Capítulo 4

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--Sim já saí com duas garotas daquela boate. Mas, sai para beber ou para comer em algum restaurante.

Olhei meio ebcabulada, ele era um cara extremamente sincero. E mesmo eu mau o conhecendo já sabia disso, o que me deixava com uma cara de tacho.

-- Mas, nunca trouxe elas nessa lanchonete.

--Uau, que especial que eu sou.

--E é mesmo. Essa é a lanchonete que eu venho desde criança com meu pai.

--Sério?

--Sim. Só trago pessoas especiais aqui. E você é uma delas.

--Certo. Porque sou especial? Mau nos conhecemos...

--Bom você não é uma biscate, nem uma interesseira certo?

--Não é claro.

--Pois é, parabéns. Você já é uma raridade por isso. E isso te faz especial.

Eu fiquei um pouco sem graça. Queria enchê-lo de perguntas. Porém, sabia que tinha que ir com calma então decidi ser mais natural.

--Então afinal John, quantos anos você tem?

--30 anos.

O quê?. O olhei com cara de idiota, sem acreditar que ele já tivesse tudo isso. De repente percebi que já havia ficado muito tempo calada.

--O que foi?

--É que você não parece ter trinta... Parece ter menos.

--Obrigado. E você tem?

--23.

--Nunca sai com alguém tão jovem. E a mais descente, parece que eu estava um pouco enganado sobre a modernidade.

Disse ele deixando uma risada escapar bem baixinho. Ele parou por um momento e ficou olhando para rua, pela enorme janela de vidro que ficava na lateral da mesa onde estávamos.

--Eu estava muito estressado. Porque tenho trabalhado muito, sou divorciado, mas, tenho um filho.

Eram muitas informações, coisas que eu não havia imaginado, por isso me mantive calada e somente o ouvi.

--Mas, ele anda estranho, minha ex mulher deve estar falando muitas besteiras a meu respeito pra ele...

--Porque ela faz isso?

--Não se conforma com a separação.

--Porquê? Ela ainda te ama?

--Que nada. Ela é só mais uma interesseira.

Disse ele fazendo uma cara de raiva. Ele deu um tapa leve na mesa.

--Meu filho é coisa que eu mais prezo na vida. Então tô bem chateado.

--Sinto muito. Com o tempo seu filho vai saber quem é o certo e o errado, é sempre assim.

Respondi torcendo para que aquela conversa não ficasse mais sentimental ainda.Pois eu não tenho jeito pra essas coisas. Então ele pegou algumas balas de menta e estendeu em minha direção me dando algumas. Isso explicava o cheiro constante de menta e o fato dele sempre parecer estar com algo na boca. Até que nossos pedidos chegaram.Nós começamos a comer, eu comi devagar porque sempre tive vergonha de comer na frente dos outros. Quanto só faltavam as bebibas, nós nos falamos brevemente.

--Foi bom conversar um pouco obrigado Levine.

--Imagina.

Disse sorrindo. Ele bebeu tudo rapidamente e então eu também. Pagou tudo como havia prometido, saímos e ficamos na frente da lanchonete. Ficamos parados ali, John não parava de olhar pra mim.

--Olha o meu carro está logo ali na frente.

--Ah tudo bem, eu já vou, vou de táxi.

--Achei que eu ia te levar até em casa.

--Mas, não precisa. Mesmo assim obrigado.

--Tudo bem. Nos vemos de novo?

--Se você quiser...

--Sim eu quero me passa o seu contato.

E então eu passei, ele passou o dele. Nos despidimos com um beijo na bochecha. Eu liguei para o táxi, ele chegou em uns trinta minutos. Cheguei em casa logo ao passar pela porta minha mãe me chamou, ela estava sentada na poltrona da sala.

Ele É Pior Que CrackOnde histórias criam vida. Descubra agora