delirante part. 2

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( ... ) Neste momento, um grupo de jovens estava na frente da Casa de Áries: Kiki, Ísis, Seren, Yuuki, Anya e Kaito conversavam enquanto esperavam para ser atendidos por Mu. A ombreira da Armadura de Sagita estava quebrada, e pediram a Kiki para conseguir um horário com seu atarefado mestre.

- O Kaito se distraiu feio nos treinos – comentou Yuuki de Grou, fitando seu conterrâneo – aí acabaram quebrando a armadura dele. Hunf!

- Mas para quebrar uma Armadura de Prata, é necessário ser muito forte! Só um cavaleiro de Ouro poderia fazer isso! – comentou Ísis, por cima.

- Ahn... vamos mudar de assunto, gente? Esse papo sobre treinos está me deixando meio zonza. – disse Anya, sentando-se em um dos degraus da Primeira Casa, sendo seguida pelos amigos.

- Você está assim já faz alguns dias, pensa que eu não percebi, Anya? – disse Yuuki – O que houve, está doente?

- Não... – ela passava a mão pelos cabelos excessivamente vermelhos – Apenas cansada, não dormi muito bem essa noite.

- Sei. Trate de se recompor, ou eu mesmo vou arrastá-la até a enfermaria, está bem? – a japonesa retificou.

- Por falar em enfermaria – disse Kiki – alguém sabe da Maia de Plêiades?

- Que tem ela? – perguntou Kaito, curioso.

- Deixa de ser fofoqueiro, Kiki, você não tem nada com isso! – Ísis ralhou com o amigo.

- Bah, ela está bem, depois daquele treino. – disse Seren – Voltou à ativa no dia seguinte, mas parece que Saga de Gêmeos em pessoa vai cuidar dela daqui em diante.

- Como é? Como a gente perdeu isso? – disse Kaito, surpreso.

Kiki e Seren se entreolharam. Nenhum dos outros ali sabia de sua convocação para aspirantes às Armaduras de Ouro, e nem poderiam ficar sabendo pois havia a possibilidade de vazamento de informação para seus oponentes; o ariano e a canceriana entraram em acordo mentalmente sobre o assunto – graças aos poderes de Kiki – e resolveram disfarçar.

- Fomos bisbilhotar os Cavaleiros de Ouro em um treino deles, e sugeriram que medíssemos nossas forças. Maia acabou tendo problemas no processo. – disse Kiki, sério.

Ísis encarou o amigo, sabia que ele estava mentindo. No dia anterior, ao cuidar do jardim da Casa de Virgem, escutara uma discussão entre um dos Grandes Mestres, Saga de Gêmeos, e o dono da Sexta Casa, Shaka de Virgem. Os ânimos estavam altos, e ela não teve como não escutar o que se passava.

O grego acusava o amigo de passar dos limites durante o treino da Amazona de Plêiades, ela era aspirante à Sagrada Armadura de Ouro de Gêmeos – o que surpreendera a egípcia – e tivera seus sentidos retirados pelo Cavaleiro de Virgem, para depois ser submetida a uma luta com Camus de Aquário. Quanto mais prestava atenção à história, mais incrédula Ísis ficara, a ponto de dar razão ao Cavaleiro de Gêmeos e ir embora sem sequer despedir-se de Shaka ao fim daquela tarde.

A Amazona de Cassiopéia também ouvira Saga dizer ao indiano que até ele repensar o acontecido e desculpar-se com Maia, ele mesmo se responsabilizaria por ela, tornando-a sua protegida, o que fora visto pelo virginiano como um favoritismo arbitrário. O geminiano então não falou nada, apenas foi embora, dizendo que Shaka poderia ser "o homem mais próximo de Deus", mas que definitivamente não entendia nada dos seres humanos a quem deveria ajudar a defender.

Por isso ela sabia que Kiki não estava sendo sincero, mas que deveria haver uma boa razão para tal, já que ele era sempre tão espontâneo e verdadeiro. Ela também reparou que a Amazona de Prata de Pyxis ajudava a contornar o assunto, voltando a falar da condição de saúde de Anya de Taça:

A saga das Amazonas de OuroOnde histórias criam vida. Descubra agora