despertar part. 1

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CAPÍTULO 4 - AWAKENING

No meio tempo da reunião com Athena, uma jovem subia as escadarias, desanimada; trajava sua armadura, para apresentar-se decentemente, mesmo que fosse para cumprir o castigo que lhe fora imposto por sua mestra.

"Quem sabe assim você aprende a respeitar certos limites, né, Ísis?" – a garota ainda podia ouvir a voz de sua amiga, a Amazona de Corona Australis, em sua mente. Realmente, Adisa poderia ser muito cabeça-dura e mesmo cricri quando queria, mas tinha certeza que a libriana agia assim porque desejava o seu bem.

Ísis julgava-se uma boa guerreira, desde que viera para o Santuário após ser descoberta por Marin em um orfanato em sua terra natal, o Egito. Dedicara-se de corpo e alma ao seu treinamento e seu ofício, pois os ideais de sua Deusa eram compatíveis com os seus próprios; presenciara e participara de algumas batalhas ali, assim como da reconstrução do Santuário, que considerava seu lar.

Mas ela não era de respeitar limites. Não que agisse impulsivamente ou sem razão, na realidade, todo seu comportamento transgressor era cuidadosamente calculado; só assim saberia em quem confiar realmente, e conheceria os próprios limites dos outros. Este era seu jeito de ler as pessoas, e saber até onde ela mesma podia ir. Não havia como mudar isso.

Agora, teria que pagar o preço disso, segundo o que lhe passaram, teria que cuidar do jardim de um cavaleiro de Ouro nos próximos dois meses, quatro dias por semana, substituindo a serva que realizava este trabalho; e era por isso mesmo que agora estava diante do Décimo Segundo Templo, para saber quando poderia iniciar seu castigo.

"Nossa, que calor! Não é surpresa suar em bicas depois de subir tudo isso, em um dia tão quente!" – pensou ela, olhando para as escadarias que subira.

Silenciosamente, adentrou a Casa de Peixes, e ao sentir o forte cheiro de rosas, o seguiu até chegar ao magnífico jardim de Afrodite. Lá havia rosas brancas, negras e vermelhas em quantidade, e o jardim se estendia até a lateral do Salão do Grande Mestre, revelando um belo tapete de rosas.

"Mas que maravilha! Não imaginava que o famoso jardim de rosas de Afrodite de Peixes fosse tão bonito." – ela pensava, encantada.

Um pouco mais à frente, avistou uma fonte que formava uma pequena piscina natural, onde as pétalas de rosas boiavam livremente; aproximou-se e, constatando que estava só, retirou sua máscara e pegou um pouco daquela água límpida para lavar seu rosto e refrescar-se.

- Ora, ora – ouviu a voz masculina, ao seu lado direito – não sabia que deveria esperar visitas por hoje...

Rapidamente, colocou sua máscara, e encarou Afrodite, encostado em uma pilastra, trajado com uma túnica masculina leve, cujo tom azul claro realçava toda a sua natural beleza. Nunca o havia visto sem sua armadura antes, e pôde entender porque diziam que ele era o mais formoso entre os 88 cavaleiros de Athena.

- Perdão, senhor Afrodite – ela fez uma pequena mesura - sou Ísis de Cassiopéia, e vim a mando de minha mestra, Marin de Águia, para cumprir um castigo.

- Eu sei quem é você, amazona. – ele se aproximou sorrindo, com um andar quase felino – Mas diga, o que fez de tão grave para merecer uma punição?

Ela estava totalmente sem reação diante daquele homem tão bonito. Tudo nele era hipnótico, e ela tratou de colocar a sua razão para funcionar ali.

- Joguei videogame até tarde com Kiki de Appendix. – e diante da risada do cavaleiro, completou – Minha mestra diz que devo ser punida por não ter contado a ela sobre isso.

- Bem, Ísis, sabe que ela está certa, não? Eu mais que qualquer outro cavaleiro aqui posso te falar sobre o valor da confiança. – ele se aproximou de uma das roseiras – Satisfaça minha curiosidade, no que consiste esse seu castigo?

A saga das Amazonas de OuroOnde histórias criam vida. Descubra agora