Capítulo I - Festa de Formatura

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Juiz de Fora, Brasil, dezembro de 2047.

Milena acordou de um breve cochilo que teve no carro durante a viagem, por causa da luz do sítio batendo em seus olhos. Apesar de ser um trajeto curto de meia hora de carro, entre sua casa e o local da festa, ela estava cansada o suficiente para se entregar ao sono, caso ficasse sentada por mais de cinco minutos. Já tinha feito aquele caminho duas vezes durante o dia, desde as cinco da manhã, para dar os retoques finais no salão da festa. O sítio fora alugado para a formatura de sua turma, tinha terminado o terceiro ano do Ensino Médio da Escola Estadual Delfim Moreira, também conhecido na cidade de Juiz de Fora como Grupo Central. Tinha sido escalada para organizar o evento, pois fazia parte do grêmio da turma e porque era muito bem recomendada pelos professores, devido à sua competência e seriedade. Também era muito popular no colégio por sua inteligência e beleza, simples e incomum. Milena era uma mistura diferente de raças. Seus avôs paternos eram de origem europeia, enquanto os maternos tinham descendência indígena, o que deu a ela uma aparência peculiar. Cabelos longos e lisos, negros como a noite mais densa, olhos verdes vivos, pele morena avermelhada e curvas um tanto exageradas, como ancas largas e seios medianos.

Estava a bordo de um Ford Sedã, modelo 2040, movido a hidrogênio que seu pai dirigia, comprado há alguns anos, depois de ter se aposentado da indústria de material bélico, onde trabalhou fabricando munições. Sebastião era um quarentão bem apresentável, ruivo de olhos verdes, apesar de ter uma leve calvície e uma barriga saliente. Ao seu lado estava Joana, sua segunda esposa, madrasta de Milena. Ela era cinco anos mais jovem, tinha cabelos castanhos lisos e um corpo cheio de grandes curvas como o de Milena, o que às vezes faziam as pessoas pensarem que elas eram mãe e filha. Todos usavam roupa de gala, traje exigido pelo diretor do colégio para a festa. Sebastião usava um terno de microfibra prateado, com gravata da mesma cor, e Joana trajava um vestido vermelho longo sem alças, com um decote que realçava bem os seios e causava ciúmes em Sebastião.

Chegaram ao sítio pouco depois da festa ter começado. Assim que desceu do carro, Milena foi saudada pelos amigos do grêmio, os primeiros a chegarem, e por Suzana, sua melhor amiga, uma das garotas mais bonitas da cidade, modelo de várias grifes nacionais.

— Que demora, hein, amiga? E que cara de sono é essa? — perguntou Suzana, sorridente.

Era loira, com cabelos lisos e muito dourados, olhos castanhos com tons esverdeados, cintura fina e quadril médio, seios pequenos, um pouco menores que os de Milena. Usava um vestido rosa com alças finas e as costas abertas. Esse corpo e sua simpatia e carisma fizeram dela uma jovem modelo, famosa internacionalmente, contratada por várias marcas caras e com dezenas de desfiles fora do país no currículo. Mesmo assim, ela insistia em estudar em uma escola pública, apesar de ser milionária.

— Não foi você quem acordou às cinco da manhã para organizar essa festa, não é? — respondeu Milena, sem muito bom humor. Ela vestia um vestido de seda verde oliva. Tinha um corte simples, porém de um estilo que realçava o busto e o quadril, com uma sutil sensualidade. — Quem mais já chegou, Suzy?

— Ah, só eu, meus pais, meu irmão e minha avó. — os pais de Suzy eram meio ausentes, e na infância foi criada pela avó materna. — E o seu pessoal, tipo o Gui, Rodrigo, Drica, Ramon... mas já liguei pra Ju, para Lidy e para o Michel, eles já estão a caminho.

— Tudo bem, ainda são oito da noite... vou levar meu pai e a Joana para mesa deles e já volto aqui. — parou no meio do caminho — Ah, e o professor Medeiros?

— Ainda não. Nem professor ou funcionário nenhum.

— Hum, certo. — disse, meio desanimada.

Luz da Lua - A Caçada do Imortal (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora