Capítulo 37 - Será?

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   Todos nós fomos para casa do Ashton. A viagem foi longa, e deu para pensar bastante sobre o ocorrido. No meio da minha fuga, eu fiz um corte fundo no rosto e na perna, e a Nat, no braço. Os garotos cuidaram da gente com todo o cuidado do mundo. Na hora, eu nem tinha percebido esses cortes, mas depois, começou a arder muito. Eles usaram seus poderes curandeiros para nós melhorarmos, o que fez os cortes pararem de sangrar e irem se fechando aos poucos.

   -Quando vocês disseram que iam dar um jeito para mim nunca mais voltar lá, eu não sabia que seria com a morte do James. Eu pensei.. - eu disse, magoada. - Eu pensei... Ah! Sei lá o que eu pensei! Só nunca imaginei isso.

   -Você está com dó do demônio que acabou com sua vida? - disse Rafael.

   -Você, que, provavelmente, é um anjo a muito mais tempo que eu, não sabe que devemos perdoar os outros? - disparei e ele bufou. - Ele se redimiu!

   -Vocês vão ficar bem? Eu e o Marcelo precisamos ir agora. - perguntou Rafael.

   -Sim. Tchau Marcelo. - eu disse, deixando de lado o Rafael.

   -Tchau garotos. - disse a Nat, que estava quieta até agora. Com isso, eles foram embora.

   -Ashton, você poderia nos dar licença? - eu perguntei.

   -Claro, amor. - ele deu um beijo em minha testa e entrou em casa, enquanto nós conversávamos no portão.

   -Então... Natasha. O que você fez para ir parar no Inferno? - perguntei.

   -Bem... Foi parecido com o que aconteceu com você. Só que meu caso foi um pouco diferente. Eu estudava num ótimo colégio, tirava sempre boas notas. Então entrou um menino novo na minha sala, o James. Ele, rapidamente, se aproximou de mim. Fazia 2 dias que ele estava na escola e ele me chamou pra sair. Isso aconteceu nos dias que você estava se preparando para o seu baile. Eu aceitei. Ele me levou pro cinema, nós assistimos um filme legal, não me recordo o nome. Na hora de ir embora, passamos por um lugar escuro e vazio. Então ele abriu uma... uma... cratera? Um buraco no chão. Ele me empurrou e ele se jogou, logo atrás. Quando chegamos, ele me disse que eu iria ser sua escrava, Grazy, e que eu nunca sairia dali. Obrigado. - ela disse chorando - agora eu vou poder voltar para minha vida normal, graças a você.

    -Agradeça a Deus, que nos possibilitou fazer isso tudo. - eu disse a abraçando. - Você pode ir  pra sua casa, toma um banho demorado pra ver se você se sente bem, e se der tempo, você vai para a escola, ok?

   -Ok. - ela disse sorrindo.

   Eu, sinceramente, não sei mais o que achar do James. Ele tirou meu pai de mim, me aprisionou, me "proibiu" de ver as pessoas que eu amo, tirou uma garota inocente de sua vida normal para fazer ela de escrava mas também ele foi bondoso. Se fosse outra pessoa poderia ter me estuprado, me batido, teriam tirado proveito de mim, e ele não fez isso. Mesmo assim, ele continua não sendo alguém confiável, mesmo morto.

   Então, chamei o Ashton para nós nos despedimos dela.

   -Não conte o que aconteceu pra ninguém. Se cuida. - disse o Ash.

   -Pode deixar. Muito obrigada. - ela agradeceu e foi a caminho de sua casa, de sua família.






   -Você acha que ele morreu? - eu estava deitada na cama com o Ashton ao meu lado.

   -Sinceramente? Não. Não acredito que vai ser tão fácil assim. - ele disse e eu concordei.

   -Ele era bem poderoso na região, como um dos primeiros da linhagem de Satanás. Ele deve ressurgir, você não acha? - eu perguntei.

   -Pode até ser, mas eu não acho que ele vá nos incomodar novamente. - ele disse e deu um beijo em minha testa, se levantando logo em seguida. - O que você acha da gente ir para um parque de diversões? Tem um aqui perto que só fecha de madrugada. - ele disse sorrindo e eu não resisti. Afinal, eu ando precisando de diversão!

   -Tá bom... Vou tomar um banho.

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