--Sim já saí com duas garotas daquela boate. Mas, sai para beber ou para comer em algum restaurante.
Olhei meio ebcabulada, ele era um cara extremamente sincero. E mesmo eu mau o conhecendo já sabia disso, o que me deixava com uma cara de tacho.
-- Mas, nunca trouxe elas nessa lanchonete.
--Uau, que especial que eu sou.
--E é mesmo. Essa é a lanchonete que eu venho desde criança com meu pai.
--Sério?
--Sim. Só trago pessoas especiais aqui. E você é uma delas.
--Certo. Porque sou especial? Mau nos conhecemos...
--Bom você não é uma biscate, nem uma interesseira certo?
--Não é claro.
--Pois é, parabéns. Você já é uma raridade por isso. E isso te faz especial.
Eu fiquei um pouco sem graça. Queria enchê-lo de perguntas. Porém, sabia que tinha que ir com calma então decidi ser mais natural.
--Então afinal John, quantos anos você tem?
--30 anos.
O quê?. O olhei com cara de idiota, sem acreditar que ele já tivesse tudo isso. De repente percebi que já havia ficado muito tempo calada.
--O que foi?
--É que você não parece ter trinta... Parece ter menos.
--Obrigado. E você tem?
--23.
--Nunca sai com alguém tão jovem. E a mais descente, parece que eu estava um pouco enganado sobre a modernidade.
Disse ele deixando uma risada escapar bem baixinho. Ele parou por um momento e ficou olhando para rua, pela enorme janela de vidro que ficava na lateral da mesa onde estávamos.
--Eu estava muito estressado. Porque tenho trabalhado muito, sou divorciado, mas, tenho um filho.
Eram muitas informações, coisas que eu não havia imaginado, por isso me mantive calada e somente o ouvi.
--Mas, ele anda estranho, minha ex mulher deve estar falando muitas besteiras a meu respeito pra ele...
--Porque ela faz isso?
--Não se conforma com a separação.
--Porquê? Ela ainda te ama?
--Que nada. Ela é só mais uma interesseira.
Disse ele fazendo uma cara de raiva. Ele deu um tapa leve na mesa.
--Meu filho é coisa que eu mais prezo na vida. Então tô bem chateado.
--Sinto muito. Com o tempo seu filho vai saber quem é o certo e o errado, é sempre assim.
Respondi torcendo para que aquela conversa não ficasse mais sentimental ainda.Pois eu não tenho jeito pra essas coisas. Então ele pegou algumas balas de menta e estendeu em minha direção me dando algumas. Isso explicava o cheiro constante de menta e o fato dele sempre parecer estar com algo na boca. Até que nossos pedidos chegaram.Nós começamos a comer, eu comi devagar porque sempre tive vergonha de comer na frente dos outros. Quanto só faltavam as bebibas, nós nos falamos brevemente.
--Foi bom conversar um pouco obrigado Levine.
--Imagina.
Disse sorrindo. Ele bebeu tudo rapidamente e então eu também. Pagou tudo como havia prometido, saímos e ficamos na frente da lanchonete. Ficamos parados ali, John não parava de olhar pra mim.
--Olha o meu carro está logo ali na frente.
--Ah tudo bem, eu já vou, vou de táxi.
--Achei que eu ia te levar até em casa.
--Mas, não precisa. Mesmo assim obrigado.
--Tudo bem. Nos vemos de novo?
--Se você quiser...
--Sim eu quero me passa o seu contato.
E então eu passei, ele passou o dele. Nos despidimos com um beijo na bochecha. Eu liguei para o táxi, ele chegou em uns trinta minutos. Cheguei em casa logo ao passar pela porta minha mãe me chamou, ela estava sentada na poltrona da sala.
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Ele É Pior Que Crack
RomansaJohn Brinth, tão viciante e tão destrutivo quanto uma droga... Como pude me deixar levar, até esse ponto? Como posso ser tão tola? Como posso continuar o amando depois de tudo? Eu o odeio... Mas, confusamente o amo... Ele é simplesmente pior do que...