desamparo part. 2

312 19 15
                                    


No dia seguinte...

( ... ) Cinco cavaleiros e três amazonas de Bronze treinavam com afinco, em duplas, na arena do Coliseu naquela manhã: Shiryu e Ikki testavam seus cosmos ao limite com seus respectivos golpes mais poderosos, Hyoga e Adisa treinavam suas técnicas de ataque e defesa simultânea com o cosmo.

Seiya tentava atacar June com seus golpes, enquanto ela desenvolvia métodos de prendê-lo com seu Chicote do Camaleão; enquanto isso Shun e Ísis duelavam com suas respectivas correntes, mantendo um combate equilibrado até o momento.

Pouco a pouco, alguns cavaleiros de Prata foram chegando, e sentando-se na arena para observá-los; Shiryu reconheceu as figuras de Tony de Lagarto, Adrian de Hércules e Aspira de Perseu por ali, mas logo voltou sua atenção para Ikki ao ouvi-lo comentar:

- E aí, entusiasmado com a chegada da sua namoradinha em breve? – o Cavaleiro de Fênix tinha um sorriso sarcástico.

- Ikki, cuidado com o que você fala – avisou o Dragão – não admitirei qualquer falta de respeito com a Shunrei, ouviu?

- Qual é, Shiryu! Eu estaria feliz no seu lugar, você tem sorte em ter a pessoa que ama por perto! – o tom de voz do rapaz saía ressentido.

O libriano compreendeu; o amigo utilizava-se do sarcasmo para disfarçar sua frustração em não poder ter quem amava por perto.

- Você ainda pensa na... Esmeralda, Ikki? – perguntou Shiryu.

Viu o olhar do leonino se tornar um pouco mais perturbado que o normal, para depois voltar a uma calma resignada, até que Ikki suspirou. Geralmente se fechava em relação ao assunto, mas se tinha alguém com quem falar sobre isso, era o amigo que estava diante de si:

- Sim, claro que penso. Sei que é passado, mas... – ele fez uma careta – foi muito cruel o jeito que ela morreu, assassinada pelo próprio pai! Ela foi a única mulher que eu amei na vida...

- Mas a sua vida não acabou ainda, você tem apenas dezoito anos, Ikki! Tem muito que viver e fazer pela frente!

- Eu sei, eu sei! Cara, com todo respeito, quando a Shunrei chegar, deixa de ser frouxo e aproveita a juventude e o amor de vocês... faça ela feliz... seja feliz... - as palavras dele saíam quase como um desabafo.

Shiryu estava mais vermelho que um pimentão. O amigo percebeu e arregalou os olhos:

- O quê? Vai me dizer que você é virgem, Dragão?

- Você não é? – perguntou Shiryu, de uma vez.

- Claro que não! – Ikki deu uma gargalhada gostosa – Nesse ponto, eu posso dizer que fiz a Esmeralda muito feliz...

- Poupe-me! Eu respeito muito a minha namorada, ela não é uma qualquer! – o libriano estava indignado.

- E quem disse que a Esmeralda era? – Fênix se colocou na defensiva – Isso faz parte do "amar" alguém, dragãozinho. Por mais pura e inocente que seja a sua garota, se ela realmente te amar, um dia irá querer consumar isso de outra maneira... pense nisso, e deixe de ser machista.

Ikki se afastou para beber uns goles d'água, deixando um Shiryu pensativo. Mas, teria ele coragem de tomar alguma iniciativa concreta com Shunrei? Resolveu esperar pela chegada dela e ver como as coisas aconteceriam; de certo modo, ficou feliz por saber que teria alguém com quem conversar sobre isso, e era a pessoa que ele menos esperava...

Hyoga e Adisa finalizaram sua série de exercícios e se cumprimentaram, satisfeitos; o Cavaleiro de Cisne perguntou:

- Adisa, quando será o torneio para sua ascensão à Amazona de Prata? Já sabe que armadura irá pleitear?

A saga das Amazonas de OuroOnde histórias criam vida. Descubra agora