Capítulo 9 -- 20 de Junho

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Passou um mês e amanhã é o meu exame. Entretanto, a minha mãe abriu uma pequena loja no rés do chão do prédio. Fui eu que lhe fiz o plano da loja. Desenhei-o. Dava para ser arquiteta... mas não. A parede da frente, a que dá para a rua... foi toda abaixo e foi feita uma janela enorme que faz de montra; depois ainda deixámos um espacinho para colocar uma porta de vidro chiquérrima. A loja é recheada com vários artigos para revenda de manicure e de roupa desenhada por mim. Tenho falado muito com a Tyra, ela é como uma melhor amiga para mim.
Encomendei uns jeans brancos de cintura subuda rasgados nos joelhos e um top vermelho curto de alças e justo. Vou usar essa roupa amanhã com os meus vans vermelhos. Sinto-me nervosa por vários motivos: o facto de amanhã ser o meu exame e o facto de ter que sair de casa.
Eu estive a pensar... e quando eu penso não é bom sinal. Eu pensei em tentar sair de casa hoje. Visto umas leggins cinzentas, uma t-shirt básica branca e uns air force brancos. Maquilho-me, pego nas chaves e no telemóvel e coloco a minha mão na maçaneta da porta. Rodo-a. Largo-a. Recuo. Ganho coragem e abro-a de rompante. Coloco um dos meus pés no chão frio do meu prédio. Agarro-me ao corrimão e desco as escadas. Saio do prédio. Fecho os olhos e respiro fundo. Quando os abro dou dois passos em frente e observo o belo trabalho que fiz: a arquitetura da loja da minha mãe. Entro.

- Ola mãe!
- Diana? - interroga a minha mãe com o queixo caído.
- Sim...?
- Tu... tu estás aqui? Tu saíste de casa?
- Pois...parece que sim.
- Oh meu amor - diz a minha mãe vindo em direção a mim e a abraçar-me.

Depois de muitos beijinhos e abraços e lágrimas de felicidade da minha mãe, resolvo ir para a caixa e ajudá-la. Vejo uma cliente a chegar com o seu filho e a sua filha. A minha mãe diz-me para ir atênde-los.

- Olá! Posso ajudar?
- Olá! Sim, eu queria encomendar cerca de 5 frascos de verniz de gel de 27 tons diferentes.
- Se quiser pode levá-los já em vez de encomendá-los.
- Ótimo! Vamos a contas!

Levo-os até à caixa e reparo que o rapaz não para de olhar para mim, e sendo sincera eu também não consigo de deixar de olhar para ele. Dou vários blocos com tons diferentes de verniz à cliente e fingo que reponho o stock.

- Olá. - diz uma voz masculina mas inocente.
- Olá. - respondo olhando para trás.
- Eu precisava de ajuda...
- Sim, diz.
- Eu já procurei por todo o lado mas não consigo encontrar...
- O quê?
- Um papel caído no chão com o teu número. - responde-me com um sorriso envergonhado.
- (risos) Ah... isso? É fácil explicar-te o porquê de não o teres encontrado. É porque eu não o deixei cair.
- E será que me o podias dar?
- Eu nem sei o teu nome...
- Louis.
- Eu sou a Diana.
- É nome de princesa.
- Pois... - respondo, mas sinto que estou a corar.
- Já sei que és das difíceis - tira-me o telemóvel da corrente que tenho atada ao pescoço e grava-me o seu número. - fico à espera.
- Menina! Já escolhi os vinte e sete tons! - grita a mãe do Louis
- Claro, vou já!

00:38

Louis... ela era bonito. Era alto, tinha cabelo castanho escuro e os olhos tinham a mesma cor. Consegui perceber que era envergonhado mas também tinha um pouco de descaramento. Não consigo dormir, não consigo parar de pensar nele... não sei se lhe mande uma mensagem... pode já estar a dormir. É melhor não. Ou talvez ainda esteja acordado à espera de uma mensagem minha. Mando? Não. Sim. Opa... vou mandar.

---- Conversa com Louis ---

Eu (00:43): Olá, é a Diana.

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⏰ Última atualização: Jul 18, 2016 ⏰

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