Capítulo 2

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Victor

- Você é tão linda que pode cegar sabia? - digo acariciando o seu queixo.

- E você é um fofo - diz Nicoly me encarando com seu olhar penetrante.

- Eu tive muita sorte de te conhecer, você é muito especial e não é como as outras garotas que se atiram pra cima dos meninos.

- Desse jeito você vai me acostumar mal em, sempre me elogiando. Isso me faz querer um beijo. - Nicoly se inclina em direção ao meu corpo...

- Filho levanta, ja são sete e trinta você vai acabar se atrasando pro colégio - diz minha mãe tirando as cobertas de cima de mim.

- Infelizmente foi só um sonho - resmungo.

- O que foi só um sonho filho? - minha mãe pergunta curiosa.

- Nada mãe, vou tomar meu banho, por que como a senhora disse eu estou atrasado - dou um beijo de bom dia em sua bochecha.

Caminho em direção ao banheiro e deixo minha mãe fazendo a minha cama.

Ao fazer minha higiene matinal, fico pensando naquele sonho que tive com Nicoly e dou um sorriso de leve olhando pro espelho.

Desço pro café com poucos minutos visto que minha aula começa as oito e meia e já são oito horas, levo mais ou menos quinze minutos para chegar no meu colégio então tenho aproximadamente dez minutos para comer algo e ir.

Vou descendo as escadas e já encontro minha mãe me esperando para o café, essa cena se repete a três anos desde que meu pai nos deixou.

- Dormiu bem filho? - ela pergunta me olhando antes mesmo de eu sentar.

- Sim mãe - Falo pegando minha xícara e despejando o café.

- Sonhou com alguém? - ela faz uma cara irônica.

Dou um sorriso e digo:

- Sim mãe, mais é bobagem.

- Nada é bobagem filho, mais tudo tem a hora certa pra falar né. Vamos? Hoje eu vou resolver umas coisas na cidade vizinha e vou precisar do carro mais eu te deixo no *JBU.

*(Jovens do Boa União.)

- Ok então mãe, vamos.

...

- Tchau mãe, boa viagem e cuidado - dou um beijo em sua testa.

- Tchau filho, cuidado pra não se esbarrar com a garota e achar que é mais um sonho - ela da uma risada.

Olho pra ela entendendo ao que ela se referia e saio do carro.

No caminho pra sala eu encontro João e ele diz:

- E ai cara ja fez a sua parte do trabalho?

- Ainda não Ruan, o trabalho ainda é pra semana que vem.

- Há, então você não ta sabendo?

- Do que? - pergunto curioso.

- Nicoly chamou todos do grupo para organizar o trabalho em sua casa - Ruan diz empolgado.

- Sério? E que horas vai ser isso?

- Três horas da tarde todos tem que estar na casa dela, por isso te perguntei sobre sua parte - Ruan fala me repreendendo.

- Agora não sei o que vou fazer por que não tem como eu pesquisar durante a aula aquele tema gigante que me deram - resmungo.

- Calma Victor, eu te ajudo, mais você vai ficar me devendo um favor.

- Como vai me ajudar Ruan? Você também não pode pesquisar durante a aula. Esqueceu que agora eles tomam o celular e só devolvem no fim da semana.

Ruan dá uma gargalhada e diz:

- Seu trabalho está aqui Victor.

Ele tira uns papéis da mochila e me entrega.

- Como assim já está pronto? - pergunto fazendo uma cara de surpreso.

- Digamos que eu te conheço Victor, afinal anos de amizade serve pra isso não é.

- Sim, mais afinal o que você quer em?

- Mais tarde você vai saber Victor, agora vamos que a professora já passou por nós.

...

Chegando na sala de aula ja vejo Nicoly sentada em umas das cadeiras no canto da parede. Ela faz sinal como se quisesse falar comigo eu fico muito nervoso.

Vou ao seu encontro e ela diz:

- Agora não bobinho - ela fala apontando para a professora com os olhos.

Eu dou meia volta e fico constrangido. Não lembrei da professora, na verdade eu não consigo pensar direito em nada perto de Nicoly.

Com a troca de professores eu vou novamente ao encontro de Nicoly e digo:

- Oi, o qie você queria falar?

- Eu quero te avisar sobre a organização do trabalho que planejamos fazer lá em casa hoje às três da tarde.

- Eu fiquei sabendo - digo quase gaguejando.

- E eu quero também me desculpar por não ter te avisado antes.

- Sem problemas, não se preocupa, o Ruan me avisou.

- Na verdade eu não tenho o seu contato para fazer isso, você pode me passar?

- É claro, anota aí, (68) 99548767.

Ela pega seu telefone e digita os números e diz:

- Obrigada! Então eu posso te esperar la em casa às três horas?

- Com certeza, eu estarei lá.

Dei as costas voltando para a minha carteira imaginado como seria divertido conhecer a casa de Nicoly. Eu estava muito ansioso.

Os três tempos de uma hora que ainda restavam para o fim da aula foram como três dias. Eu estava angustiado e nervoso por saber que ia passar a tarde com Nicoly.

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