Capítulo 09

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Gabriel Souza

Acordei um pouco tarde, já eram 6 horas e logo minha mãe iria bater na porta do meu quarto pra saber se eu estava vivo ou tinha comido alguma coisa.
A porta bateu, eu até pensei que seria ela, mas se fosse, teria entrado.

- Biel?

Eu conhecia aquela voz... era Anna.

- Entra! - gritei.

A porta foi aberta pela menina que agora estava de pijama - tão curto que eu achei que ela estava pelada quando entrou - e seus cabelos estavam molhados.

- Posso entrar? - seus olhos azuis pararam em minha barriga. Eu tinha a mania de dormir sem camisa, e fiquei corado quando a vi olhar para meu corpo.

- Já entrou - sorri.

- Desculpa - ela saiu da porta fechando a mesma, e se sentando na beirada da cama deixando suas pernas ainda mais a mostra, o que já me deixou inquieto - eu também não era de ferro caramba. - É que eu to me sentindo meio sozinha hoje.

- Tudo bem - levantei da cama - podemos dercer lá em baixo e eu peço uma pizza.

- Não - ela também se levantou ficando frente a frente comigo, e eu já podia sentir sua respiração próxima aos meus lábios - Ta tão melhor aqui.

Suas mãos geladas encostaram meu peito, o que me fez sentir um arrepio enorme e fez meu amiguinho subir sem querer.
Logo suas mãos entrelaçaram meu pescoço e senti seu hálito suave, cada vez mais próximo de minha boca.
Eu já não poderia ter mais controle algum da situação, e minhas mãos já estavam entrelaçadas em sua cintura. Quando dei por mim, estava beijando a boca de Anna - mais uma vez - enquanto minhas mãos apertavam cada vez mais forte sua cintura fazendo nossos corpos ficarem cada vez mais próximos.
  O beijo calmo foi ficando cada vez mais rápido e quente... Resolvi acordar daquele transe e afastei seu corpo do meu quase em um empurro só.

- Que foi? - ela ainda estava ofegante pelo beijo que a poucos minutos tirou nosso fôlego.

- Eu não posso.

- Como não pode? - Ela parecia não entender a situação - Eu sei que você estava gostando... Assim como eu estava! - Ela começou a se aproximar lentamente. Seus olhos azuis se fixaram nos meus e de seus lábios saiu um sorriso malicioso.
Eu sabia que se continuasse assim, eu não conseguiria resistir,  afinal, eu sou um homem, e qualquer homem não resistiria a Anna.
E afinal? Porque eu estava resistindo? Não sei.
Eu apenas não queria transar com a filha da melhor amiga da minha mãe, sem contar que não fazia nem uma semana que elas estavam morando com a gente. Seria estranho manter um caso assim tão rápido.

- Anna, na boa, eu não to afim... - disse me afastando dela.

- Eu duvido. - ela cruzou seus braços - Se não quisesse não teria me beijado.

- Eu só não quero... - pausei um pouco enquanto ela se aproximava novamente com o mesmo sorriso malicioso e acariciava meu pescoço olhando fixamente para meus olhos - Me envolver com você agora...

Dessa vez ela soltou uma gargalhada como se eu tivesse lhe contado uma piada.

- Se envolver? - ela me olhou debochada - Quem disse que precisamos nos envolver? - ela me abraçou e encostou sua boca em minha orelha, o que me fez arrepiar - Eu só quero aproveitar a noite.

Aquilo foi como um convite. Eu sinceramente havia perdido minha cabeça e acabei jogando-a na cama e "aproveitando a noite" como ela mesma havia proposto.
Se nem eu, nem ela queríamos nos envolver, qual era o problema de passar uma noite só com ela?
Poderia dizer quantas horas ficamos ali naquela cama "aproveitando a noite", mas eu simplismente perdi a noção do horário.
Caimos cansados um do lado do outro, e o sorriso de Anna parecia iluminar aquele quarto escuro, pois eu ainda podia ver.

- Foi a melhor noite de todas - ela dizia ofegante.

Apenas fiquei ali, tentando manter minha respiração normal, e tentando renovar minhas energias enquanto olhava para o teto do meu quarto.
Senti uma mão tocar meu Tórax, e me abraçar. Era ela.
Seu toque era suave, e suas mãos brincavam ao redor da minha barriga. Deixei de fitar o teto com os olhos e olhei para Anna, que ainda estava com o mesmo sorriso.
Dormimos ali, daquele jeito, juntos.
....
Acordei com meu despertador tocando e avisando que já era hora de me arrumar para ir a escola.
Olhei do outro lado da cama, uffa!!! Anna já tinha saído dali.
Coloquei a primeira roupa que vi em minha frente e sai ainda atordoado para o café.
Minha mãe já estava saindo, com Anna.

- Bom dia querido! - minha mãe sorria pegando sua bolsa - Finalmente saiu do quarto!

- Bom dia mãe - disse me sentando a mesa, em frente a Mell que comia seu pão - Tava cansadão ontem.

- Bom, preciso ir. Tenham um ótimo dia de aula.

Minha mãe saiu ,e logo Anna me jogou uma piscadela, o que me fez ficar sem jeito.

Olhei para a mesa cheia de frutas e decidi que também iria querer comer um pão como Mell. Me estiquei para pegar a manteiga, E sem querer Mell fez o mesmo fazendo com que nossas mãos se encostassem.
Uma onda de sensações passou pelo meu corpo quando senti suas mãos quentes tocarem a minha. Nossos olhos se encontraram e aqueles olhos - mais claros que o de Anna - encontraram os meus.
Por longos minutos me senti culpado pelo que havia feito na noite passada, não sei porque, nem como, mas Mell sempre despertava o meu lado melhor, e aquele lado melhor, naquele momento, estava se sentindo envergonhado por ter passado a noite com uma garota que eu nem amava e que havia se atirado em mim.
Abaixei minha cabeça e me concentrei naquele pão, mesmo querendo voltar a encostar naquelas mãos, e olhar naqueles olhos cor de céu.

Meu Primeiro, E Último Amor... ♡Onde histórias criam vida. Descubra agora