Capítulo 7

3 0 0
                                    

Três anos atrás...

Victor

- Pai, o que vamos fazer nesse final de semana? - pergunto animado para o meu pai.

- Não sei filho - meu pai fala descontente.

- O que o senhor acha de irmos ao zoológico, mamãe vai estar de folga no sábado e o senhor também.

- Acho que não é uma boa idéia filho.

Era costume da nossa família sair nos finais de semana em que meu pai e minha mãe tivessem folga. Mais visto que meu pai havia dito que não era uma boa idéia eu deixei pra lá. Eu tinha uma mente ainda infantil e não entendi o que estava acontecendo e também não dei importância fui jogar bola na quadra de nosso condomínio com alguns colegas. Mais tarde quando cheguei em casa avistei meus pais tendo uma discussão. Eu fiquei com medo pois nunca havia visto os dois discutirem daquela forma.

Shirley

- Você é um covarde, como pode me trair, trair seu filho - digo em uma pilha de nervos.

- Você foi a culpada, não deu valor ao nosso casamento.

- Eu não dei valor Vinicius? Por um acaso fui eu que fui pra cama com outra. Você é um hipócrita mesmo, não sabe assumir seus próprios erros. Você destruiu uma família!

- O que isso significa? Vai me expulsar de casa por isso?

- Você é um idiota mesmo. Você não é digno de criar um filho ao meu lado.

- Você vai acabar com nossa família Shirley? - ele fala num tom de vítima.

- Você acabou com nossa família Vinicius, você nos destruio e agora eu e meu filho vamos recomeçar bem longe de você.

- Eu não irei sair dessa casa.

- Eu e meu filho vamos!

- falo dando as costar para Vinicius deixando ele gritar e agir ignorantemente sozinho.

Victor

Eu escuto toda aquela discussão sem que meus pais percebam e vou pro meu quarto, em instantes minha mãe chega na porta e diz:

- Arrume suas coisas meu filho, nós iremos passar um tempo com sua avó.

Eu sabia que ela estava falando de sua mãe visto que minha avó por parte de pai havia falecido á alguns anos. Saber dessa mudança me deixou com muita tristeza, passei a ver as coisas por um outro ângulo. E já havia entendido que minha vida iria mudar a partir daquele momento. Por mais que minha avó Samanta fosse uma vó excelente eu não suportava a idéia de morar sem meu pai.

Moramos um ano e sete meses com minha avó, nesse meio tempo eu aprendi muitas coisas e me tornei como que o homem da casa visto que meu avô era militar e servia em Frelandia na Filadélfia como soldado. Minha mãe gostava muito da companhia de minha avó, ela era bem nova então passavam maior parte do tempo juntas. Minha avó tinha cinquenta e um anos e minha mãe trinta e dois anos e eu tinha apenas treze quando aquilo tudo aconteceu.

Atualidade...

Tento fazer o mínimo barulho possível para não acordar minha mãe, ela não gostava quando eu chegava tarde. Fecho a porta com muito cuidado e acendo as luzes para ter certeza de que não ia derrubar nada pelo caminho. De repente avisto minha mãe sentada no sofá, ela diz:

- Isso são horas mocinho?

- Desculpa mãe é que eu me empolguei.

Eu sei que estava mentindo mais não podia dizer a minha mãe que depois da festa eu havia ido para a ponte que ligava a nossa cidade a cidade vizinha. Ela iria fazer várias perguntas e eu não iria dizer a verdade, que tinha ido pensar.

Então minha mãe disse:

- Se empolgou é, então foi boa essa festa?

- Por que me esperou mãe? - pergunto mudando de assunto.

- Por que eu estava sem sono e precisava saber se você ia chegar bem e que horas ia chegar, então juntei o útil ao agradável. E você não me respondeu, como foi a festa?

Eu sabia que se dissesse o que realmente tinha acontecido minha mãe iria surta com o seu espírito de mãe super protetora então eu disse:

- Foi ótima mãe - falo me abaixando para beijar sua testa - preciso dormir pra amanhã está de volta a rotina e você também.

- Ta bom.

- Já vou, boa noite mãe.

- Boa noite filho.

Subo as escadas e me preparo pra dormir. Antes de pegar no sono fico imaginado como vai ser difícil esbarrar com Bruna na escola.

O Romance Dos DesencontrosOnde histórias criam vida. Descubra agora