um novo Santuário part. 1

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CAPÍTULO 2 - A NEW SANCTUARY

Messina, Sicília

Ela chegou ao porto, ansiosa. Buscou com os olhos o navio que indicaram que deveria pegar ao sair de seu campo de treinamento, situado ali mesmo na ilha da Sicília; no cais, haviam navios de cruzeiro atolados de turistas, além de navios de carga. O porto de Messina era famoso, um importante entreposto na ilha, pela proximidade com a Itália continental. Ela suspirou; usava uma capa leve com capuz e carregava umas duas malas consigo, além da urna de sua armadura de Prata nas costas. Não portava máscara, portanto contava em manter seu rosto longe das atenções com seu capuz.

Assim que embarcasse, juntar-se-ia às outras amazonas, e talvez tivesse alguma chance de recolocar a máscara, não queria admitir para si mesma, mas acostumara-se com o objeto em contato constante com seu rosto, sentia-se nua sem ela. Pegou o papel com as instruções novamente e deu uma olhada:

- Deixe-me ver, o "Atenea" saiu da Grã-Bretanha, passou pela Espanha, França, para vir até aqui e seguir para a Grécia... conforme as instruções, hoje é o dia do meu embarque! Mas... dove è quella maledetta nave?

Andou mais um instante pelo cais, observando os navios menores, distantes dos luxuosos navios de cruzeiro, e então pôde ver o "Atenea" ancorado; correu o mais rápido que podia, e apresentou-se ao soldado que guardava a prancha de embarque, entregando sua autorização e demais documentos:

- Maia Bellini, signore. Athena solicitou minha presença nas terras do Santuário, como diz nesse documento. - completou a frase em um grego perfeito.

O soldado olhou para a moça com o rosto baixo, sabia que ela era uma amazona de Athena e não podia ver o seu rosto, portanto solicitou a presença de uma serva que estava recebendo as amazonas, para guiá-la até suas acomodações. Assim feito, Maia chamou a atenção da serva:

- Podemos andar normalmente de máscara por aqui, ou não? E onde estão minhas companheiras de armas?

- Pode cobrir o rosto se quiser, mas os únicos homens aqui são soldados que não ficarão perambulando pelo barco, o uso da máscara é obrigatório apenas quando chegar ao Santuário. E a maioria das amazonas está no convés, aproveitando a brisa fresca do mar. - sorriu a serva. - Se me permite, preciso continuar com a recepção, tenha uma boa viagem, senhorita!

- Obrigada. - sorriu Maia.

Ao voltar para sua cabine, retirou o capuz, revelando um rosto arredondado, grandes olhos de um castanho vivo, emoldurado por longos cílios; ela também tinha um nariz arrebitado, com perfil um pouco proeminente devido à sua ascendência. Sua pele era morena, e a boca pequena de lábios nem muito grossos, nem muito finos. Seu cabelo era cacheado, longo e castanho-escuro, e seu corpo era resistente como o de uma amazona.

Maia riu ao olhar-se no espelho; era muito baixinha, apenas 1,54m, mas mesmo assim conquistara, há alguns anos atrás, o direito de usar a Armadura de Prata de Plêiades. Sua resistência, agilidade e concentração em combate foram mais úteis que uma altura maior ou força bruta excessiva. Mas como toda siciliana, herdara quadris largos, e com o treinamento, formou-se um conjunto harmônico em sua silhueta.

Colocou a máscara prateada com uma estrela de oito pontas em púrpura no lado esquerdo do rosto, e dirigiu-se ao convés. Lá, recostou-se ao parapeito e ficou observando o porto enquanto o navio partia; era a primeira vez que deixava sua terra, e sentia-se um pouco perdida. Seu mestre estava doente, e a enviou como sua representante para saber das novidades que Athena estava estabelecendo nos treinamentos, e de um novo torneio que aconteceria pelas Sagradas Armaduras de Ouro.

A saga das Amazonas de OuroOnde histórias criam vida. Descubra agora