Prólogo

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Arredores de Endasilasie, Etiópia, 13 de Dezembro de 2012.

Quando o último raio de sol se pôs no horizonte da floresta e a escuridão da noite tomou conta, Hugh levantou-se e tocou o alarme, um apito que soprou com toda força. Rapidamente, os vinte e nove homens sob seu comando levantaram-se e correram para se preparar. Em questão de segundos, todos estavam vestidos da mesma maneira. Botas de couro, calça e jaqueta preta, o tórax protegido por coletes balísticos de kevlar, a cabeça coberta por um capacete preto e óculos espelhados de visão noturna. Todos armados com facas, granadas, pistolas 9mm e como armamento principal, fuzis M16. Fardados como soldados das Forças Especiais eram idênticos daquela forma, exceto pela altura, principalmente de um deles, que parecia ter mais de dois metros e carregava uma espécie de fardo comprido no ombro, ensacado com um pano bege. Hugh também se diferenciava dos demais, era o único que possuía na farda preta uma insígnia costurada em forma de estrela, com uma rosa dourada no interior. Era sua identificação de líder.

— Saíram do trailer gigante onde estavam e penetraram a floresta densa. Um atrás do outro, para evitar que se perdessem, embora conseguissem enxergar muito bem no escuro. Dois deles foram à frente, para reconhecerem o local. Hugh vinha no meio do grupamento e todos faziam a segurança para os lados de maneira alternada; caso viesse algum ataque pelos flancos, poderiam se dispersar, proteger e contra-atacar com rapidez e precisão. Andaram por cerca de duas horas, até que o GPS de um dos precursores deu um sinal. Rapidamente os dois tomaram posição, e o restante se reuniu em volta deles, formando um círculo largo. Deitaram de bruços, numa proteção circular, enquanto Hugh e mais cinco se reuniam no centro do dispositivo.

— Não será necessário fazer o reconhecimento aproximado do local. Vamos atacar da maneira que estamos, temos pouco tempo e muito o que procurar até que amanheça de novo. Paolo e Amin — apontou para dois deles. — Protejam com o grupo de vocês as duas vias de acesso, na frente e na retaguarda.

— Sim, senhor! — responderam eles de imediato.

- Kenji, você ficará com seu grupo aqui, caso alguém ataque esse local ou passe pelas armadilhas plantadas em nossa base, teremos segurança. Aqui é nosso limite máximo. Charlie, você e seu grupo me sigam, vamos penetrar no objetivo e eliminar as sentinelas. E Khan, — apontou para o grandalhão que levava o fardo. — Cuidado com a carga, mantenha-a afastada de possíveis tiroteios, e só prossiga quando estiver em segurança, ela deve chegar inteira até o ponto zero.

— Entendido, senhor. — respondeu Khan, com a voz grossa.

— Vamos então! Temos de tomar posição, a ação no objetivo será no horário combinado.

Caminharam lentamente pela mata densa africana por três horas, evitando fazer barulho. Prosseguiram em fila indiana até avistarem o primeiro vestígio de luz artificial. Vinha de uma guarita de sentinela, oito metros acima do solo, erguida sobre um muro de quatro metros, feito de puro concreto e protegido por concertina no topo. Devido ao holofote, era impossível para o grupo de Hugh verificar se a guarita estava ou não ocupada, porém, estudos preliminares com satélites espiões já haviam revelado sentinelas com armamento de guerrilha. Velozmente eles tomaram o dispositivo em linha, e os dois de cada ponta, direita e esquerda, afastaram-se dentro da orla da floresta, longe do alcance da luz, para verificarem a situação nos outros locais. Voltaram minutos depois e entregaram um relatório semelhante: a cada duzentos metros havia outras guaritas, todas protegidas por sentinelas armados com fuzis AK-47.

— Vamos passar por esta daqui mesmo. — decidiu Hugh. — Aislan, é a sua deixa.

— Sim, senhor! — respondeu um dos patrulheiros, o único armado com um rifle próprio para os atiradores de elite. Ele tomou posição lentamente, mirou um pouco acima do limite da luz e, com um disparo preciso e silencioso, derrubou a sentinela que ali estava, abrindo um buraco em sua cabeça. Instantaneamente os companheiros correram na direção do muro, os dois mais à frente lançaram cordas com ganchos de metal nas pontas, para que todos escalassem.

Luz da Lua - A Caçada do Imortal (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora