interrogatórios de filmes de ação, mas meu problema era achar que tudo era como nos filmes.
Me perdi em meus pensamentos que não percebi o tal policial que me fitava, sentado na minha frente, em uma única mesa do cômodo, que estava cercado por uma cor cinza e eu sabia que tinha pessoas me olhando e analisando qualquer gesto meu.

- Senhorita Moore, você, com certeza, conhece Dean. - Ele disse calmamente, cruzando os braços e olhando fixamente pra mim.

- Me disseram que ele era meu ex namorado, mas no máximo que ele era, é um maníaco que me sequestrou e me torturou, junto com o pai dele, que mimava ele.

Aquilo o surpreendeu, o homem na minha frente, fez uma feição indefinida e continuou com as pergunta mas o interrompi.

- Não adianta fazer seus jogos mentais, não falo nada até meu advogado chegat aqui, junto com uma mãe bem preocupada e surtada. - Sorri.

- Você tem direito ao seu advogado, mas ainda sim, pode ver sua mãe, infelizmente uma menor de idade assassina como você, tem o direito de ver sua família.

O tal cara, que era bem alto, saiu da sala e me deixou ali, sozinha naquele cômodo tão deprimente, não pude deixar de lembrar da conversa do Batman e do Coringa em uma sala dessas.
Eu precisava me distrair e pensava em até cenas de filmes, o que estava ajudando, ate um policial aparecer e puxar minhas mãos pra mesa e soltar as algemas, ele ficava em silencio, me deixando curiosa com o que viria depois.

- Será que pelo menos você pode me dar um copo d'água? - perguntei, fazendo o policial sorrir com ironia.

- Você acha que pode falar pra todo mundo que foi sequestrada e que a mãezinha não estava lá pra te proteger com todo o dinheiro dela?! Você acha que ele não tem gente aqui trabalhando pra ele?! Menina, seja esperta, o melhor pra você agora, é ser presa e pelo menos ficar segura. - O policial disse, me fazendo levantar.

- Ele está procurando por mim né? - perguntei, engolindo seco.

- Não tenho mais nada pra falar. - ele dizia baixo, enquanto pessoas caminhavam nem dando importância pra nós. - Faça o que tem que ser feito.

Ele soltou minhas algemas e abriu uma porta pra mim, me fazendo olha-lo pela última vez
Sentei em um sofá que tinha na sala, encostado em uma parede e pude ver a porta se abrir de novo e aparecer um Aaron totalmente machucado e visivelmente fraco. Levantei rápido e fui ao encontro dele, colocando as mãos no seu rosto.

- O que eles fizeram com você? Aaron, ai meu Deus. - disse, enquanto ele me abraçava.

- Eles acham que eu matei ele, minhas digitais ficaram na mochila que eu tinha que cutucar naquela merda. - ele parecia tranquilo, o que me assustava.

- Minha mãe vai me matar. - disse, tentando mudar de assunto.

- Você já se encrencou antes, ela vai pagar sua fiança se vc for sentenciada. - disse, mostrando indiferença.

- Mas e você? Como você vai convencer eles que não foi você?

Perguntei, o fazendo me olhar e pensar em algo, acho que ele sabia, tanto como eu, que Aaron não tinha saída.
Eu estava pensando em falar em algo que possa ajudá-lo, mas nada vinha na minha cabeça, eu só pensava em como seria ruim ficar sem ele.

- Moore, você vem comigo. - disse um policial, chegando na sala, me empurrando pra fora do cômodo.

Eu estava indo até a saída, mas o lugar tinha tantas salas que me deixava um pouco confusa. Avistei minha mãe que me abraçou na hora e deu olhar pro policial, que me soltou.

- Vem querida, vamos pra casa. - Minha mãe dizia, me abraçando.

- Não saio daqui sem o Aaron, mãe. - disse, o olhando.

- Escuta aqui menina, esse garoto já te fez muita coisa, você vai pra casa comigo e ele vai ser sentenciado pela merda que ele fez e você não, agora vamos pra casa. Agora.

- Mas mãe..

- Mas nada Angel, vamos pra casa agora.

Fiquei em silêncio e fui junto com minha mãe pra dentro do carro, começando um silêncio no carro, com alguns suspiros de minha mãe.

- Você já fez muita coisa surpreendente, mas burlar a delegacia e negociar com policiais, já é golpe sujo. - disse, com raiva.

- Eles se rendem fácil, não ia te deixar na cadeia por ter um ex namorado suicida, por favor. - minha mãe parecia tranquila com tudo aquilo.

Chegamos em casa e entes se sair só carro, minha mãe segurou em minha mão, me fazendo virar e encontrar seu rosto preocupado.

- Eu tenho que viajar em negócios, mas não vou te deixar aqui de novo, faça suas malas, nós vamos de madrugada. - disse, me fazendo arregalar os olhos.

- Eu não vou sair daqui, você tá doida? Eu não posso ir, eu não quero ir. - disse, fazendo a mulher em minha frente, revirar os olhos.

- Eu não perguntei, querida. - disse minha mãe, sorrindo.

Estava nervosa e pensava em algum jeito dela me deixar aqui, mas com todas essas ameaças, acho melhor não pensar duas vezes pra minha segurança e a das meninas.

- Tudo bem, mas eu só vou com uma condição. Quer dizer, duas.

- Pode falar.

Minha mãe parecia feliz com a ideia.

- Eu quero as meninas comigo tambem, e você vai ligar pros pais das três e se alguma não puder, eu não vou.

- Tudo bem, isso é fácil. Mas qual é a segunda?

- Que você pague a fiança ou suborne os policiais pro Aaron ser liberado.

Quando Eu Menos EsperavaOnde histórias criam vida. Descubra agora