Capítulo 8

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Entendam literalmente a parte em que Lucas disse que não ficaria no caminho de Ellie, mas estaria logo atrás dela. Foi exatamente isso que aconteceu a manhã inteira, Camila não parava de lançar olhares maléficos na direção da amiga, até Matheus a levar para dar uma volta.

Ellie observou eles se afastarem com os olhos semicerrados, analisando atentamente a situação. Tudo dizia que aqueles dois já tinham se beijado, ou isso não passaria de hoje. O nível de intimidade deles estava na linha do "ou são amigos para sempre", o que eles certamente não eram, e Ellie sabia muito bem porque ela sim era amiga de Camila há um bom tempo, "ou tão ficando", e o que dizia isso era a mão de Matheus na cintura de Camila.

Ou seja, eles deviam no mínimo estar em vias de.

Obviamente, as pessoas também estavam olhando para Ellie e Lucas com curiosidade e cenhos franzidos. Talvez porque o conceito de "guarda-costas pessoal" não fosse comumente adotado por COLEGAS DE SALA. As pessoas deviam achar que ele estava a seguindo por qual motivo? Ellie começou a imaginar as ideias absurdas que aquilo poderia gerar - já que nada são poderia vir daquilo - e quis se enfiar dentro da areia.

- Hey, garota! Manda a bola?

Uma bola de vôlei veio parar no seu pé. Os mesmos garotos de ontem jogavam no mesmo lugar que ontem. Ellie deu de ombros, por que não? Ela já tava cansada de ficar ali, torrando no sol, de qualquer jeito. E o silêncio de Lucas era o que mais a incomodava. Sua presença não era nada silenciosa, era como se ele estivesse tramando alguma coisa, tentando "cuidar dela" sem a "atrapalhar".

Como se isso fosse porssível para Lucas Quaresma. A presença dele já era problema o suficiente.

Ellie levantou e jogou a bola de vôlei para o alto, dando um belo saque por cima, sentindo a adrenalina correr solta do impacto da bola com a palma de sua mão até o seu último fio de cabelo. A tragetória da bola foi perfeitamente para o cara que havia pedindo-a de volta.

Não foi possível distinguir quem dizia o quê, mas vários comentários se seguiram após o feito de Ellie:

- Ual, que jogada!

- DEMAIS!

- Beela pontaria!

- Quer jogar também?

"É, por que não?"


***


O time em que Ellie estava parecia ganhar, mas nada era certo: ninguém realmente contava os pontos. Bem que Lucas podia ter contado (sim, ele foi atrás dela, literalmente, de novo), mas ele estava ocupado demais sentado, assistindo. E como ele não havia aberto a boca ainda, as outras pessoas devem ter ficado sem graça. E, de qualquer jeito, era só um jogo pra gente se divertir. Mesmo com as jogadas dignas de campeonato estadual.

Corrigindo, Lucas ficou quietinho até Alex cortar na direção de Ellisa.

É óbvio que ela pegou a bola. E com uma manchete perfeita. Era ela quem, na maioria das vezes, recebia as bolas nos jogos da escola. Sua expressão se intensificou por um único milissegundo, mas logo estava de volta ao normal. Cortes do tipo eram defesas ardidas, além de difíceis, mas nada realmente significativo.

Nada como bloquear um corte errado e correr o risco de quebrar um dedo, por exemplo.

Porém, foi o suficiente para Lucas invadir a quadra e avançar em direção ao outro time.

- Seu idiota, te vi mirando nela! Você mirou nela pensando que ela é mais fraca, só pra fazer um ponto?! Você podia tê-la machucado sério, imbecil!

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