"Se chove lá fora queima aqui dentro de vontade de te abraçar [...]" - Patricia Marx.
Tainá começou a se deixar levar, ela gostava de estar com João, ele era agradável, legal, mas às vezes sincero demais, isso incomodava um pouco, porém algo que dava para relevar. Ela só estava com medo, por estar muito machucada acabar se envolvendo sem perceber. Eles não estavam tendo tempo de ficarem à sós, pois a faculdade estava tomando todo tempo livre de Tainá, até as noites. Mas, de tanto ele insistir para que eles pudessem ficar sozinhos, ela o convidou para ir em sua casa e ele aceitou no mesmo instante.
Era noite, chovia e fazia frio. Nos sonhos mais românticos de Tainá, ela pensava que sua primeira vez seria num lugar bonito, a cama não precisava ser redonda, queria pétalas de rosas, luz de velas, um cheiro bom e que houvesse uma banheira para relaxar no final... Mas, ela era sonhadora demais e sua primeira vez aconteceu em seu quarto mesmo, sem luz de velas, rosas e muito menos banheira. Desta vez, João havia levado proteção.
As preliminares foram um pouco melhores do que a primeira tentativa, quando chegou na hora "H", Tainá não sentiu nada de extraordinário. Não sabia se o problema era com ela ou com ele. Uma das vezes que ela fora ao ginecologista, a médica informou que apesar de ser virgem seu hímen era mediano. Ela lembrou dessa consulta bem na hora, ou seja, ele achou que ela havia mentindo dizendo que ainda era virgem, mas a realidade do problema era outro...
Ela ficou sem graça, pois todos diziam que a primeira vez doía e que sangrava, com ela não aconteceu nenhum dos dois.Para não quebrar o clima ela deixou João se empolgar, quando a mesma estava começando a curtir, ele acabou. Tainá não conseguiu esconder a cara de decepção... A sua primeira vez tinha sido horrível. Depois disso, ela evitou ao máximo repetir, mas de tanto ele insistir, Tainá cedeu, mas, se arrependeu profundamente daquilo.
Definitivamente, homens de tonalidade clara não tinha sido uma boa experiência na vida de Tainá. Depois de mais uma decepção, ela resolveu que nunca mais iria se envolver com homens brancos. Não era preconceito, só que as experiências não tinham sido boas e ela não pretendia repetir.
***
As festas de fim de ano haviam chegado, Tainá foi para ilha junto com sua família. No dia 31 de dezembro, enquanto estava na praia notou algumas bolinhas em seu corpo, mas achou que era insolação por ter passado uma semana inteira exposta ao sol. Curtiu a virada do ano com a família, mas... No dia 1° de janeiro, reparou que as bolinhas do dia anterior estavam maiores e em mais lugares. Quando a sua tia mais velha viu, disse que era catapora, isso desestabilizou Tainá. Ela já estava planejando suas férias de verão e agora teria que ficar de "molho" em casa.
Tainá voltou para casa junto com seus pais, afinal catapora é contagiosa, por tanto ela não podia permanecer numa casa cheia de crianças. A mãe de Taína contou aos amigos dela do condomínio que ela ficaria de molho e dois deles se ofereceram para ajudar em tudo que fosse preciso, até mesmo para cozinhar e por já terem tido a doença, à possibilidade de pegar novamente era mínima. Então, Alisson e Henrique ficaram que se revesando para cuidar dela.
Ela estava amando toda aquela atenção, não gostava de dar trabalho, mas ter a atenção voltada para ela era bom e o melhor é que ela não precisava cozinhar. Quando estava ficando bem, apenas Henrique continuava indo ajuda-la. Tainá, não queria se envolver com mais ninguém naquele condomínio, porém ela estava vendo os olhares dele e as indiretas que ele estava falando ultimamente, mas fingia que não estava percebendo. Até que ele resolveu investir de verdade.
- Ei, Tai... Já está ficando boa, né?! - Disse ele, puxando conversa.
- É, estou sim graças a Deus, a você e Alisson que cuidaram de mim. Obrigada.
- Por nada, precisando é só falar... Vou te confessar que eu te achava bem metida.
- Haha, nossa! Eu metida? Coitada de mim.
- É... Mas, esses dias cuidando de você, pude perceber que você é bem legal, simples, chata de vez enquando, mas gosto de você.
- Acho que isso é um elogio, então obrigada. - Disse Tainá, sem jeito.
- Então... Já que agora somos amigos... Queria saber se você quer colorir essa amizade.
- Hã? O que? Não, não, melhor não. - Tainá ficou pálida ao ouvir aquelas palavras na mesma frase "colorir" e "amizade", a sua experiência com isso não foi das melhores e ela não queria se envolver com gente do condomínio, afinal o que falariam dela? E outra ela não estava ali para ser "estepe" de ninguém, pois Henrique havia conversado dias atrás com ela e contou que havia terminado com a namorada.Henrique ficou surpreso negativamente, com a reação de Tainá, pediu desculpas pois não sabia que ela reagiria daquela maneira e como se lesse os pensamentos dela, explicou que se por acaso eles tivessem algo, apenas os dois saberiam, mas deixou ela pensar sobre o assunto, não quis ficar insistindo, pois ele conhecia Tainá e a reação dela pioraria caso ele insistisse naquele dia. Ele foi embora prometendo que no outro dia voltaria para cuidar dela, apesar d'ela agradecer e falar um milhão de vezes que já estava se sentindo bem melhor e que não precisava ele ir.
Tainá não queria ficar mal falada no condomínio, não queria servir de "quebra galho" para quando já tivesse feliz e restabelecido Henrique não a quisesse mais, afinal ela não era objeto. Mas... Já que os homens agiam assim o tempo todo, ela poderia fazer o mesmo com eles, né?! Usá-los e depois deixar no canto, ainda mais que o Henrique seria um brinquedo bem atraente, moreno, alto e musculoso.
Será que Tainá iria ceder aos encantos do seu "enfermeiro"? Já que só ia ficar entre eles, ela não ficaria mal falada e poderia usá-lo, ele só na saberia disso.
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Na Contra Mão Do Amor
RomanceÀs vezes tudo que uma garota quer na vida é amar e ser correspondida, mas na vida real isso é um pouco complicado. Porém nada que uma menina na flor da idade não consiga superar ou tente, às vezes tentar já mais da metade do caminho. Vocês irão conh...