Capítulo 34 - Um Tem Que Sumir

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   Depois de sermos coroados, o baile voltou ao normal. Tirando pelo fato de que minhas amigas gritaram feito loucas, falando que eu A-R-R-A-S-E-I e me fizeram passar mais vergonha (como sempre).

   Os alunos voltaram a dançar e a beber. Em todo lugar que você olhava tinha alguma pessoa meio... fora de si. E foi assim até madrugar. Muita dança, pegação e loucuras. Acho que eu era a única preocupada. Preocupada por que eu ia encarar meu pai e preocupada pela viagem que o Ashton faria.

  Ao fim do baile, me despedi de todos os colegas e fui até o playground com o Ashton, onde ele esperaria os anjos para irem para Miami.

   Dei-lhe o beijo mais caprichado que consegui e olhei bem no fundo de seus olhos, demonstrando o quão preocupada eu estava.

   -Minha noite foi maravilhosa, por que você fez parte dela. Eu nunca vou me esquecer desse dia. - eu disse, chorando e, provavelmente, acabando com minha maquiagem.

   -Você está fazendo isso parecer um adeus. Eu sei que o nosso plano anterior não deu certo, mas agora vai! Achamos um meio que fará você nunca mais precisar ver ninguém que viva lá. - ele afirmou, e eu confiei nele.

   -Tomara. Minha vida aqui está ótima... Não quero perder isso tudo novamente.

   -Bem... - disse ele, mudando de assunto, segurando meu rosto em suas mãos. - Chegou a hora de você enfrentar os seus monstros.








   -Chegou a hora e eu quero que você seja direto. Por que você foi embora? - eu disse, entrando em sua sala e batendo a porta com violência. Ele estava conversando com um pai de algum aluno, mas eu nem liguei. Esperei muito por esse momento para ter que esperar ainda mais.

   -Isso é jeito de se entrar na minha sala? - ele disse, envergonhado por ter alguém nos observando.

   -Eu entrei com os pés, tem outro jeito de entrar? - ele revirou os olhos - É agora ou nunca. - eu disse, me sentando ao lado do moço que ele estava atendendo, que ficou meio desconfortável. Devia ser importante o que eles estavam conversando (poxa vida, já passou das três da manhã!), mas eu não me importo.

   -Sr. Weasley, poderia nos dar licença? É um caso de extrema emergência. - ele levantou, e, sem falar absolutamente nada, saiu. Cara mal-humorado...

   -Porque você foi embora? - repeti minha pergunta, já sem paciência.

   -Você tem que entender que é algo bem... Anormal, entende? - ele disse. Que bom que uma vez na vida ele decidiu ser direto!

   -Mas anormal que minha vida? Duvido muito. Pode começar a falar, sou toda a ouvidos. - sentei no sofá de um jeito que eu me sentisse confortável, pois estava sentindo que essa história ia demorar.

   -Ok... Quando você tinha um ou dois aninhos de idade, começamos a receber umas... "Mensagens" bem desagradáveis. - ele fez uma pausa, refletindo sobre isso tudo - Nossa casa foi pichada várias vezes com a seguinte mensagem "Um tem que ir embora". O lado mais estranho e medonho estava no fato de que só nós podíamos ver aquelas mensagens. Sua mãe havia perguntado para os vizinhos muitas vezes: "Vocês viram? Picharam nossa casa novamente" E eles iam ver nosso portão e eles não viam nada, enquanto a mensagem ainda estava lá, para nós.

   Verdade, isso é estranho, pensei.

   -Nenhum de nós queria te deixar. Então, tudo se complicou ainda mais... começaram a vandalizar nossa casa. Quebraram os vidros, espalhavam o lixo, mas parecia que não que era um ser de carne e osso que fazia isso, pois ninguém nunca viu nada de suspeito e tudo se arrumava sozinho. Então chamamos um padre. O padre Jorge, lembra dele? - afirmei com a cabeça. Foi o padre que participou da minha primeira comunhão. - Ele sentiu uma má presença em nossa casa, então benzeu toda a nossa casa com água benta. Não funcionou.

    Isso é muito, muito, estranho.

   -Seja lá o que era ou quem era, partiram para a agressão. Um dia você acordou toda arranhada, sangrando, com o corpo todo ferido. Sua mãe acordou com um olho roxo e uma dor de cabeça insuportável, que a fez ficar em coma por horas. E no dia seguinte, eu tinha levado um tiro - ele mostrou seu braço, que ainda tinha a marca de onde a bala entrou.

   -Não pode ser... - falei, perplexa. - Como isso é possível?!

   -Pois é. Eu também não sei. Foi ai que eu decidi ir embora, para pararem de nos machucar. Sua mãe não queria aceitar de jeito nenhum, mas era o melhor para vocês. - estava ouvindo, atentamente. Por mais absurdo que seja, algo me dizia que era verdade. - Não sei como, mas o cara que nos atormentava me passou umas informações....


   Enquanto ele dizia as informações que o vândalo havia passado para ele, algo aconteceu, me tirando totalmente do foco.

   Me desculpe... Eu ouvi uma voz conhecida em minha mente, que bloqueou minha audição para ouvir o que meu pai estava falando. Fui eu, desculpa... Eu era louco... Era a obra do destino, eu tinha que fazer acontecer de qualquer jeito... Desculpa Grazy.

   No momento eu só consegui pensar em duas coisas.

1° Eu vou matar o James.
2° Meu destino foi escrito.

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