Capítulo um

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N/A: Pessoal, essa é a minha primeira fic no Wattpad. Fic também postada no Social Spirit, mas lá está mais adiantada.
Espero que gostem e boa leitura😉😊
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Acordo com o sol na minha cara e com a Lourdes, a cuidadora — de que de cuidadora não tem nada —, gritando para nós acordamos.

Eu continuo com os olhos fechados, até que sinto ela se aproximar de mim e apertar a minha bochecha. Essa mulher, com certeza, podia dar aula de chatice. "Aulas de como ser chata, com a professora Lourdes", só não sei se alguém apareceria.

—Eu falei que está na hora de acordar. — bato na mão nela, que ainda estava na minha bochecha, e depois abro os olhos e a encaro.

—Eu ouvi. Não sou surda. Qualquer um ouve essa sua voz insuportável.

—Por isso que ninguém de adotou até hoje. Uma menina rebelde. E nem ser vai mais  adotada.

—Eu não me importo. — a verdade é que eu me importei durante anos, mas depois que eu completei 15 anos, eu desisti.

—Todas dizem. Agora, levante dessa cama. — ela bate na minha bochecha e sai. Passo a mão na minha bochecha, tinha ficado dolorida. Me sento na cama.

—Você não devia tratar ela assim. Ela cuida da gente. — Emma fala e eu a encaro, ela era como uma irmã para mim. Era três anos mais nova que eu; tinha a pele morena e os cabelos pretos; seus olhos eram castanhos claros e passava um conforto, quando você olhava para eles; e seu sorriso, apesar de os pais terem morrido, era contagiante. Mas, às vezes, eu a descrevo como uma idiota, por pensar que essas pessoas cuidam da gente porque querem.

—Emma, a Lourdes ela odeia crianças, só de olhar pra ela você vê isso. Só cuida da gente porque ganha pra isso e porque ela pode maltratar a gente. Ela vê gosto nisso.

—Você não entende. Apesar de tudo, ela cuida da gente.

—Minha mãe me abandonou no dia que eu nasci, no papel que ela deixou tinha o dia certinho e até a hora, o que leva eu estar aqui à 18 anos.

—Você quer dizer que sua mãe é boa?

—Não, ela é outra porcaria. Eu odeio ela. Uma mãe que abandona a filha que acabou de nascer não presta. Nem uma cachorra abandona seus filhotes.

—Mas, talvez, ela tinha seus motivos.

—Seus pais morreram, ok? Minha mãe me abandonou. Ela não me quis.

—E seu pai?

—Sei lá! Mas não gostaria de conhecer ele. Deve ser um carinha de merda, que só fez sexo com ela.

—Nossa! Você não é muito positiva. — ela fala, irônica.

—Não sou mesmo. Pra quê eu vou ser? Ninguém adota uma menina da minha idade.

—Ok, mas a Lourdes cuida da gente, né?

—Você está sendo bobinha, Emma. Ela não gosta da gente.

—Eu acho melhor a você ir se trocar, senão nós vamos ficar sem café da manhã.

—Concordo.

—Não esquece de arrumar a sua cama,...

—.... senão eu vou receber um castigo. É, eu já sei. Também já me acostumei.

—Pelo menos dessa vez você lembrou.

—Pois é.

Me levanto, arrumo minha cama — de qualquer jeito —, pego uma toalha e vou para o banheiro.

Que inferno! Parece até cadeia, que precisa ficar na vila para tomar banho. Mas eu já estou acostumada.

Quando chega a minha vez, eu tomo um banho rápido, lavo os meus cabelos e saio, enrolada na toalha. Ai, se essa parte tivesse meninos também. As moças iam me matar e a Lourdes ía fazer isso com o maior prazer.

Entro no quarto e vejo que a maioria das meninas já tinham descido, só estava a Emma e a Hannah — essa menina é uma chata, invejosa que só ela. Ela me odeia e eu posso dizer que o ódio é retribuído. Eu já me ferro, sem precisar da ajuda de ninguém, mas ela faz de tudo para isso se tornar mais frequente. Só essa semana, que eu recebi um castigo, três vezes foi por causa dela. A Hannah joga na minha cara que minha mãe me abandonou e que meu pai não quis nem saber de mim, sendo que eu já falei para ela um milhão de vezes que eu não ligo para essas besteiras. Ela é uma idiota. Os pais dela morreram em um acidente de carro, quando ela tinha 10 anos, ela é só um ano mais nova que eu. Ela sente tanta raiva de mim, só porque eu fiz o John, o ex-namorado dela, terminar com ela. Isso é uma bobagem. Mas, tipo, ela só tinha 13 anos, não era um namoro muito forte.

Enquanto eu caminhava, para a minha cama, Hannah me acompanhava com o olhar. Tenho certeza que ela me acha bonita, mas não confessa. Eu me sento na cama e sustendo o seu olhar, até que ela fala:

—Eu vou descer, já que o lixo chegou.

Encaro Emma, não dando a mínima para ela.

—Eu ainda não sei como eu não morri, com essa toxina que tem nesse quarto. Eu sou uma guerreira. Aguento monstros e cheiros ruins. — vejo, pelo canto do olho, Hannah revirar os olhos e sair do quarto. Quando ela sai, Emma e eu caímos na gargalhada.

—Você nunca vai tomar jeito, né, Alice?

—Você sabe que não. E como você conseguiu tomar banho tão rápido? Fiquei horas na fila.

—A diferença é, que eu levanto mais cedo que você. Quer que eu te espere?

—Adoraria.

Me enxugo, coloco uma calcinha e um sutiã preto e depois me abaixo e abro minha gaveta, que ficava junto com a cama. Começo a ver que roupa eu ía colocar.

Eu sempre tinha o meu jeito de arranjar as coisas, não contei nem para a Emma, como eu consigo. As minhas roupas eram melhores do quê das outras meninas. Meus sapatos eram melhores. Tudo era melhor do quê das outras.

Opto por uma calça jeans preta rasgada, uma blusa preta escrito "I love rock" e uma sapatilha preta. Como eu disse: minhas roupas são melhores do quê das outras meninas.

—Eu queria saber como você consegue essas roupas. — Emma me fala. Ela já me falou tanto isso.

—Segredo meu, minha querida Emma. — falo, enquanto coloco minha roupa.

—Mas eu sou sua melhor amiga.

—Mas é sempre bom ter segredos. — dou uma piscadela para ela e ela revira os olhos.

—Ok, Rainha dos Segredos.

—Obrigada.

Penteio meus cabelos, passo um lápis que eu tinha e depois encaro Emma.

—Já está pronta?

—Já, faz tempo.

—Ótimo. Vamos, então.

—Tomare que a gente não tenha perdido o café.

—Relaxa, sempre tem.  É tudo ruim, mesmo. Sempre sobra. Ninguém come tudo.

—Isso é verdade.

Nós duas saimos do quarto e descemos as escadas. Depois que entramos no salão — chamamos assim, mas não tem nada de chique. Só é uma sala grande, com quatro mesas enormes, para poder caber todo mundo e mesmo assim continua apertado —, procuramos um lugar e quando achamos, sentamos e começados a tomar nosso delicioso café da manhã.... Só que não.

Filha de um AssassinoOnde histórias criam vida. Descubra agora