Day

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Nota da autora:
Pequeno aviso, a fanfic se passará depois de Champion (último livro da triologia Legend) então se não acabou a saga ainda haverá spoilers do último volume.
Espero que gostem <3

Prólogo

Cinco meses. Esse foi o tempo que fiquei apagado, espero que Tess tenha cuidado de Éden. Ainda estou no hospital esperando o médico vir me dar alta para que possa ir para casa cuidar dele, afinal, ele é toda minha família que sobrou. A república mandou uma representante para saber como estou. No começo achei estranho, mas devem estar agradecendo ao que dizem que fiz durante a invasão das Colônias.
O estranho era que nos olhos da garota da República havia uma certa dor, como se estivesse perdido recentemente alguém que amasse. Queria consolá-la, e dizer que nunca perdemos quem amamos, eles sempre ficam vivos, em lembranças e dentro dos corações. Mas não pude, ela estava distante de mais para ouvir qualquer palavra amiga. Logo em seguida Tess entrou.
- Day - disse ela, se aproximando. - Você quase me matou de susto.
- Me desculpe, Tess - digo me sentando na cama. - Não queria preocupá-la.
- Tudo isso está prestes a acabar - ela diz. - O médico passará aqui em cerca de minutos e você terá alta.
- Não aguento mais ficar aqui.
- Tenha paciência, Day. Fique tranquilo, cuidarei de Éden até você voltar. Preciso ir, o deixei com a representante da República. - Tess caminhou até a porta e antes de sair se virou e disse:
- Day, acredite, tem mais gente lhe apoiando do que você pode acreditar.
*****
- Daniel - disse Éden pela quarta vez. - Não aguento mais isso, todo dia você só fica em casa.
- Éden - protestei. - De novo?
- De novo! - concordou ele - Até você me ouvir. Você está estranho.
- Eu sei - concordei. - É como se estivesse faltando algo na minha vida. Desde que acordei e saí do hospital, sinto um vazio no meu peito.
- Há um mês - disse Éden.
- Sim! Há um mês me sinto assim, desde que Tess veio nos ver da última vez... - Digo, tentando procurar as palavras certas. - Vi algum tipo de dor em seus olhos, algo que nunca tinha visto antes.
- A república inteira está assim, Daniel- protestou Éden.
- Então aqui não é o lugar ideal para vivermos agora.
- E vamos para onde?
- Não sei ainda, um lugar onde você possa estudar sem todos os olhares piedosos que lhe rodam.
- Mas onde?
- Ainda não sei, Éden. Preciso pensar.
E assim acabou a conversa mais longa que tivemos em um mês, não queria que Éden crescesse na República. Não com a forma que todos o olhavam. Tínhamos que partir e iria procurar um lugar onde Éden pudesse realmente estudar. Talvez as Colônias. Pensando bem, não. Era melhor um lugar mais longe e da mesma forma seguro. Não sabia para onde iríamos, mas na República não ficaríamos, além de toda essa dor que nos rodavam, ficar aqui seria estranho, sempre estaria indo procurar algo que sinto falta, algo que acho que perdi. Mas a questão era como procurar algo que não sei o que é. Poderia ser qualquer coisa, e com a imensidade do que será, acabaria ficando paranoico. Estava determinado a resolver essa questão, o lugar para onde iríamos, mas uma coisa surgiu aleatoriamente na minha cabeça e me distraiu. O olhar de dor da representante da República no dia que me deram alta do hospital. Apenas aquele olhar. Era como se estivesse sofrendo. Como se estivesse com o coração partido pela perda. E tudo que queria era poder consolá-la, e não poderia.
Droga! Precisava sair logo da República.

*******

- Day, nem pensar! - Disse Tess pela terceira vez. - Não vou deixar você sair da República assim.
- Tess...- Tentei começar, mas ela me impediu.
- Day, você não pode simplesmente sair assim da República, como se estivesse fugindo.
- Tess, me ouça. Preciso sair, não aguento mais todos os olhares piedosos que Éden está recebendo, quero dar um futuro a ele. Ele é tudo o que sobrou da minha família.
- Mas e quanto a mim? - perguntou ela - Você não pode simplesmente sumir da minha vida, Daniel.
- Vamos manter contato, nunca abandonaria você, e sabe disso.
- Day, mas e a June?
- Quem?
- Droga! - Disse ela. - Você tem mesmo certeza que quer sair da República e ir morar em Ross City, Antártida?
- Tenho - respondi sem pensar. - Irei sentir falta de tudo aqui, mas preciso pensar primeiro em Éden, ele é a minha prioridade, minha responsabilidade. Sou tudo que ele tem.
- Quando você viaja?
- Amanhã.
- Day, sei que é o melhor a fazer, mas sentirei sua falta. Por favor, não suma de vez.
Nos abraçamos por uns minutos e antes de sair me ouvi dizendo:
- Se cuide, minha amiga.
Comecei a caminhar pela última vez nas ruas da República e, por instantes antes de chegar em casa, me deparei pensando como seria se minha mãe e John estivesse aqui. Mas esse pensamento não durou muito tempo. Quando ouvi a voz de Éden me chamando despertei de meus pensamentos.
- Daniel, é você?
- Sim, Éden. Afinal, faça sua mala, pois vamos embora da República amanhã.

******

- Danieeel! - gritou Éden, assim que entrou correndo no nosso apartamento. - Está em casa? DANIEL?
- Se acalme, Éden- pedi. - Ainda estou aqui.
- Ainda bem, preciso muito falar com você antes de voltar ao trabalho.
- Pela forma que entrou correndo em casa, vejo que é algo importante.
- Muuuito! - disse ele, tirando a mochila das costas. - Você não vai acreditar no que aconteceu hoje na escola!
- Éden, se acalme -pedi. - Quantas vezes te pedi para não entrar correndo dessa forma? Irá acabar se machucando. Mas diga o que houve.
- Eu... eu fiz uma prova na escola hoje. E tirei a maior nota - disse ele sorrindo. - E com isso, irei começar o Ensino Médio na próxima semana, assim que acabar poderei cursar Engenharia.
- Éden! - disse o abraçando. - Meus parabéns, irmãozinho, quem diria que aos doze anos já estaria no Ensino médio.
- Desde que saímos da República tem sido um logo ano.-Disse ele animado. - Onde só coisas boas acontecem.
- Acho que merecemos, não é?
- Antártida tem sido muito legal.
- Bem, fique aqui, preciso voltar ao trabalho. Preciso acabar um projeto que comecei.

- Um dia serei um Engenheiro tão bom quando você, Daniel.
- Ainda melhor - digo caminhando até a porta. - Tente não quebrar tudo, certo?
Caminhei até onde estava trabalhando, me permitindo viajar em pensamentos. Havia sido um longo ano desde que saímos da República. Mesmo que tenha falado poucas vezes com Tess, sentia a falta dela, mas estava feliz aqui.
Cheguei ao trabalho mais cedo do que esperava, caminhei até minha mesa e aguardei até o horário de retornar ao trabalho, mas parece que o tempo não queria passar, procurei dentro de uma pequena caixa prateada que ficava sobre a mesa, algo que pudesse me distrair. Encontrei alguns clipes de papéis, fiquei moldando-os com as mãos até formar alguma coisa mesmo sem saber o que seria. No momento em que acabei observei atentamente o resultado. Era um "J".
No mesmo instante, me lembrei da representante da República há tempos. Não sei o motivo, mas queria muito saber mais sobre ela.

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Nota da autora :

Bem, comecei a escrever essa fanfic por achar o final de Champion destruidor de mais, então espero que tenham gostado, postarei os capítulos toda quarta-feira, deixem seus votos se tiverem gostando e comente a opinião de vocês (que me motiva bastante para continuar). Bem então é isso.
Byee ;)
Até quarta

O Reencontro - LegendOnde histórias criam vida. Descubra agora