Capítulo 3

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Saímos do quarto e seguimos por um corredor branco. Todas as portas estavam fechadas quando tentamos abri-las, exceto a do meu quarto e a do quarto dos meninos.

Ao fim do corredor, ele segue para duas direções, o segmento da esquerda dá para duas portas de ferro que estão trancadas, e o da esquerda para duas portas de madeira que estão entreabertas.

Atrás da porta se encontra um refeitório, com algumas mesas e bancos de madeira escura, e ao centro de tudo uma longa mesa que deve ser um buffet.

Mais de perto vejo que tem alimentos variados, frescos e aquecidos, dependendo da necessidade de cada.

Matt já está correndo, pegando seu prato e se servindo antes que eu ou Lucas falemos algo para impedi-lo. Solto uma risada curta ao ver a alegria dele, Lucas também sorri.

— Tsc tsc tsc! – ouço e me viro para a direita. Há uma moça com roupas brancas e cabelos claros sentada a uma mesa ao fundo, percebo que há uma porta de ferro atrás dela. - Vá com calma rapazinho ou pode tropeçar – fala com suavidade enquanto um sorriso se insinua em seus lábios.

Recuo instintivamente e me choco com Lucas, mas não ouso me mexer, ele coloca as maos em meus ombros, olho para ele e percebo que também está assustado.

— Matt – Lucas chama o irmão em voz baixa. – venha aqui.

— Ah, não precisam ter medo de mim! – A mulher esclama quando Matt larga o prato que nem chegou a servir e se coloca em minha frente, eu coloco meus braços ao redor de seus ombros para protegê-lo, nem sei bem do quê.

A mulher se levanta e senta a mesa a nossa frente, logo à frente do buffet.

— Só estou aqui para dar informações, não se assustem. Sou Alice e serei uma espécie de tutora, guia, chefe ou sei lá, o que mais quiserem chamar. Mas aqui na base sou eu quem controla tudo, então seria bem legal me respeitarem, odeio ser grossa então não tirem minha paciência. – Ela fala soreindo e pisca com um dos olhos para nós.

Me afasto de Lucas e chego mais perto da mulher.

— A senhora… – começo a dizer.

— Senhora não! Não precisa de taanto respeito, pode me chamar de Alice mesmo – ela  me corrige e sorri.

— Me desculpe, mas prefiro chama-la de senhora ainda, parece mais educado de minha parte – respondo com um leve sorriso.

— Ok, então.

— Bem, a senhora falou que aqui é uma 'base', mas de que? Para quê? E por que não nos lembramos de nada?

- Ta, bem, hm.. – Ela faz uma curta pausa. – Aqui é a Base 1, estamos preparando vocês para o futuro e hm.. Vocês não se lembram de nada porque achamos melhor assim – responde e sorri como se não tivesse nada de estranho estarmos no meio de uma base, nos “preparando para o futuro” e sem nossas lembranças. Tenho vontade de pular em sua garganta, mas me controlo.

— Vejam só, tudo que posso dizer é que vocês passarão por mudanças na base, aprenderão muitas coisas e que logo terão companhias, além disso não posso contar mais nada – fala e se vira para a saída as pressas.

Matt tenta segui-la, mas Lucas o segura. Estou tão chocada com tudo que nem me movo quando a porta se fecha atrás dela.

Decidimos almoçar, afinal ninguém iria querer morrer de fome.

— Você conseguiu se lembrar de mais alguma coisa? – Lucas pergunta enquanto se serve.

— Nada, tudo branco. Mas sei que conheço vocês tanto quanto sei que meu cabelo é loiro. – Sorrio.

— E a minha de que nos conhecemos é tanta quanto a de que conheço meu irmão – Sorrimos.

Terminamos de nos servir e nos sentamos.

— Quando vêm mais gente pra cá? – Matt pergunta.

— Ah é verdade! Nem havia prestado atenção nessa parte – Lucas fala contente. – Acho que logo, Matt. Logo teremos mais amigos.

— Isso aí – concordo.

Começamos a comer, pois não temos mais assunto para continuar a conversa. Após o almoço vamos para o quarto dos meninos.


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prepared, restarted & mutatedWhere stories live. Discover now