capítulo VII : promessa de sangue

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Lucila Parker...
Júlio destruiu a estatua viva de uma forma extraordinária, apenas auxiliando por uma onde que foi criada por Catarina. Catarina após este ato simplesmente desmaiou de exaustão.
Catarina foi amparada por Lilian e Elizabeth, Júlio esta distante mais vendo sua amiga caída nos braços de Lilian e sendo colocada ao chão com a ajuda de Elizabeth correu até onde nos estávamos, com suas roupas rasgadas, sem fôlego e preocupado virou para mim que estava em pé apenas observando a situação e disse:
-Lucila não fique ai parada, vá busca uma garrafa de água em minha mochila preta.
Nossas mochilas estavam todas jogadas próximas as portas do Abu Simbel, em alguns segundos corri até o inicio do templo procurei por alguns minutos até que encontrei uma mochila preta, sim era a mochila do Júlio. Abri peguei a garrafa de água de 2litros, peguei minha mochila pus nas costas e corri novamente em direção ao grupo que estava todo reunido para acordar Catarina que aparentemente estava pálida e um pouco desidratada. Aproximei-me de Júlio e disse:
-Aqui esta sua água.
Ele levemente sorriu e disse:
-Obrigado.
Enquanto eles prestavam os primeiros socorros a Catarina eu me dirigir até as estatuas de Ramsés II, eu abri minha mochila e de lá tirei algumas bananas de dinamite e também um isqueiro preto. Comecei a espalhar as bananas por três estatuas até que alguém gritou:
-Ei Lucila! O que você esta fazendo?
Aquela voz era muito parecida com a de Catarina. Virei para trás e vi que Catarina pálida e bem debilitada esta a minha procura. Olhei para ela e disse:
-Irei destruir as outras, não podemos permitir que outra acorde!
Ela parecida assusta e fraca tentando dar mais alguns passos dizendo:
-Você vai nos explodir?
Respondi dizendo:
-Você acha que elas não iram acordar igual a aquela?
Ela olhou para mim com um pesar e disse:
-Não elas não iram acordar, aquela estatua só nos atacou para defender o escudo de Égide. Perceba também que essas estátuas são objetos históricos importantíssimos não podemos simplesmente explodir tudo.
Dei uma risada irônica e respondi:
-Deste modo nos também vamos virar objetos históricos, se não começamos a nos cuidar mais. Vá repousar!
Catarina furiosa disse:
-Pare de bobagem Lucila, não vamos explodir nada!
-faça como quiser então, se mais uma dessas acordar não contem comigo, acho que nunca escutaram que é melhor prevenir que remediar-juntei minha dinamite e voltei pra onde os outros estavam.
Júlio vendo nossa chegada disse:
-Sentem-se para jantar, ainda temos que escolher quem vai ficar de guarda desta noite.
Eu sentei ao lado de Lilian, que me passou um pedaço de pão sírio. Catarina ainda em pé disse:
-Escutem aqui pessoal! Vamos nos alimentar, descansar e cuidar um pouco dos ferimentos. Por esta noite dormiremos no Abu Simbel até o nascer do sol, pois se saímos agora morreremos de frio.
Tirei mais alguns casados da mochila e uma garrafa de chocolate quente. E disse:
-Quem vai querer?
Júlio arregalou os olhos e feliz respondeu:
-Blusas de frio, graças a Zeus!
Elizabeth vendo a garrafa de chocolate quente disse:
-Atena é abençoa por ter uma descendente tão precavida!
Lilian abismada com a situação disse:
-Você tinha chocolate ai o tempo todo?
Comecei a distribuir copos para todos e respondi:
-Sim, estava apenas economizando comida.
Júlio sorrindo disse:
-Você poderia ter nos dado esse chocolate há muito tempo, comer pão sírio com água enquanto se caminha no deserto não e a melhor coisa do mundo.
Catarina tirou quatro sacos de dormir, e jogou um pra cada.
Eu disse a Catarina:
-Ei! Você poderia ter feito àquela onda aparecer, enquanto nos caminhávamos no deserto. O calor daqui é um tártaro.
Ela me deu um olhar cortante:
-Não tenho um reservatório de água no corpo, e aquele tipo de técnica gasta muita energia física. Não seria possível criar ondas de água por muito tempo.
Para não criamos uma situação ruim na equipe decidir não responder Catarina. Terminamos de jantar, descansamos por 1hora em silêncio dentro dos sacos de dormir com o intuito de economizar energia. Até que Lilian disse:
-Eu serei a primeira a ficar de guarda enquanto vocês dormem.
Eu sai do meu saco de dormir e disse:
-Não, eu irei.
Ela fez um sinal positivo com a cabeça.
Eu completei disse:
-Depois o Júlio, Lilian, Catarina e fechamos a noite com Elizabeth de guarda. Combinado?
Todos responderam:
-Sim! Sim.
