Capítulo 04

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Sem Correção   - Eduardo Verastaqui ( Maycon Santinni)


Davi

Caminhei entre os clientes da boate, todos muito sorridentes, quando vi uma turminha das minhas meninas sorrindo e assistindo algo.

- Posso saber o quanto interessante poderia ser o que tira atenção de vocês? Vejo a casa cheia, no entanto, vocês estão ocupadíssimas com um celular. – Elas abriram os olhos como se eu as tivesse pego fazendo a maior das traquinagens, assim como crianças, quando são pegas em suas artes, depois de derramarem o sabão em pó da mãe, ou depois de passarem a margarina pelo azulejo da cozinha. Eu sei por que o Daniel e eu muitas vezes fazíamos esse olhar ao sermos pegos pela cozinheira.

- Não é nada Davi...

- Nada? Então posso ver. – Estendi a mão. Uma das meninas da casa. Uma dançarina chamada Bebel, velha de casa por sinal... Ruiva e cheia de sardas me estendeu o celular. Era um vídeo. Coloquei para reproduzir e vi uma mulher mascarada... Ela dançou tão provocante, que eu fiquei duro na hora. Que droga. O vídeo terminou. Reproduzi novamente, não porque eu queria sentir algo a mais, mas porque algo a mais me chamou a atenção naquela mulher. Era um anel que ela trazia no dedo... Não podia ser. – Onde conseguiu isso Bebel?

- El... - Gaguejou. – Ela me enviou. Somos amigas.

- Então tem o número dela esse tempo todo e não me deu: - Segurei ela pelos cabelos sem que nenhum dos fregueses notasse e a tirei dali, mandando que as outras voltassem ao trabalho.

Quando chegamos a minha sala joguei-a sobre a poltrona de couro marrom, ainda de posse do celular.

- Eu não tinha juro. Até ela me mandar. Ela tinha meu número. Pode ver que o número dela é novo. Não é o antigo. Ela não mandou mensagem só o vídeo. Talvez enviasse para que eu registrasse seu número novo. E como não mandou para mais ninguém pensei que fosse sigilo... – Segurei sua garganta.

- Sua mentirosa. Ficou chateada quando optei por pedir que ela me ajudasse no plano. Tanto que tentou chantagear contar a juíza sobre nosso casamento falso, me levando a ter que morar com ela de verdade. O que agora para você será uma grande decepção.

- O que quer dizer com isso? – Ela se livrou de mim e se afastou.

- O tempo que você me obrigou a viver com a Luana só me fez perceber que eu precisava dela. E quando eu estive longe, comecei a pensar nela todos os dias. Só não voltei porque tinha um propósito de mudança de vida, até mesmo por ela.

- Mas acho que não funcionou porque você mesmo acabou de ver. E como deve saber, a Milady é o sonho de qualquer stripper, ela não vai sair de lá tão cedo. Lá elas vivem com luxo.

- Por que não vai para lá Bebel, se acha que é tão bom assim. Se não está satisfeita aqui, devia arrumar suas malas e partir. – Ela me olhou atônita.

- Estão tão apaixonado assim Davi? Que teria coragem de me mandar embora depois de todos estes ano com você?

- Nós não temos nada. Se me lembro bem eu te ofereço um teto e você ganha por seus sustento. Mas não temos contrato empregatício. No momento em que quiser partir, fique a vontade. E agora pode ir.

Ela estendeu a mão, estava esperando pelo celular. Retirei o meu do bolso com toda calma, enviei o vídeo pelo aplicativo instantâneo e copiei o numero do telefone. Entreguei a ela e me sentei na cadeira enquanto ela fechava a porta e eu ficava em total desespero vendo o vídeo novamente e ouvindo o grito dos homens cheios de desejo pela mulher que eu tenho certeza que me amou. Precisava falar com ela. Agora já sabia por onde começar. Sem pensar duas vezes liguei.

Marcas da AlmaOnde histórias criam vida. Descubra agora