Capítulo 4

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Existe algo sobre você agora

Que não consigo compreender completamente

Tudo o que ela faz é bonito

Tudo o que ela faz é certo

You end me- lifehouse

— Teve um pesadelo? — Ian sentou ao meu lado com semblante preocupado, sua voz era doce. — Calma, vai ficar tudo bem, está segura aqui. — Ele me tomou em seus braços ignorando meu protesto e me abraçou enquanto eu deixava as lágrimas molharem sua camiseta. — Shii, eu prometo que ninguém vai machucar você. — Uma mão afagava meus cabelos enquanto a outra passava em minhas costas, em forma de consolo. — Quer falar sobre o sonho? — perguntou quando eu já estava mais calma.

— Foi um pesadelo, mas também foi uma lembrança. — Meu corpo estremeceu em repulsa da recordação do homem do barco. — Ele me tocou. Eu nunca fui tocada por um homem antes e ele estava lá, eu... — Comecei a chorar novamente.

— Não precisa falar se não quiser.

— Eu não sei até onde ele foi, ele estava... estava...

— Eles fazem um exame pra saber se realmente nunca tiveram relações antes do leilão, talvez não tenha acontecido nada. — Se afasta um pouco tomando meu rosto em suas mãos. — E mesmo que tenha acontecido, já passou, você está segura agora. Eu prometo que nada vai acontecer, ninguém vai te fazer mal.

— Tenho tanto medo. — Apertei meus braços ao redor de seu pescoço.

— Eu jamais tocaria em você sem o seu consentimento. Então, por favor, confia em mim. — Ainda em meio às lágrimas, me aconcheguei em seus braços sentindo-me protegida. Seu cheiro me acalmava, tinha uma fragrância cítrica com um toque amadeirado misturado ao seu cheiro próprio, era inebriante.

Eu, estranhamente, me senti protegida no seu abraço acolhedor e protetor, fiquei deitada na segurança deles até as lágrimas cessarem e voltei a adormecer. Dessa vez, sem pesadelos.

****

Despertar em uma cama com braços envolvendo minha cintura era estranho, estranhamente bom. Eu nunca havia dormido com ninguém antes, e nunca imaginei que braços fortes pudessem ser tão macios e confortáveis. Busquei em minha mente as lembranças da noite passada e me aconcheguei mais em seus braços protetores. Puxei o ar inalando seu cheiro maravilhoso.

Minutos depois tirei sua mão de minha cintura vagarosamente para que não acordasse, e virei de frente analisando os detalhes do seu rosto, ele deitou de bruços passando a mão por baixo do travesseiro, sua boca linda levemente entreaberta nem parecia respirar. Senti vontade de afagar seu rosto, tocar para saber se era mesmo real. Levantei minha mão devagar e levei em direção aos seus lábios, roçando levemente a ponta dos dedos, fazendo o contorno de sua boca perfeita. Eram macios, lisos. Quando senti a textura deles fechei os olhos reprimindo a vontade de levar a minha boca à sua, imaginando a textura, o calor da sua língua. Eu nunca tinha desejado beijar alguém dessa maneira, sentia meus lábios formigaram e sensações, até então desconhecidas, como um calor crescente se espalhava por meu corpo, como se um fogo tivesse encaminhando-se rapidamente na corrente sanguínea. Abri os olhos e deparei-me com seu olhar sonolento, porém, intenso.

— Oi — ele disse sorrindo quando puxei de uma vez a mão de volta. — Bom dia.

— Desculpe, eu não queria te acordar. — Senti o meu rosto corar de vergonha.

Minha Salvação será retirado Dia 8/05Onde histórias criam vida. Descubra agora