Capítulo 7 até o 21(último)A Queda

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Obs: obrigado a todos que leem essa grande obra, como estou sem tempo de postar parte por parte resolvi postar logo toda a obra, pode ficar tranquilo que está na ordem correta, achei que fosse melhor postar assim do que deixar a obre incompleta espero que não se importem, boa leitura.


Tal era a situação da cidade quando Fantine regressou.

Não tinha mais conhecidos. Mas encontrou um emprego na fábrica. Passou a

viver do seu trabalho e, novamente, teve esperanças.

Alugou um quartinho e fez dívidas para mobiliá-lo. Comprou um espelho, voltou a

sentir orgulho de seus belos cabelos e dentes. Pensava na filha, Cosette, e sonhava com

um futuro melhor. Por não ser casada, não tinha coragem de contar a ninguém sobre sua

filhinha. Entretanto, logo começaram os mexericos. As colegas da fábrica falavam dela

com hostilidade. Como não sabia escrever, Fantine pagava para um senhor redigir suas

cartas aos Thénardier pedindo notícias de Cosette. Uma vizinha conseguiu o endereço.

Viajou para saber a verdade.

— Vi a filha de Fantine! — contou para todos.

A superintendente da fábrica chamou Fantine e a demitiu. Deu uma pequena

indenização em nome do senhor Madeleine, pois ele exigia moral das funcionárias.

Fantine ficou desesperada. Isso aconteceu justamente quando os Thénardier

pediram novo aumento da mensalidade. Além disso, devia dois meses de aluguel e não

terminara de pagar os móveis. É claro que o senhor Madeleine nada sabia da história. Mas

Fantine, humilhada, preferiu não o procurar. Bateu de porta em porta, em busca de

trabalho. Quando seu dinheiro já estava no fim, conseguiu camisas dos soldados para

costurar. A maior parte do que ganhava enviava para os Thénardier. Um dia, recebeu uma

carta. O inverno se aproximava e Cosette não tinha roupas de frio.

Exigiam mais dinheiro. Desesperada, Fantine amarrotava a carta nas mãos. De

noite, foi até um barbeiro que morava na esquina. Desatou seus lindos cabelos loiros.

— Quanto me paga por eles?

O barbeiro ofereceu justamente uma boa quantia, porque podia usá-los para fazer

perucas.

Fantine vendeu os cabelos. Comprou roupas de inverno e mandou-as aos

Thénardier. Ficaram furiosos, pois queriam o dinheiro. Distribuíram as roupas entre suas

filhas, e a pequena Cotovia continuou passando frio. Fantine, porém, se conformava,

pensando:

"Minha filhinha não tem frio. Eu a vesti com meus cabelos!"

Um dia, recebeu nova carta dos Thénardier. Segundo dizia, Cosette estava muito

doente. Precisavam de mais dinheiro para os remédios. Fantine passou o dia

descontrolada, rindo. Mas sempre pensando na carta. Saiu à rua. Na praça, havia uma

carruagem extravagante. Em cima dela, um dentista vendia dentaduras completas,

Os Miseráveis victor hugoOnde histórias criam vida. Descubra agora