10. Oh!, Doce redenção

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Pedi para que Lion fosse embora quando chegamos no portão da faculdade. Eu não queria que a Beck entendesse as coisas de maneira errada e seria bem mais fácil explicar tudo a ela sem ter a presença intimidante de Lion.

Passei pelo o campus e fui em direção ao meu prédio.

Quando cheguei no dormitório me deparei com a sala vazia e com o barulho do chuveiro ligado.

Entrei no meu quarto e coloquei o celular para carregar. Como uma adolescente rebelde que acabou de fazer merda eu me conduzi até a sala e me sentei no sofá esperando ansiosamente por Beck.

Preparei o meu estado mental para aguentar toda aquela avalanche que estava por vir, e quando Beck saiu do banheiro, eu tive certeza de que não teria mesmo como escapar.

(...)

Encarei o motor do possante  que me entregaram. Depois de algumas horas me dedicando apenas a ele eu finalmente consegui resolver o problema na parte elétrica.

Beck e eu tínhamos tido uma conversa séria, e isso não me saía da cabeça.

Ela me contou sobre os perigos representados por Lion, isso era fato, mas ninguém nunca foi tão clara comigo como ela foi.

E isso me assustava muito, afinal de contas eu começava a criar vínculos com Lion; A nossa amizade... Eu não conseguiria deixar isso para trás e por mais que eu tentasse parar e refletir, tudo o que eu via era a imagem dele.

E no fundo eu sabia que era ele que não saía de mim.

_Precisando de ajuda, gatinha? - alguém perguntou.

Olhei para o lado e me deparei com um homem alto e de cabelos grisalhos. Os seus olhos eram azuis e ele tinha um sorriso estranhamente malicioso no rosto.

_Não. - respondi rispidamente fechando o capô do carro.

_Uma moça tão bonita como você não deveria trabalhar em uma espelunca como essa. - comentou ele, e eu franzi as sobrancelhas intrigada com tudo aquilo.

_Essa oficina não é uma espelunca, senhor. E fique sabendo que é daqui que eu me sustento.

_Admiro muito isso em garotas como você, mas há outras formas de ganhar mais sem ralar tanto. - ele se aproximou de mim e ainda sorrindo ele completou: - Se é que me entende.

Aquele cara me encarava de uma forma invasiva, tinha malícia, desejo, ganância tudo isso ao memo tempo em seu olhar.

E eu sinceramente não gostava daquilo, pois do jeito em que ele me olhava mais parecia que eu era um pedaço de carne.

E não, eu não estava a venda!

_Desculpa, mas eu não te entendo e se me der licença...

Tentei passar por ele, porém com agressividade o mesmo segurou-me pelo o braço.

Olhei em seus olhos, sua mão forte e áspera machucava a minha carne.

Antes que eu pudesse pedir para que me soltasse ou qualquer outra coisa, sem nenhuma repressão ele disse:

_Ah, o que é isso gostosa? Todas tem um preço. Me diga então qual é o seu.

Arqueei as sobrancelhas surpresa com a audácia daquele crápula e ao mesmo tempo ofendida.

_Todas menos eu, seu velho nojento. Agora me solta! - falei entre os dentes, e ele apenas riu.

_Olha aqui, vadia. Você sabe quem eu sou? Se eu quiser em apenas um telefonema acabo com o seu emprego e você terá que dar essa sua bundinha para comprar comida.

NOCAUTE (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora