DESCOBERTA.

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Eu tive que passar a noite no hospital,logo depois do almoço o médico veio ao meu quarto para falar com os meus pais.

-Olá,como está se sentindo May?

-Bem doutor,a que horas posso ir pra casa?

-Daqui a pouco,os senhores são os pais dela?

-Sim-minha mãe e meu pai responderam juntos.

-A May está com as plaquetas do sangue muito baixas,acreditamos que se fosse muito tarde ela poderia ter desenvolvido uma anemia e posteriormente uma Leucemia.

-Mas como está tudo doutor?-minha mãe ja se exaltou

-Ela está bem?-meu pai completou
-Não posso dizer que está bem,mas com os remédios necessários para o tratamento,talvez ela fique bem.

-Talvez?-perguntei.

-May não vou te enganar,como médico sou obrigado a dizer que se suas plaquetas não se estabilizarem com os remédios,você tem chance de desenvolver uma doença grave.

-Mas doutor,eu não posso...-eu já estava chorando.

-Calma May,tudo pode dar certo,hoje mesmo eu te receito os remédios e você inicia o tratamento.

-Vai ficar tudo bem filha-meu pai me disse.

Eu fiquei em silêncio,vendo o desenrolar da situação,minha mãe e meu pai atentos a explicação do médico.Assim que ele me deu alta eu praticamente implorei aos meus pais para que eu pudesse ir ao parque para respirar ar puro e digerir a situação.Fui pegar os fones de ouvido na bolsa e achei o papel que o Thomás me deu.Resolvi fazer uma coisa,eu precisava de alguém pra conversar.

Thomás narrando:
Eu estava trancando no meu quarto,ouvindo November Rain no Guitar Hero,quando meu celular tocou.

-Alô?
-Oi Thomás?
-Sim quem é?
-Sou eu a May
-Oi May tá tudo bem já?
-Sim,você tem tempo pra conversar.
-Tenho sim,você está chorando?
-É normal.
-Onde você está?
-No parque por que?
Por nada.

May narrando:

Ele desligou o celular,bom com isso eu conclui que eu devo ter atrapalhado ele,ai como eu sou idiota.
Resolvi caminhar até a lagoa,comecei a encarar o meu reflexo na água e deixei os meus pensamentos me levarem,como tudo pode mudar?e se os remédios não fizerem efeito?por que tava dando tudo errado em minha vida?por que eu achei que podia ligar pro Thomás?era tanta coisa na minha mente que levei um susto quando voltei ao meu estado natural e vi o reflexo do Thomás logo atrás de mim.

-Oi
-Oi-me virei para encara-lo-O que faz aqui?
-Vim conversar-ele sorriu-vamos então May,pode me contar tudo.
-Obrigada por vir-eu não pude me conter e o abracei,fiquei feliz porque ele retribuiu.

Nós conversamos a tarde toda,ele me disse para ficar tranquila que tudo iria dar certo.

-Mas eu tenho medo e se os remédios..

-Shi-ele colocou o dedo em minha boca-não diga isso linda,você tem chances muito grandes de estabilizar seu caso.

-Como você pode dizer isso?

-Porque comigo foi tarde de mais-ele baixou o olhar-Mas com você May pode ser diferente.

Depois de tanto conversarmos,eu pude sorrir um pouco,confesso que a companhia do Thomás me fez bem.Ele se ofereceu para me levar até em casa.
Descemos do carro e fomos até a entrada da minha casa,minha mãe e meu pai já estavam lá fora a minha espera.

-Filha-minha mãe me abraçou-oi Thomás.

-Oi dona Helena,seu Jorge-ele comprimentou meu pai.

-Thomás obrigada pela carona-agradeci.

-Por que não janta conosco hoje?-meu pai se referiu diretamente ao Thomás.

-Seria um prazer,mas tenho que ir-ele estava ficando sem jeito

-Por favor Thomás para agradecermos a sua ajuda-minha mãe pediu.

-Tudo bem então-ele deu de ombros e entrou em minha casa.

O jantar foi bem agradável,meus pais quiseram saber um pouco sobre o Thomás,ele falou da sua Leucemia e explicou aos meus pais os estágios e seus riscos,mas assegurou-lhes que comigo seria diferente,eu sinceramente adorava ver a forma como seu sorriso era lindo a cada palavra positiva que ele dizia.

-O jantar estava muito bom,mas eu tenho que ir,foi um prazer seu Joge e dona Helena.

-O prazer foi nosso disse meu pai.

-Filha acompanhe o Thomás por favor-foi a vez de minha mãe.

-Tudo bem-respondi-vamos?

-Sim,tchau senhores-disse ele todo simpático.

Meus pais ficaram retirando a mesa e eu fui com o Thomás até o jardim.

-Thomás,me desculpe as perguntas de meus pais...

-Ta tudo bem,eu gostei dos dois.

-Obrigada novamente por tudo,você tem sido um anjo ultimamente.

-Que isso linda...-nós paramos no meio do caminho,ele pegou uma rosa do jardim e me entregou-você é como ela.

-Como assim?-fiquei um pouco confusa,mais porque nossas mãos se tocaram mais uma vez.

-Porque pode ter os seus espinhos,seus problemas,dificuldades,mas está sempre linda,encanta a todos que olham....
 
Ele não precisou dizer mais nada,eu já estava sentindo a eletricidade passando de nossas mãos,para os olhos e depois para nossos lábios que ao som de Photograph (Ed Sheeren) se tocaram pela primeira vez,e depois suavemente foram desvendando o interior da boca um do outro,até que as línguas entraram em sintonia e deram origem a um beijo lento e cheio de emoção,o nosso primeiro beijo.






ATÉ QUE A MORTE NOS SEPAREOnde histórias criam vida. Descubra agora