Prólogo

463 12 1
                                    

    Trovões e relâmpagos enchiam o céu com sua fúria, despejando sua raiva na janela antiga dos tempos da colonização. Frio enchia meu corpo embora estivesse coberta até o pescoço. Olhei em volta assustada por algum motivo e não consegui enxergar nem mesmo minha própria mão, a única luz que havia era quando uma vez ou outra um relâmpago voltava a iluminar o céu. Me levantei no meio da escuridão sem conseguir controlar meu corpo e abri a janela, o vento gelado e a chuva açoitaram meu rosto com fúria e estremeci de frio, mas não pude recuar pois meu corpo se recusava. Medo fez meu coração palpitar, pois a razão me acertou me fazendo lembrar de coisas que não poderia ter esquecido nem em um milhão de anos. Essa não era minha casa, meu quarto. Tentei despertar, mas era inútil pois ainda não estava conseguindo controlar meu próprio corpo.                 

    Relâmpagos e trovões encheram o céu revelando uma floresta infinita com árvores negras, meus olhos desceram para uma ponte que ligava o lugar que me encontrava e uma trilha que dava para a floresta, fortes águas turbulentas passavam por debaixo da ponte furiosamente como se estivesse com raiva dela estar em seu caminho. Mas isso não me deixava assustada. O que tinha assustado era o lugar que me encontrava, através da janela pude ver que não estava somente em uma casa e sim num castelo, e na parte mais alta e aterrorizante dele, eu estava numa torre. Fechei a janela e recuei indo para trás até meu corpo se chocar com a parede dura de pedras.

   Levou um tempo para perceber que o quarto não estava mais escuro, havia uma vela perto da janela, outra do lado da cama e uma perto de uma cadeira enorme e antiga ,mais ainda assim, faria qualquer um querer ter uma dessas. Era um estilo antigo do tipo que você vê em .... castelos. Não tinha muitos móveis. Tinha a cama no centro do quarto , a cadeira e uma penteadeira com um enorme espelho. Havia três portas que por algum motivo eu sabia que a porta que se encontrava perto da cama era um banheiro e que a outra num canto afastado na parede da esquerda era a saída e a outra na frente na cama era um closet.

       Um arrepio passou pela minha espinha me fazendo gemer baixinho.

     Uma presença invadia o local e entendi que não estava sozinha.

Um homem alto sem camisa e de calças negras se aproximou rodeando meu corpo com seus braços. Sua pele era incrível branca e perfeita, diferente da minha que estava bronzeada nos braços e no rosto e minhas pernas com marcas de picadas de mosquitos. Seu rosto era um borrão como aquelas pessoas entrevistadas por jornalistas e não querem ser reconhecidos. Mas ele parecia... Alguém que eu conhecia, não sabia quem. Mas cada fibra do meu ser sabia e meu corpo dizia que eu era dele, para todas suas vontades.

" Você está tão bela! " sua voz ecoou pelo espaço, mas o som não vinha de sua boca. Não sabia se o som estava no quarto ou saía da minha cabeça. Sua voz estava macia como o próprio veludo e cheio de carinho. Ele me conhecia.            

  Tentei me mexer, mas meu corpo se recusou me desobedecendo.

  Ele se aproximou de mim e me rodeou por trás com sua boca indo em direção ao meu pescoço. Sua respiração era fria e calma , assim como suas mãos eram gentis fazendo carinho em minhas costas.

 " O dia está perto" A voz falou me apertando mais para que meu corpo ficasse prensado no dele. Tentei perguntar o que ele quis dizer com aquilo, mas novamente não consegui fazer o que queria. Meu corpo só obedecia aos comandos dele.

 " vamos estar juntos novamente, sem NINGUÉM para atrapalhar " .

    Meu corpo se arqueou e deixei meu pescoço exposto pronta para o que estava para vir e foi nessa hora que seus dentes se cravaram em meu pescoço com o beijo imortal. Meus dedos começaram a se mover, O quarto virou um borrão e fui sugada pela escuridão e trazida de volta para a realidade.

    Eu estava de volta e muito bem acordada .

Passei a mão em meu cabelo tirando as mechas que caíram sobre meu rosto e suspirei.

─ Maldito crepúsculo.

Blade WolfpireOnde histórias criam vida. Descubra agora