Tirei um cobertor da mochila, peguei minha espada e fui sentar próxima a entrada do templo. Fiquei observando eles se deitarem e caírem no sono. O tempo correu rápido quando olhei pela primeira vez no relógio era por volta das 02h30min da manhã, mas não acordei ninguém, quando Júlio acordou e veio tomar o posto. Entrei no interior do templo e achei meu saco de dormir ao lado de Elizabeth, deitei, dormi rapidamente e sonhei.
Tive um sonho estranho. Estava escuro, eu não conseguia enxergar mais que um palmo a frente do meu nariz. Olhei atormentada para todos os lados, andei um pouco e tudo que encontrei foi escuridão e calafrios arrepiados em alguns momentos, até que uma luz começou a brilhar timidamente em meio a toda aquela escuridão, segui em direção a ela .Após minutos a luz já estava mais forte e puder ver um garoto, sim! Não era qualquer garoto, ele era o Derek, lá estava ele em pé radiando em meio à luz. Não pensei duas vezes corri e o abracei. Eles estava quente como sempre foi, coloquei minha cabeça em seu peito e chorei dizendo:
-Eu senti tanto a sua falta, bobão.
Enquanto eu enxugava as lagrimas, ele respondeu com a mesma voz que sempre teve, animada e gentil:
-Eu também senti parceira...
Ainda abraçada com ele eu disse:
-Como é bom ouvir sua voz!
Antes que ele conseguisse dizer qualquer coisa, um abismo se abriu no chão eu tentei segura-lo logo que senti uma grande ventania o puxando para o chão, mas era tarde demais o buraco enorme o engoliu por inteiro. Eu não consegui entender nada, nem sabia para onde ele poderia ter ido muito menos como, apenas Derek foi engolido e eu não. Eu me abaixei rapidamente mais o abismo já havia desaparecido misteriosamente. Uma voz de longe falou aos meus ouvidos:
-Lucila, você tem que ir, eu estou indo embora.
Aos poucos percebi que era a voz de Derek, aquela frase fez doer meu coração. Como Derek poderia ter desejar que eu fosse embora? Respondi brava dizendo:
-Eu não vou te deixar, não desta vez.
A voz, já não era a voz de Derek, era uma voz fria e gutural:
-E se tivesse uma maneira? Uma maneira de tê-lo de volta.
Vasculhei minha mente tentando entender aquela pergunta e nada encontrei, mas respondi dizendo:
-Uma maneira de voltar? Como?
A voz ganho um tom suave como uma brisa de inverno, fúnebre e frio aos poucos respondeu dizendo:
-E se eu lhe der uma maneira?-a voz parecia estar vindo em minha direção, soou baixo na escuridão, falando:
-Eu tenho uma solução... Eu tenho uma solução...
Eu pus em posição de batalha. E respondi:
-Quem esta ai? Que solução você tem?
O lugar foi se tornando claro, as luzes foram ascendendo, não luzes, tochas crepitantes, acho que eu estava em uma câmara subterrânea.
Ouvi apenas uma frase em meio ao clarão de luz que ocorreu por alguns segundos
-Eu posso trazê-lo de volta.
Senti algo estranho após o fim do clarão, olhei ao meu redor e observei uma ventania que passou por todas as tochas e as apagou, e misteriosamente voltaram a se acenderem, havia uma criatura estranha se aproximado de mim, tinha corpo humano mas uma cabeça cachorro que depois de alguns passos parou minha frente e olhou pra mim. Minha única reação foi dar alguns passos instintivos pra trás, tudo que consegui dizer naquele momento foi:
-Wow, que coisa é você?
A criatura respondeu:
-Eu sou Anúbis! Deus da morte, e meu único propósito aqui é ajudá-la, venho lhe dizer que eu posso trazê-lo de volta, se assim desejar... É claro.
Pensei comigo Anúbis? Ok! O deus egípcio dos mortos, então não é um cachorro e sim um chacal. Com a voz em um tom de falsa adoração aos deuses eu respondi:
-Vocês deuses são tão confiáveis...
Ele pareceu ficar um pouco irritado e disse:
-Me escute garota, não me confunda com os gregos! Se tudo correr como o planejado tiro teu Derek do mundo inferior.
Ele foi direto e claro, suas palavras foram tentadoras para mim, mas tentei disfarçar o meu interesse dizendo:
-OHH, desculpe... Mas isso não vai acontecer, toda essa história de guerra.
Ele colocou a mão espalmada para cima e fagulhas cinza começaram a sair dela, em alguns segundos havia uma bola de fagulhas cintilantes em sua mão. Antes que ele pudesse dizer alguma coisa eu falei sarcasticamente:
-Legal, uma bola de cristal.
Anúbis rosnou e respondeu:
-Não seja insolente.
Eu sorri, fazendo uma reverencia para ele e disse:
-insolente é meu nome do meio.
De repente imagens em espiral começaram a aparecer em meio à bola de fagulhas cintilantes. As fagulhas aos poucos foram se solidificando, e se tornando imagens, vi o monstro robótico o jogando longe, e vi o que ocorreu depois que Oliver havia me arrancado de lá, tentáculos negros saíram do chão e o envolveram e o arrastaram para o fundo da terra, e esse foi o motivo de não ter conseguido encontrar seu corpo. E uma nova imagem se formou o rosto de Derek mais pálido do que era seus olhos verdes jade que um dia foram lindos e brilhantes, estavam foscos e sem vida, seus lábios estavam azulados e seus cabelos castanhos dourados estavam se tornando prata. fiquei desesperada ,gritei para Anúbis dizendo:
-Ainda resta tempo? Eu posso salva-lo?
Anúbis sorriu maleficamente e respondeu:
-Sim, ele ainda pode voltar. Só não tente nos impedir, traga seus colegas de missão até mim, e eu o trarei de volta.
Ainda em choque com as imagens de Derek, perguntei:
-Levá-los até você?
Anúbis tocando em meu rosto respondeu:
-Eu não costumo fazer isso, mas trocarei seus amigos por ele, eu os prenderei ate conseguir assumir o poder, só quero que vocês não me empeçam.
Eu fiquei irada com a oferta e disse:
-Não! Você quer matá-los!
Anúbis tentando articular uma proposta melhor disse:
-Eu apenas os prenderei!
Eu respondi:
-Não acredito em você, você provavelmente mataria todos eles e a mim também.
A bola de cristal prateada sumiu de sua mão e ele a fechou, quando tornou a abri-la havia uma adaga cerimonial, ele pegou a adaga e fez um corte na sua própria mão.
-Você acreditaria em uma promessa de sangue? Você não precisa levá-los se não quiser, isso é apenas pra provar que cumprirei minha parte, mas se você não cooperar minha irá ira cair sobre ti também, se me ajudar terá o que deseja, eu prometo.
Ele fez um talho com a adaga em sua mão, e disse:
-Agora é a sua vez. Eu lhe darei o que você quiser, pense bem.
Ele estendeu a adaga para mim, sua voz por mais horripilante que fosse, tinha um certo tom de verdade, acho que ele acreditava no que falava, eu peguei a adaga e também fiz um talho em minha mão direita e estendi para ele. Nossos sangues se misturaram divino e mortal, não sei por que exatamente eu fiz isso, mas eu preciso ter Derek de volta, não importa o que custasse.
Anúbis desapareceu estranhamente, o procurei por todos os lados até que gritei:
-Onde você está?
Já que o combinado era que eu levasse os garotos até lá. Eu tinha que saber onde ele estava. Depois de alguns segundos eu ouvir uma voz arrepiadora dizendo:
-Eu lhe encontrarei em Saqqara. Leve-os para mim.
Eu perguntei:
-Em que dia eu devo estar lá?
Ele respondeu:
-Você saberá o dia, eu lhe falarei.
A escuridão me envolveu novamente, e alguns segundos depois eu abri os olhos, pisquei algumas vezes para me adaptar a escuridão, e lá estava eu deitada ao lado de pilhas de pedras e areias, levantei-me e vi que Júlio ainda estava de guarda, mais ou menos, ele estava dormindo sentado, me pergunto, como? Estávamos todos cansados, e foi apenas o primeiro dia. Colocar várias crianças sem treinamento para esta missão, é suicídio, teríamos que aguentar ate que eu conseguíssemos Derek de volta, eu mesma os treinaria. Olhei para minha mão e o talho estava lá, é pelo visto não foi apenas um sonho. Acordei todos e tirei comida da minha mochila, não havia amanhecido ainda então tínhamos tempo para nos organizar. Elizabeth tomando um gole de chocolate quente disse:
-Nossa! Ainda esta frio.
Eu respondi falando:
-E verdade.
Estávamos organizados o café da manhã quando ouvimos vozes masculinas, uma das vozes a mais grossa, dizendo:
-Não, deveríamos ir para Assuão, Alexandria e para o Cairo!
A outra voz masculina menos grossa disse:
-Reorganizar as bases não adiantará nada se deixamos nosso povo perder a batalha no corredor de Karnak!
Pegamos nossas coisas e nos escondemos atrás de uma das estatuas de Ramsés II.
Ouvimos passos e a primeira voz dizendo:
-se formos para lá nos morreremos também.
Com uma expressão preocupada o terceiro homem, apenas observava a discussão dos dois primeiros sem dizer nada. Percebi que o segundo homem de voz menos grossa disse:
-Devemos trazer a paz a todas as noções, pois fazemos parte dos Medjai, o código de honra nos dizer para tratar todos como iguais e garantir a segurança do povo egípcio. Você sabe disso!
A primeira voz aparentemente pareceu aceitar o argumento e disse:
-Você tem razão desta vez, vamos para o corredor de Karnak. Mas vamos tirar 1hora de descanso neste templo.

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