Na Contra Mão Do Amor

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"No primeiro instante, vi que era amor, no momento em que a gente se encontrou [...]" - Jorge e Mateus.

O dia do museu itinerante chegou, o dia começou bem corrido, Tainá liderando a sua sala para que tudo ficasse perfeito, ela tinha uma pequena mania de perfeição quando se tratava de trabalhos em grupo. Todos colaboraram para que tudo ficasse em seu perfeito lugar. Algumas pessoas ficaram sabendo que não era permitido beijar durante a discoteca que haveria no fim do dia.

Tainá, ficava sem graça quando as pessoas perguntavam isso e simplesmente respondia que: "cada um é responsável pelos seus atos, então... Eu não vou impedir ninguém". Essa resposta deixava as pessoas bastante felizes e Tainá sabia, isso significava que, na discoteca haveria vários casais, mas ela iria fingir que não estava vendo.

Rafael encontrou com ela no corredor.
- Oi, Tai! Você está mais linda, do que nunca. - Disse Rafael, ficando meio sem jeito.
- Oh, Rafa. Obrigada, você também está. - Disse Tainá, corando.
- Queria ficar aqui mais tempo conversando com você, mas tenho que voltar pra sala. Te vejo na discoteca. - Deu um beijo se despedindo.

O dia passou rápido e logo chegou a hora da discoteca, o lugar estava cheio, todos os alunos de todas as turmas estavam presentes e todos os professores também. No início a música estava animada, todos curtindo, Tainá chegou com suas amigas e estavam aproveitando. Quando começou a tocar, música lenta e romântica.

"Eu te vi e já te quis, me vi tão feliz um amor que pra mim era sonho, surpreendente provar do que eu só ouvi falar e você resolveu me mostrar[...]".
Tainá começou a se balançar de um lado para o outro, já que estava sem par. Porém, de repente ela sentiu alguém tocando em seu ombro e era Rafael, que lhe convidou para dançar.

Ela aceitou, não sabia muito que fazer, estava totalmente sem reação, supresa por ele ter a chamado pra dançar. Quando ainda estava perdida em seus pensamentos, ele começou a falar.

- Tai, me desculpe por demorar tanto.
- Demorar? Do que você está falando Rafa?
- É que desde que te conheci, no primeiro instante que te vi, eu gostei de você.
- Você o que? Sério? Não acredito, eu fiquei esse tempo todo achando que você não gostava de mim.
- Não! Sempre gostei, mas tive medo de você não me querer.

O coração de Tainá só faltava sair pela boca, ela olhava para as amigas que estavam olhando os dois dançarem. Elas ficavam dizendo "beija, logo", todas na torcida, para que a história tivesse um final feliz. Rafael a abraçou mais forte, Tainá sentiu como se só existissem eles dois, apesar da discoteca está cheia. Simplesmente, ela parou de ouvir o som e enxergar as pessoas ao redor. Ela conseguia ouvir apenas o som da respiração dele e seu próprio coração, que estava palpitando como se fosse parar a qualquer momento.

De repente, Rafael acariciou seu rosto, foi o toque mais sensível, mais gostoso e o melhor que Tainá já sentiu. Quando eles se olharam, era como se existisse apenas um para o outro, seus olhos brilhavam, eles sorriam... E o beijo aconteceu! Foi o melhor beijo da vida de Tainá, os lábios dele eram macios, se encaixava perfeitamente aos dela, estava tudo ótimo, perfeito, como se fosse um sonho...

Mas, sonhos, são apenas sonhos... E a realidade sempre bate à porta, quando menos esperamos. Do nada, Tainá sentiu uma mão sobre seu ombro, como estava de olhos fechados teve que abri-lo e descobrir quem estava incomodando seu grande momento. Quando parou e olhou, viu que era a coordenadora do evento que havia interrompido o seu momento mágico.

- Tainá, está certo isso? Achei que havia dito que não seria permitido beijar aqui. - Disse Jane, seriamente.
- Desculpe, Jane a culpa foi toda minha. - Rafael falou em defesa dos dois.
- Relaxa, Jane. Foi errado, mas não irá se repetir. - Disse Tainá.
- Acho bom e é melhor que vocês dois mantenha distância.
- Sim, senhora. - Responderam.

Tainá ficou chateada por ter sido interrompida, mas estava feliz demais para se importar com o que Jane havia dito, pois o beijo já tinha acontecido e a sensação boa, o sorriso no rosto e o brilho no olhar, isso ninguém poderia tirar. Tainá junto com suas amigas resolveram ir ao banheiro, as meninas porque queriam saber como foi e Tainá porque precisava se recuperar e deixar a ficha cair, porque depois de tanto tempo ela havia sido correspondida.

Quando chegou próximo ao banheiro encontrou com Rafael.
- Poxa, Tai... Jane não podia desgrudar outro casal, tinha que ser a gente?
- Pois é, né?! Deixa aquela mal amada lá, haha. Vamos terminar de curtir à festa.
- É, vamos sim. Pena que não posso continuar o que comecei.
- Não pode aqui, haha. Deixa eu ir aqui antes que as meninas venham me arrastar.
- Tá bom, depois nos falamos.

Tainá, estava super radiante, contou para as amigas tudo que aconteceu e na saída se encontrou com Rafael, ficaram juntos por um tempo.
Depois desse dia eles viviam se declarando um para outro, até que Rafael disse que precisava conversar com Tainá, pessoalmente e ela foi o encontrar.

- Tai, não queria te falar isso pelo MSN ou pelo telefone...
- Rafa, diz logo o que é, estou ficando nervosa.
- É... Não sei como dizer... Vou tentar falar de uma vez... Eu vou me mudar, para outra cidade, que fica a mais ou menos uma hora daqui.
- Oi? Como assim? Quando?
- Meus pais querem se mudar logo, para não ficarmos na época das festas de fim de ano fazendo mudança. Então, eles querem ir na semana que vem. Desculpa, eu já tentei conversar, adiar, pedir pra eu ficar na casa dos meninos... Mas, nada adiantou.
- Hum, já que não podemos fazer nada para adiar isso, vamos aproveitar o tempo que ainda temos. - Disse Tainá tentando se recuperar do choque.

Quando ela achou que estava tudo certo com sua situação amorosa, descobriu que estava indo na contra mão do amor. Por que tudo era tão complicado? Talvez ela não tivesse nascido para amar e ser amada.