Prólogo

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Prólogo: Conhecendo a Terra dos Sem-Coração

A Terra dos Sem-Coração é um mundo no interior de um livro. É um mundo amaldiçoado sem sentimentos e onde reina o Inverno e uma Rainha, mas já lá vamos. Primeiro que tudo, como é que se entra na Terra dos Sem-Coração? A resposta é simples: só é preciso ter uma dor no coração, entrar na Biblioteca Pública de Nova Iorque, procurar pelo livro da capa azul com detalhes em dourado, procurar a página com a fechadura, olhar, acreditar e... Puf! No minuto a seguir estás no meio de uma floresta de pinheiros, com neve a toda a volta e num lugar que desconheces. Depois de minutos a tentares fazer-te ouvir no meio da floresta, eis que reparas numa montanha rodeada por muralhas e com um Castelo negro no topo. Podes achar no mínimo estranho, mas, como é a tua única hipótese de sobrevivência, corres que nem louca/o até ele.

Mas quando chegas ao enorme portão de ferro, bates com o nariz na porta (ou no portão neste caso). Depois de verificares que não partiste o nariz, procuras por algo que te ajude a abrir o portão. Como não encontras, preparas-te para o arrombar. Quando estás prestes a bater com o ombro no portão numa tentativa desesperada de encontrar ajuda, reparas num pequeno sino de ouro pendurado como se fosse uma campainha e decides tocá-lo evitando assim um problema maior: deslocar o ombro (se não mesmo partir, mas não sejamos muito agressivos que a violência não leva a lado nenhum). Alguns segundos depois, o pesado portão começa a abrir e começas a reparar em pormenores: casas acizentadas, um pátio coberto de neve e um chafariz congelado. Quando os portões se abrem completamente os teus olhos prendem-se numa linda mulher: alta, com ares majestosos, um vestido azul gelo que se arrasta pelo chão, um invejável casaco de peles branco bem quentinho e uma coroa na cabeça.

Aproximaste dela e ficas maravilhado com os seus olhos completamente azuis cristal e transparentes como vidro. Ela dá-te as boas vindas e como repara que estás cheia/o de frio dá-te o seu casaco. Ficas completamente agradecida/o e o interrogatório começa: pergunta qual o teu nome, porque é que foste para lá e se queres deixar de sentir a dor do teu coração. Respondes a tudo sem questionar e afirmativamente à última pergunta. Então a Rainha enfia a sua mão no teu peito, fazendo-te perder as forças e cair no meio da neve. Não consegues gritar nem falar e estás cheia/o de dores. Quando a Rainha retira o teu coração ficas repleto/a de raiva pois ela não te avisou que ias ficar sem coração. Ora se é um lugar sem sentimentos, não podes ter coração.

Queres confrontá-la, mas descobres que estás demasiado fraca/o para tal e és levada/o para uma casa e avisada/o que no dia a seguir tens uma reunião com a coroada. No dia a seguir, acordas depois de uma noite de pesadelos e sentes-te vazia/o por dentro. Ouves alguém bater à porta, levantas-te e és informada/o que a Rainha já está à tua espera para jantar. Entras em casa e olhas para um magnífico relógio e reparas que ainda nem cinco da tarde são. Mesmo assim sais de casa e, a cavalo, vais em direção ao Castelo. Na sala de jantar já está a coroada sentada à mesa à tua espera e em cima da mesa todo o tipo imaginável de coisas para comer. Comes tudo o que te apetece e enquanto isso a Rainha começa a falar sobre o mundo onde estás:

· A Vila:

A Vila é constituída por tudo aquilo que está do lado de dentro das muralhas: o pátio com as casas dos moradores, os armazéns, o estábulo, o Castelo e mais a norte por trás do Castelo, o cemitério.

Na Vila habitam todos aqueles que, como tu, desistiram do seu coração para curarem as suas dores. No Castelo da Rainha existem também uns seres engraçados e que irão fazer parte do teu dia a dia: os Máximos e os Mínimos. Os Máximos são responsáveis pela defesa da Vila, fazem parte do exército, coordenam as tarefas dos habitantes e guardam o Castelo. O Máximos é "(...) um projeto de pessoa, superalto, barrigão, braços e pernas bem magrinhos e orelhas de elfo. Ele parece muito mau com (...) monocelha gigante e a voz dele é rouca e grossa. (...)". Já os Mínimos cuidam das casas vazias e ajudam a Rainha em tudo o que ela precisar. O Mínimos "(...) é uma pessoinha de alguns centímetros de altura e vários de largura, com pernas e braços muito curtos. Não, não é um anão. E a prova disso são as orelhas de elfo. Os olhos esbugalhados e o narigão completam a figura estranha... (...)". As casas da Vila tem todas a mesma arquitetura: uma varanda no exterior, uma cozinha, uma sala com lareira, um quarto e uma casa de banho: " (...) todos os móveis são rústicos e de madeira escura (...)"; "(...) e a decoração é toda em preto, cinza, branco e, mais raramente, um azul claro (...)".

Rainha dos Corações Congelados - O Começo do Inverno [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora